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Criação de gigantes: relembre as principais fusões e aquisições de 2020

Mesmo em um ano de crise, o mercado de fusões e aquisições teve um de seus períodos mais movimentados dos últimos tempos. A quarentena obrigou empresas a se diversificar e buscar novos horizontes e IPOs e captações de capital fortaleceram companhias em busca de consolidação O Grupo Notredame Intermédica realizou 12 aquisições, o Magazine Luiza comprou nove empresas e a Locaweb, no mesmo ano de seu IPO, incorporou outras cinco companhias, por exemplo. 

No segundo semestre, o movimento de fusões e aquisições se intensificou em todo o mundo, inclusive no Brasil. A S&P Global anunciou a aquisição da IHS Markit por 39 bilhões de dólares – o segundo maior negócio do ano – e a Salesforce.com fechou um acordo para comprar a Slack Technologies por 27,7 bilhões de dólares. Apenas no quarto trimestre, empresas anunciaram mais de 760 bilhões de dólares em aquisições, o que representa o maior valor para o período desde 2016, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

Outras transações importantes anunciadas recentemente incluem a venda das torres sem fio europeias do bilionário Li Ka-shing para a Cellnex Telecom por cerca de 10 bilhões de euros (12 bilhões de dólares), e a compra da seguradora britânica RSA Insurance por 7,2 bilhões de libras (9,6 bilhões de dólares).

2020 também foi um ano importante para a consolidação de startups. Até novembro, foram 143 transações do tipo no país, mais do que o dobro de 2019.  A quarentena obrigou muitas empresas brasileiras a reinventar sua forma de trabalho e acelerou investimentos em transformação digital. Com a vida virada de ponta-cabeça, empresas grandes tiveram de buscar nas startups um jeito de transitar pela nova realidade.

Esse processo deve continuar forte pelos próximos anos. Companhias com cheque em branco no bolso e em busca de negócios podem gerar 300 bilhões de dólares em operações de fusões e aquisições (M&A) durante os próximos dois anos, prevê o banco Goldman Sachs.

Confira abaixo as principais fusões e aquisições no Brasil e no mundo durante o ano de 2020. 

Grupo Notredame Intermédica 

A operadora de planos de saúde Grupo Notredame Intermédica realizou 12 aquisições no ano, e mesmo assim mantém seu apetite para novas compras. O plano da operadora é aproveitar o momento para crescer e fincar bandeiras nas regiões prioritárias para sua expansão. A empresa nasceu em São Paulo, estado onde tem maior presença, e tem focado sua expansão principalmente em Minas Gerais e a região Sul do país.

Magazine Luiza

Logística, meios de pagamento, marketing e até delivery de refeições. O Magazine Luiza está incorporando cada vez mais serviços dentro de sua plataforma, para desenvolver o seu ecossistema de lojas físicas, comércio eletrônico e marketplace. Com nove compras no ano, as aquisições tornam o Magalu muito mais que uma varejista. Um dos objetivos é criar um superaplicativo, para ser acessado com frequência pelos consumidores – a exemplo do que acontece com o Rappi, startup colombiana que incorpora serviços de delivery a profissionais de beleza e aluguel de apartamentos. O auge da diversificação ocorreu com a compra do AiQFome, plataforma de delivery de refeições.

Outro alto é trazer mais eficiência e rapidez para a empresa, por exemplo, ao eliminar a necessidade de se dirigir ao caixa para fazer pagamentos, com a aquisição de uma empresa de meios de pagamento. Com a entrada de milhares de vendedores em seu marketplace, a empresa também expandiu sua capacidade logística, com outras duas aquisições. Assim, se aproxima da Amazon, conhecida pela eficiência das entregas de seu marketplace. A última compra foi finalizada quase no fim do ano, dia 21 de dezembro. A varejista comprou 100% da fintech Hub, fundada pelo empresário Carlos Wizard, por 290 milhões de reais.

Locaweb

Depois de protagonizar um dos primeiros IPOs do ano, em fevereiro, a Locaweb estava cheia de dinheiro no caixa – e apetite para crescer por aquisições. Foram cinco no ano, de startups de inteligência artificial, marketing e logística. A empresa provedora de serviços de tecnologia desembolsou 22 milhões de reais para comprar a empresa Social Miner, especializada em tecnologias de inteligência artificial e big data para impulsionar varejistas na venda de produtos e serviços pela internet, em setembro. Poucas semanas depois, comprou por 18,9 milhões de reais a Etus, startup focada em gestão e marketing digital para empresas em redes sociais – são mais de 100 mil marcas atendidas, com foco em PMEs. 

