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Anúncio do Tesouro traz oportunidade para investidor

O desafio de “não perder para a inflação” é o básico para investimentos. E o sarrafo tem subido, já que a previsão para inflação acumulada em 2021 subiu para 5,3%, de acordo com o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

Até o começo desta semana, o instituto previa terminarmos o ano com 4,6% de inflação. Na segunda-feira (24), no entanto, houve aumento de 0,7 ponto percentual. Isso explica como o mercado tem absorvido o enorme volume de NTN-Bs, títulos atrelados ao principal indicador de inflação, também conhecidos como Tesouro IPCA.

O último leilão de NTN-Bs teve um aumento de risco recorde, com 1,5 milhão de títulos com vencimento lá em 2055, pagando o equivalente a variação do IPCA + 4,49% a.a., com cupons semestrais. Ou seja: o mercado está comprando títulos longos, pós-fixados, fugindo dos pré-fixados, mostrando assim que a perspectiva é de (ainda mais) alta na inflação e que deve vir aí um aumento dos juros.

Nesses casos, os juros aumentam, em linhas gerais, porque se um banco corre o risco de ter que ficar com o título na mão por 34 anos, ele vai cobrar mais caro pelo dinheiro que empresta para alguém.

Para o investidor “comum”, que fica de fora dos leilões e compra os títulos do tesouro diretamente pelo seu banco ou corretora, a oferta é semelhante. Pelo mesmo prazo (2055), recebe o que render a variação do IPCA + 4,42% a.a..

O apetite de uma pessoa para colocar um investimento com prazo maior que 30 anos em sua carteira é —lógico— menor do que o de uma instituição financeira. Não à toa, essas instituições seguem como principais detentoras da Dívida Pública Federal interna, com 29,71% de participação no estoque.

Nesse caso, é imprescindível pensar no risco do longo prazo, porque o rendimento é garantido apenas para quem ficar com o Tesouro IPCA na mão até o seu vencimento. Se você comprar R$ 10 mil em NTN-B hoje e vender no fim do ano que vem, vai depender da chamada “marcação a mercado”.

Esse é o nome que se dá para a precificação hoje de um título que vencerá no futuro. Trocando em miúdos, se a expectativa é que a inflação aumente, seus títulos deverão valer mais. Se o mercado enxergar um cenário mais estável, o preço deve ser menor, já que o valor a ser resgatado lá na frente mudou e haverá provavelmente outros títulos públicos mais atraentes sendo negociados naquele momento.

A alta absorção dos títulos emitidos mais recentemente fez o Tesouro revisar as metas do PAF (Plano Anual de Financiamento) nesta quinta-feira (27). É esse plano que dá as diretrizes para a emissão de títulos.

Com a revisão, o Tesouro aumentou a participação dos títulos atrelados a índices de preços (justamente esse sobre os quais falei acima) na dívida pública. Antes delimitado entre 24% e 28% da dívida, os títulos atrelados à inflação foram para entre 26% e 30% da dívida.

O aumento da oferta de títulos atrelados à inflação pode ser visto como uma oportunidade para calibrar a carteira de investimentos e protegê-la da inflação.

Vale lembrar aqui que a Selic (taxa básica de juros) tende a acompanhar os aumentos da inflação e que o Tesouro Selic (com rendimento atrelado a ela) com liquidez diária é um dos investimentos mais recomendados para a reserva de emergência —aquele dinheiro do qual você pode precisar em breve.

O Tesouro Selic não rende muito, mas fica livre da marcação a mercado que assombra o Tesouro IPCA. Além disso, é considerado um investimento seguro e com rentabilidade mais interessante do que a poupança.

Fonte: Folha

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