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A Tul já vale US$ 800 milhões — e chega ao Brasil para virar unicórnio

A Tul, uma startup colombiana que está tirando os pequenos varejistas de material de construção da era analógica, mal completou dois anos, mas já atraiu investidores tarimbados e prepara o desembarque no Brasil, um mercado de US$ 27 bilhões que pode acelerar o caminho da companhia para se tornar um unicórnio.

Fundada em Bogotá, a Tul acaba de levantar US$ 181 milhões em uma rodada série B que avaliou a companhia quase US$ 800 milhões. O aporte foi liderado pela 8VC — firma de Joe Lonsdale, um dos fundadores da Palantir — e contou com a participação da também americana Avenir Growth Capital.

No ano passado, Tul também já havia levantando recursos com nomes como Lightrock, Coatue, Tiger Global, Foundamental, Vine, Marathon Labs e H20. SoftBank e Monashees também integram a lista de investidores da startup.

Criada por Enrique Villamarin Lafaurie, um executivo colombiano que trabalhou quase sete anos na cementeira Argos, a Tul funciona como uma distribuidora digital de materiais de construção para pequenos lojistas nas periferias.

A startup quer mudar a experiência desses lojistas, que antes dependiam de uma miríade de distribuidores de diferentes materiais que nem sempre entregam entregam no prazo definido e por vezes tinham contratos de exclusividade com alguns fornecedores.

A partir de um aplicativo, os lojistas fazem as compras na Tul, que promete a entrega no dia seguinte e sem necessidade de um pedido mínimo. A startup colombiana firma contratos com grandes fornecedores da indústria de material de construção civil (Gerdau, ArcelorMittal, Ternium, Tigre, Bosch, são alguns deles) e revende os produtos aos lojistas.

Com centros de distribuição próprios, a Tul começou em Bogotá, mas se expandiu nos últimos anos e já chegou a três países, incluindo Equador e México, e nove cidades. O Brasil será o quarto país, com a chegada a São Paulo prevista para março, quando a startup completa dois anos de sua fundação.

À Bloomberg, o fundador da Tul afirmou que a startup espera fechar o ano com uma receita anualizada de US$ 450 milhões. Na América Latina, o mercado total endereçável da startup soma US$ 120 bilhões.

“Nós compramos os materiais da indústria, estoca em um galpão e revende. Não somos um marketplace”, explica Bruno Raposo, um executivo ex-Loft e Glovo que foi contratado para liderar a Tul no Brasil. As lojas de pequeno e médio porte respondem por 60% do mercado brasileiro de material de construção — o restante é destinado a construtoras ou vendido em grande firmas, como C&C e Leroy Merlin.

Ao se conectar aos pequenos materiais de construção, lojas que geralmente não contam com mais de dez funcionários, a Tul passa a atender a uma demanda por materiais de construção das classes C e D. “Começamos propositalmente pelas áreas fora do centro estendido, nas periferias de São Paulo”.

No Brasil, estima-se que existam 140 mil lojas de material de construção. Apenas em São Paulo, são 15 mil. “Geralmente, são lojas familiares, mas apesar de serem um grão muito pequeno para as indústrias, para o bairro onde eles operam é muito importante. Eles viabilizam que as pessoas construam suas casas”, diz Raposo.

A chegada da startup ao Brasil está recheada de expectativa. O primeiro centro de distribuição em São Paulo não será o único. Pelo porte da Grande São Paulo, a Tul deve abrir outros galpões no entorno. A companhia também se prepara para expandir a companhia para outras regiões metropolitanas do país, possivelmente Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

Se os planos de Raposo prosperarem, o Brasil se tornará o país mais importante para Tul até 2023. “O Brasil é a grande oportunidade da Tul virar unicórnio”, diz. Por aqui, o número de funcionários deve passar de cinco para 20 pessoas em pouco tempo. Ao todo, a startup já tem mais de 1 mil funcionários.

Com os recursos captados, a Tul vai investir em marketing para adquirir clientes e capital de giro. Em tempos de preços dos materiais de construção nas alturas e supply chain descoordenado, o cuidado com os estoques é crucial.

Quanto mais lojistas se plugam ao aplicativo, melhor é o entendimento da Tul sobre a dinâmica desse mercado. “Conseguimos ter uma leitura mais precisa da demanda Assim, conseguimos ter um estoque mais justo. Nas cidades mais maduras, nosso estoque médio gira em cinco dias”, afirma Raposo.

Fonte: Pipeline Valor

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