Por 180 milhões de reais, incorporou a Vindi, de software as a service que processa e faz a gestão de pagamentos recorrentes. Já a quarta aquisição da empresa foi da startup Ideris, que atua com tecnologia de integração multicanal. O valor da transação realizada em dezembro foi de 18,3 milhões de reais. Menos de uma semana depois, a quinta compra: a plataforma de logística Melhor Envio, por 83 milhões de reais. A Melhor Envio oferece uma plataforma de logística que conecta pequenos e médios vendedores às principais transportadoras e empresas de logística no país.

Loft

A Loft, especializada em reforma e negociação de imóveis, surgiu em 2018 com apoio dos investidores Andreessen Horowitz, Vulcan Capital, Thrive Capital, QED Investors e Fifth Wall Ventures. Um dos novos unicórnios brasileiros, a startup expandiu sua atuação este ano com três aquisições. Em fevereiro, adquiriu a Spry, de pesquisas de mercado, e anunciou em julho a compra da Uotel, especializada na locação de apartamentos residenciais para estadias de curta duração, para triplicar o número de unidades disponíveis para aluguel. A última compra foi em setembro, da Invest Mais, que faz financiamento de imóveis. A onda de aquisições já havia iniciado no ano passado, com a compra da Decorati, em novembro de 2019. 

Arezzo, Grupo Soma e Centauro

De uma marca de calçados premium para um conglomerado de diversas empresas, a Arezzo prepara ofensiva para se tornar a grande referência do mercado de moda no Brasil. Num negócio de 715 milhões de reais, a Arezzo adquiriu a marca carioca Reserva. O grupo também anunciou a incorporação da Troc.com.br, startup de compra e venda de peças usadas. Foi o primeiro negócio do novo fundo de investimentos venture capital do grupo Arezzo&Co, que será responsável pela busca e captação de novas startups em diversos segmentos.

Também no universo da moda, o Grupo Soma, dono das marcas Farm e Animale, anunciou a compra da marca NV, fundada pela influenciadora Nati Vozza. A transação tem valor estimado em nada menos que 210 milhões de reais. Já o grupo SBF, dono da rede de lojas Centauro, incorporou o capital social da Nike do Brasil por 1 bilhão de reais. 

Azul e Two Flex

Para as companhias aéreas do mundo todo, o ano foi marcado por aviões estacionados em aeroportos e oferta de voos extremamente reduzida. Aos poucos, a retomada das viagens aéreas está sendo liderada por viagens nacionais e de curta duração. Para a Azul, uma das fortalezas é a sua nova companhia regional, a Azul Conecta. Formada por 17 aviões com capacidade para até nove assentos, a aérea vem da aquisição da Two Taxi Aéreo Ltda, a TwoFlex, fundada em 2013 e comprada em janeiro deste ano. 

Nubank

O banco digital Nubank anunciou este ano a compra de duas empresas, em busca de talentos. A primeira compra, em janeiro, foi da Plataformatec, consultoria especializada em método ágil e em desenvolvimento e gerenciamento de produtos digitais. A segunda foi da empresa americana Cognitect, consultoria de engenharia de software e responsável pela criação de dois sistemas de tecnologia usados por engenheiros de programação: Clojure e Datomic. Essas foram as primeiras aquisições da história do banco.

OLX e Grupo Zap

Outro grande negócio no mercado de tecnologia imobiliária foi a compra do Grupo Zap pela OLX Brasil, plataforma de venda de itens novos e usados. O negócio avalia o Grupo Zap em aproximadamente 2,9 bilhões de reais. Com a compra, imóveis passa a ser a principal categoria da OLX, ultrapassando as vendas de carros. Com o Grupo ZAP, a OLX Brasil oferece a seus usuários mais de 12 milhões de listagens de mais de 40.000 agências imobiliárias e milhares de listas particulares, além de permitir que seus anunciantes atinjam um público maior.

Hypera

A Hypera Pharma, ex-Hypermarcas, anunciou em março sua maior aquisição até hoje. Comprou, por 825 milhões de dólares, o portfólio com 18 medicamentos da Takeda Pharmaceutical por. Entre as marcas compradas, estão a Neosaldina e Dramin. Com a conclusão da transação e a recente aquisição da marca Buscopan, a Hypera Pharma passará a ser a maior empresa farmacêutica do Brasil e a líder absoluta em medicamentos isentos de prescrição, como Engov, Epocler, Doril, Benegrip, Coristina, Polaramine, Biotônico Fontoura, entre outras. 

AON e Willis Towers Watson

Uma das maiores empresas de corretagem de seguros foi criada em 2020. A Aon comprou, em março e por 30 bilhões de dólares, a Willis Towers Watson, criando uma empresa de 76 bilhões de dólares. Também é a maior negociação do tipo no setor. A transação chega em um momento em que as corretoras enfrentam desafios cada vez maiores, como a pandemia do coronavírus, ataques à cibersegurança e as mudanças climáticas. 

