spot_img

Caiu no golpe do zap? A Silverguard quer evitar o próximo

Nova empreitada da cofundadora da Sallve, Marcia Netto, já atraiu Astella e Latitud no pré-seed

Desde que deixou o dia a dia da Sallve, Marcia Netto começou um brainstorming sobre sua próxima empreitada em tecnologia. Cofundadora da startup de beleza, Netto havia coordenado o desenvolvimento digital da operação e, quando a plataforma ficou bem estruturada e os desafios se tornaram mais relacionados a vendas e beleza do que propriamente tecnologia, ela entrou num acordo com o sócio Daniel Wjuniski, mantendo-se como acionista. Já tinha cogitado algumas teses, quando o pai caiu num golpe no WhatsApp.

“Fiquei possessa, um dos caras mais inteligentes que conheço sofreu com o golpe do Pix. Resolvi estudar esse mercado e a Endeavor me apresentou uma especialista em silver economy”, conta a empreendedora.

A ideal inicial era devolver uma fintech que atendesse o público 50+, mas suas pesquisas quantitativas e qualitativas – e a experiência familiar – apontaram outra direção. “O universo de proteção financeira é uma categoria que está nascendo no Brasil. As fintechs já ajudaram a bancarizar a população, são cinco contas de pagamento por habitante, com uma rápida adoção do Pix mas também com esse lago obscuro de tanta inovação, que é o desenvolvimento diário de novos golpes.”

Nos primeiros seis meses do ano passado, o BC já tinha quase 800 mil reportes de golpes, principalmente via Pix – mais que o dobro, por exemplo, dos registros de roubo de carro.

Netto notou que há uma vergonha pública dos usuários, de qualquer idade, em admitir que caiu num golpe, o que muitas vezes retarda a busca por instruções e soluções para a prejuízo e também distorce as estatísticas. O projeto do Silverbank virou a Silverguard. O público de maior faixa etária continua sendo um dos alvos da startup, pela vulnerabilidade a esse tipo de fraude, mas o “silver” no nome também ganhou os contornos de guardião da prata.

“Há uma negação dos mais jovens, mas todo mundo sofre golpe. Ele é ainda mais cruel nos mais velhos porque não há tempo de reconstruir a poupança de uma vida que se esvaiu numa fraude”, compara.

Mas, afinal, como a Silverguard quer resolver isso? A companhia está apostando em duas frentes, inicialmente. Uma vai ajudar em orientações gratuitas sobre procedimentos pós golpe, uma forma de coletar o máximo possível de dados sobre as vulnerabilidades de usuários e sistemas e as artimanhas do mercado paralelo. “Montamos protocolos no SOS Golpe, baseados em muitas entrevistas com advogados, policiais e bancos, para orientar e indicar fatores que aumentam a chance de ter dinheiro de volta. As pessoas desconhecem, por exemplo, a existência do Pix reverso, inclusive nos atendimentos bancários”, diz Netto.

A outra é onde a monetização da Silverguard acontece, com funcionalidades contratadas no aplicativo por assinatura. Vai desde alerta sobre abertura de contas em bancos utilizando documentação furtada, consulta no BC sobre número de contas a um “modo rua”, num modelo semelhante ao implementado pelo Nubank com seus correntistas.

“É um sistema que protege suas contas no celular quando você está fora de casa, mas que precisa liberar seu uso do Uber ou uma compra que você está de fato fazendo. Também precisa incluir bloqueio das compras em ecommerce com os cartões já cadastrados, como Mercado Livre e iFood e pode ter algum monitoramento do aparelho”, diz Netto, sobre o que está em desenvolvimento. “

A Silverguard também discute parcerias com insurtechs, para fazer seguro contra o golpe do Pix e considera que, no futuro, os próprios bancos possam ser clientes, colocando como um benefício para os correntistas e reduzindo seus gastos jurídicos e reputacionais.

Marcia Netto, cofundadora e CEO da Silverguard: guardião da prata quer ajudar a driblar golpes — Foto: Divulgação

Marcia Netto, cofundadora e CEO da Silverguard: guardião da prata quer ajudar a driblar golpes — Foto: Divulgação

A companhia tem como benchmark a americana Aura, avaliada em US$ 2,5 bilhão em seu último round. Nos EUA, o principal problema é o roubo de identidade para abertura de novas contas e crédito, o que prejudica o crédito positivo que o correntista leva anos para construir e acessar taxas melhores.

Netto, que nunca tinha ocupado a cadeira de CEO, resolveu encarar a posição na nova startup, que tem como cofundador Flavio Rabelo, um engenheiro formado no ITA que se especializou em cibersegurança.

A rodada de captação pré-operacional ia cair na conta no dia em que o banco americana SVB (conhecido como banco das startups) quebrou, o que acabou adiando um pouco a chegada do capital. Mas a Silverguard garantiu seus primeiros US$ 1,5 milhão, numa rodada com os fundos Astella (primeiro aporte do quinto veículo da gestora) e Latitud, além de um grupo de anjos especializados em tecnologia, segurança e crédito, como o ex-Interpol Marcos Mileo, Pedro Milanez, fundador da proptech Lastro, e Wjuniski, que segue no comando da Sallve.

Fonte: Pipeline Valor

Você é empresário?

Descubra agora gratuitamente quantos concorrentes o seu negócio tem

Logo Data Biz News
Grátis

Descubra agora quantos concorrentes a sua empresa tem

data biznews logo Data Biznews segue as diretrizes da LGPD e garante total proteção sobre os dados utilizados em nossa plataforma.

Últimas notícias

O que falta para a taxa de juros do BC cair mais rápido

Inflação para 2025 está na meta, na conta do...

Na Saque e Pague, R$ 200 milhões para virar “banco” e “loja”

Muitos especialistas previam o declínio dos caixas eletrônicos, equiparando-os...

Veja outras matérias

Logo Biznews brasil
Consultoria Especializada

Compra e Venda de Empresas

Clique e saiba mais

Valuation

Clique e saiba mais

Recuperação de Tributos

Clique e saiba mais