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BC vê economia desacelerar no 4º trimestre e indica atuação para conter alta do dólar no fim do ano

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, avaliou nesta quarta-feira (18) que a economia brasileira deve desacelerar no quarto trimestre devido à redução do valor do auxílio emergencial pago pelo governo a trabalhadores informais durante a pandemia.

Ele indicou ainda que a instituição deve atuar para conter a alta do dólar prevista para o fim do ano, causada por um tradicional aumento da demanda neste período, além de mudanças na legislação (leia mais abaixo).

Na semana passada, o BC divulgou estimativa que aponta para alta de 9,47% do PIB no terceiro trimestre de 2020.

Segundo Serra, entretanto, seria “normal uma desaceleração a partir do quatro trimestre”, considerando a redução do valor do auxílio emergencial, de R$ 600 para R$ 300, e a perda de força de medidas de postergação no pagamento de empréstimos.

“A realidade econômica de hoje não é a do início do ano que vem. A gente não consegue perdurar no tempo uma medida do lado fiscal, dos auxílios, não tem capacidade fiscal de manutenção por um tempo muito mais prolongado. E é natural que a realidade econômica vá mudar um pouco”, acrescentou Serra, em videoconferência promovida pelo jornal “Valor Econômico”.

Atuação do BC no câmbio

Serra também foi questionado sobre as pressões de alta do dólar no fim de ano, geradas por uma procura maior por moeda norte-americana, aliada, ainda, a mudanças na legislação do chamado “overhedge” – uma cobertura adicional ao valor do próprio investimento no exterior, considerada uma distorção no mercado brasileiro, que está sendo alterada em 2020 e 2021.

O diretor do BC indicou que a instituição vai atuar para conter a alta do dólar no fim do ano. E, para atender à tradicional demanda pela moeda no fim do ano, apontou que a instituição “costumeiramente” oferta leilões de linha, o que deve acontecer novamente em 2020.

Nos leilões de linha, o BC vende moeda estrangeira para quem está precisando, com compromisso de recompra nos meses seguintes.

No caso do “overhedge”, as instituições financeiras e empresas terão de comprar US$ 15 bilhões até o fim do ano para atenderem às novas regras. Com isso, o diretor indicou que o Banco Central vai atuar, provendo liquidez em moeda norte-americana.

“Se a gente entender que o mercado não está sendo capaz de gerir esse volume, que isso está afetando o funcionamento do mercado, para preservar isso o BC vai atuar. Isso é natural e não é nenhuma surpresa”, disse.

Segundo ele, isso poderá ser feito por meio de leilões de “swaps cambiais”, instrumentos que equivalem à venda de dólares no mercado futuro pelo BC.

Alta da inflação e vacinas

O diretor do BC também reafirmou a posição da autoridade monetária, divulgada nas últimas semanas, que a alta recente da inflação “é temporária”, e “puxada principalmente pela parte de alimentos”.

“Umas regiões estão consumindo muito mais do que consumiam antes da pandemia, outras estão consumindo menos. E essa reorganização logística pode trazer consequências do lado de oferta, mas elas vão se normalizar. Porque as condições de oferta também já estão se normalizando”, afirmou.

Disse, ainda, que, apesar de entender pouco sobre saúde pública, as notícias sobre o desenvolvimento de vacinas contra a Covid-19 “parecem ser extremamente positivas”.

“Estamos falando da terceira vacina com eficiência acima de 90%. Isso é bem melhor do que o mercado esperava há meses atrás. Ainda tem as dificuldades de como as vacinas vão chegar na população, mas eu acho que é bastante positivo, acho que vai ajudar a economia voltar ao normal em algum momento futuro, em 2021. Uma esperança”, concluiu.

Fonte: G1

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