Just Eat e GrubHub

Desejada pela rival Uber, a GrubHub acabou sendo levada pela concorrente Just Eat em uma reviravolta de último minuto. A empresa resultante da transação de 7,3 bilhões de dólares, feita em junho, está presente em 13 países e é a maior companhia de delivery de alimentos do mundo. A GrubHub tinha mais de 300 mil restaurantes cadastrados em 4 mil cidades dos Estados Unidos. 

Uber e Postmates

Depois de anos de negociações e como resposta à consolidação entre Just Eat e GrubHub, a Uber anunciou a aquisição da empresa Postmates, que atua no setor de entrega de refeições e era tida como uma das maiores rivais do Uber Eats. O negócio foi anunciado em julho deste ano e envolve o pagamento de 2,6 bilhões de dólares pelas ações da concorrente. Com fusão, as empresas criam a segunda maior plataforma de entregas dos EUA, atrás apenas da DoorDash. 

Localiza e Unidas

Duas das maiores empresas de aluguel de carros no Brasil anunciaram uma fusão, por meio de incorporação das ações da Unidas pela Localiza. A empresa resultante da fusão terá valor de mercado de 50,5 bilhões de reais e frota de quase 491.000 veículos – 336.000 no segmento de aluguel e 154.000 em frotas corporativas. Em negócio anunciado em setembro, os acionistas da Localiza passam a deter 76,85% da empresa combinada, enquanto os acionistas da Unidas ficam com 23,15% da nova companhia. Juntas, as empresas terão mais força de inovação e diversificação em seus negócios. Entre as novidades, estão o aluguel de carros de longo prazo e serviço voltado a motoristas de aplicativos. 

Ânima Educação e Grupo Laureate

A Ânima Educação adquiriu todos os ativos brasileiros do Grupo Laureate por 4,4 bilhões de reais, sendo 3,78 bilhões de reais a serem pagos a Laureate em dinheiro e o restante em dívidas dos ativos a serem assumidas pela Ânima Educação. Com essa operação, finalizada em outubro, a Ânima tornou-se o quinto maior grupo de ensino superior do país. A Ser Educacional também havia feito uma proposta pelos ativos da Laureate, mas a oferta da Ânima foi maior, e, por isso, a Ser pode receber uma multa de 180 milhões de reais ou adquirir duas instituições da Laureate pelo mesmo valor.

AMD

Em um negócio de 35 bilhões de dólares anunciado em outubro, a AMD (sigla para Advanced Micro Devices) acertou a compra da Xilinx, empresa americana que também atua com a fabricação de chips de processamento e tem como um de seus principais clientes a chinesa Huawei. A companhia não revela números de faturamento, mas sabe-se que 8% da receita vem da Huawei.

Startups para pets

Duas startups do mercado de animais de estimação brasileiro uniram forças. A Petlove, de e-commerce de produtos pet, e a DogHero, de prestação de serviços, anunciaram em outubro a fusão de suas operações. As empresas acreditam que têm potencial para gerar mais de 100 milhões de reais com vendas cruzadas das duas plataformas. Hoje, a Petlove tem 5 milhões de clientes e a DogHero, 1,4 milhão. As startups se aproximaram por serem investidas dos fundos Monashees e Kaszek Ventures.

Stefanini

A empresa de serviços em tecnologia da informação, o Grupo Stefanini, comprou duas importantes unidades de negócio de software da Diebold Nixdorf no Brasil, multinacional do ramo bancário conhecida por suas soluções para caixas eletrônicos, em dezembro. Os dois negócios serão incorporados à Topaz, empresa do Grupo Stefanini especializada em serviços financeiros. 

Dasa

As ações da Dasa chegaram a disparar 45% no início de dezembro, quando o grupo de saúde anunciou a compra do grupo hospitalar Leforte por 1,77 bilhão de reais, fortalecendo sua entrada no setor de hospitais. A aquisição do grupo Leforte coloca a Dasa como uma das principais redes de hospitais, já que hoje possui 12 hospitais no tota.

Salesforce e Slack

A Salesforce, líder global em software de gestão corporativa, oficializou em dezembro a aquisição do mensageiro Salesforce, bastante utilizado por empresas e startups. A compra é a maior aquisição da gigante de São Francisco, que desembolsou 27,7 bilhões de dólares no negócio. Com a expertise de comunicação da Slack, a Salesforce, uma gigante com faturamento anual de 20 bilhões de dólares, pode competir de frente com empresas como a Microsoft, que registrou bastante sucesso em implementações e no uso do Teams, sua plataforma de comunicação corporativa.

Hyundai e Boston Dynamics

A Hyundai Motor comprou uma participação de 80% na Boston Dynamics do SoftBank Group, com a montadora sul-coreana buscando expandir a automação de suas fábricas e desenvolver carros autônomos, drones e robôs. A companhia disse que a transação feita em dezembro avalia a Boston Dynamics em 1,1 bilhão de dólares.

Fonte:Exame

 

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