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A grande abordagem da advocacia

Em recente reportagem da plataforma Law.com International, escrita pela jornalista Jessica Seah, Tony O’Malley, líder jurídico global da PwC, admitiu que as Quatro Grandes não foram tão bem-sucedidas quanto os escritórios de advocacia tradicionais em invadir o mercado asiático.

Para o executivo, as consultorias, que investem nos serviços jurídicos, tendem a se destacar quando as empresas multinacionais chegam à região e precisam de estruturas, produtos e serviços inteiramente novos, ou quando os conglomerados estão passando por grandes reestruturações globais. Nesse caso a expansão dos escritórios das Quatro Grandes e a amplitude da oferta em consultoria jurídica, tributária, de auditoria, estratégia e gestão os colocam em boa posição.

A PwC ganhou força na Ásia aconselhando instituições financeiras e indivíduos de alto patrimônio líquido que gostam de se mover rapidamente, mas não têm recursos legais internos. “Esses clientes tendem a não trabalhar com estruturas tradicionais e, portanto, exigem um único ponto de responsabilidade”, afirma O’Malley.

Segundo Seah, em 2018, as Quatro Grandes invadiram a Ásia em grande estilo, lançando novos empreendimentos legais e adicionando novas ofertas de serviços. Advogados prenderam a respiração enquanto KPMG, EY, Deloitte e PwC anunciavam uma mudança radical que lhes permitiria conquistar participação de mercado dos escritórios globais de advocacia.

Passados cinco anos os escritórios estão aliviados. As Quatro Grandes hoje são vistas como uma ameaça menor do que o esperado inicialmente. Embora tenham conseguido atrair vários profissionais de alto nível, algumas já mudaram de estratégia de domínio da região.

Os braços legais desses gigantes não causaram grande impacto nas principais fusões e aquisições, private equity, mercados de capitais e negócios de financiamento na Ásia. Eles não são conhecidos por suas ofertas de serviços advocatícios. E eles também não demonstraram muito sucesso na construção de uma clientela institucional na região.

John Knox, líder global de serviços jurídicos gerenciados da EY na Ásia-Pacífico, afirma que sua equipe trabalha em acordos originados por instituições financeiras em busca de aconselhamento jurídico. “Mas, na verdade, ganhamos esse trabalho porque podemos fazer consultoria de fornecimento de cadeia de suprimentos e gerenciamento de fornecedores, além de suporte jurídico”, afirma Knox.  “Fazendo tudo, desde consultoria jurídica a design de projetos operacionais, gerenciamento de projetos até o redesenho de prêmios, contratos e tudo mais”, completa

As Big Four dizem que seus pontos fortes são a assessoria em projetos transformadores que envolvem não apenas um componente jurídico, mas também exigem equipes que possam aconselhar sobre estratégia tributária, comercial e comercial e soluções tecnológicas de ponta a ponta, que é chamada pelos advogados locais de “a grande abordagem”.

Se o impedimento em atuar com serviços jurídicos em diversos mercados mundiais obriga as Quatro Grandes comporem com escritórios de advocacia para a oferta da “grande abordagem”, há um consenso entre os líderes dessas companhias que os assuntos ambiental, social e de governança (ESG) irão destacar e diferenciar as capacidades das Big Four. Por exemplo, apresentar uma solução integrada é essencial para atender às demandas ESG dos clientes, disse O’Malley, o executivo da PwC.  “Há uma maior sensibilidade com as empresas sobre como elas continuarão a atrair investidores e clientes com base em sua marca e reputação em relação ao ESG. E descobrimos que podemos realmente possuir esse espaço, tanto em termos de poder entender quanto medir seu desempenho nesse contexto.

Segundo a reportagem essa abordagem parece estar funcionando. A Deloitte Legal está atualmente assessorando uma empresa com sede na Ásia-Pacífico em seu investimento em um fundo ESG nos EUA e a PwC está assessorando um investimento de energia renovável entre a Austrália e Cingapura, um projeto que faz parte de um movimento em direção a emissões líquidas de carbono zero.

“Eu olho para um projeto como esse, onde temos equipes de consultoria integradas em infraestrutura, impostos e jurídicos. Temos uma visão de longo prazo sobre o projeto, assumimos riscos no projeto. É o tipo de oferta que, com base em meus 30 anos no setor, os escritórios tradicionais não seriam capazes de aceitar”, desafia O’Malley.

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