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China anuncia acordo com Irã e reforça oposição às sanções dos EUA

Ao mesmo tempo em que reforçou sua oposição às sanções dos EUA contra o Irã, a China anunciou neste sábado (15) a implementação de um acordo estratégico de 25 anos com Teerã, ampliando a cooperação econômica e política entre os dois países.

O chanceler chinês, Wang Yi, e seu contraparte iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, reuniram-se nesta sexta-feira (14) em Wuxi, no leste da China, segundo comunicado do Ministério das Relações Exteriores de Pequim.

“Enquanto preparávamos a visita à China, planejamos marcar o dia de hoje como o início da implementação do acordo entre os dois países”, disse o chanceler iraniano, que está em sua primeira viagem à China no cargo, sem anunciar projetos ou parcerias específicas, de acordo o site Al Jazeera.

No comunicado, Wang disse que o acordo irá aprofundar a cooperação sino-iraniana em áreas como energia, infraestrutura, agricultura, saúde e cultura, bem como cibersegurança e colaboração com outros países.

O tratado foi assinado em 2021, após anos de negociações entre os países, e configura a entrada do Irã para a Iniciativa do Cinturão e da Rota, um projeto trilionário de infraestrutura para ligar o Leste asiático à Europa.

A iniciativa tem como objetivo expandir significativamente a influência política e econômica da China, motivando preocupações nos EUA e em outros países.

Não há muitos mais detalhes sobre o acordo, mas o jornal americano The New York Times divulgou, em 2020, que um dos projetos garantiria o abastecimento regular de petróleo para a China.

Pequim é o principal parceiro comercial de Teerã e era um de seus maiores compradores de petróleo até o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reimpor sanções ao país persa em 2018. Oficialmente, a China interrompeu a importação, mas analistas dizem que o petróleo iraniano continua entrando, mas com procedência oficial de outros países.

A busca por Pequim em fortalecer os laços com Teerã já ocorre há alguns anos. Em uma rara visita ao país persa, em 2016, o dirigente chinês, Xi Jinping, classificou a República Islâmica como “o principal parceiro da China no Oriente Médio”.

Wang aproveitou o momento para reforçar a oposição de Pequim contra as sanções impostas por Washington a Teerã e declarou seu apoio à retomada das negociações do acordo nuclear —abandonado por Trump em 2018.

As tratativas recomeçaram, de maneira indireta, no ano passado, com diplomatas de Irã, Reino Unido, China, Alemanha, Rússia e França, em Viena. Uma pessoa próxima às negociações disse à agência de notícias Reuters, no entanto, que muitas questões seguem sem serem resolvidas. Já o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, considerou nesta sexta ser possível que se chegue a um acordo nas próximas semanas. ?

Wang disse que os americanos são os principais responsáveis pelas dificuldades enfrentadas, já que desembarcou do acordo. O diplomata também disparou contra o rival EUA —com quem a China vive uma espécie de Guerra Fria 2.0— ao se opor, além das sanções, à manipulação política por meio de tópicos como direitos humanos e interferência nos assuntos internos do Irã e de outros países regionais.

A imprensa oficial de Teerã divulgou neste sábado que os negociadores voltaram a seus respectivos países para consultas e que retornarão à capital austríaca dentro de dois dias. Segundo o órgão, as negociações estão em um ponto crítico, no qual serão abordadas questões difíceis. “Estamos na fase dos detalhes, a parte mais difícil das negociações, mas que é essencial para atingirmos nosso objetivo.”

O acordo de 2015, conhecido como Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), contemplava suspender algumas sanções econômicas contra o Irã em troca de limites rígidos a seu programa nuclear.

Depois que Trump retirou os EUA do pacto, o Irã passou a ultrapassar os limites da atividade nuclear. Nos últimos meses, o país começou a enriquecer urânio a níveis sem precedentes e restringiu as atividades dos inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), organismo da ONU responsável por supervisionar as instalações iranianas.

Fonte: Folha

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