O vendedor João, que na verdade é Adibe Marques, CEO da farmacêutica Cimed, encontra-se agachado diante das prateleiras da farmácia, organizando caixas de remédios com um pano de limpeza em mãos, aguardando a chegada dos clientes. Essa cena comum do comércio será transmitida na novela das sete da TV Globo neste sábado. Adibe não esconde o entusiasmo por participar do cenário de “Fuzuê” e destaca que o sucesso de sua empresa, que atingiu um faturamento de R$ 3 bilhões neste ano, está relacionado ao foco em “ajudar o vendedor a vender”.
Embora a Cimed atue principalmente no mercado B2B, Adibe argumenta que a proximidade com o consumidor é crucial para impulsionar as vendas no varejo. Ele ressalta a importância de dar uma identidade aos produtos, destacando que “o brasileiro gosta de comprar de quem tem cara. Produto sem cara não vende”. A família de Adibe desempenha um papel significativo na empresa, com seus filhos e irmã envolvidos em várias funções.
A estratégia de marketing da Cimed tem sido fundamental para seu crescimento, passando de um orçamento nulo para campanhas de TV no ano passado para um orçamento de R$ 100 milhões em mídia neste ano, com previsão de chegar a R$ 200 milhões em 2024. A marca de vitaminas Lavitan, composta por cerca de 80 itens, já representa 17% do faturamento, gerando R$ 500 milhões. Adibe destaca a importância da propaganda educativa e da precificação para o sucesso da Lavitan.
A virada midiática da Cimed começou na internet, antes de ganhar destaque na televisão, com o sucesso do hidratante labial Carmed, em parceria com a marca de balas Fini, que rendeu R$ 400 milhões à empresa. Adibe ressalta a influência digital como uma ferramenta poderosa, transformando cada funcionário em um influenciador digital para promover a empresa e sua cultura.
Mesmo reconhecendo o poder da internet, Adibe reconhece que as paixões tradicionais do brasileiro, como novela e futebol, continuam relevantes. Ele patrocina clubes de futebol como o Palmeiras e o Cruzeiro, participando ativamente de eventos esportivos. Atualmente, 60% do faturamento da Cimed provém da vertical de medicamentos e 40% da vertical de consumo, onde estão incluídas as vitaminas, repelentes e itens de higiene pessoal.
A empresa agora planeja entrar em uma fase de fusões e aquisições (M&A), com a expectativa de anunciar a primeira aquisição em 10 anos em janeiro. Essa expansão pode ser um passo rumo à entrada da Cimed na bolsa de valores. Adibe destaca a importância da governança, trazendo executivos externos e preparando a empresa para uma possível listagem. A Cimed projeta alcançar um faturamento de R$ 4 bilhões em 2024, sem contar as aquisições, refletindo um otimismo em relação ao futuro da empresa.
Fonte: Pipeline Valor