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De R$ 900 mi a R$ 5 bi: a retomada da CVC após sua maior crise

O ano de 2020 foi assustador para as empresas do setor de turismo. Em meio à pandemia, tentar sobreviver já era um desafio. Para a CVC (CVCB3) a batalha foi ainda maior. Com problemas de gestão, a maior e mais conhecida operadora de turismo do país precisava recuperar a confiança de acionistas e credores.

Com a divulgação de balanços atrasados, erros contábeis no valor de 362 milhões de reais, saídas de conselheiros e de grandes acionistas do grupo, a empresa chegou a valer 900 milhões de reais. No auge da crise, os papéis da companhia chegaram a ser negociados por seis reais na bolsa brasileira. Hoje, o valor de mercado da CVC é de quase 5 bilhões de reais. Em 12 meses, as ações acumulam valorização de 112%; somente neste ano, a alta é de 20%.

A empresa divulga o resultado do primeiro trimestre no dia 14 de maio e espera dar continuidade à recuperação dos negócios.

Um dos responsáveis pela retomada da CVC Corp foi Leonel Andrade, presidente da companhia. Há um ano no cargo, ele chegou em um momento de “olho do furacão” com a missão de tentar reestruturar a empresa.

“2020 foi um ano muito duro para a CVC. Perdemos a credibilidade com órgãos reguladores e investidores. Tínhamos dívidas, mas não eram altas. Com a pandemia, ficou forte e ninguém queria fazer a reestruturação. O medo era que a empresa não sobrevivesse. Isso refletiu nas ações. Era uma tempestade perfeita” disse Andrade em entrevista à EXAME Invest.

O primeiro passo do plano de “resgate da credibilidade da CVC” foi a regularização da situação contábil da empresa. No fim do ano passado, a CVC republicou os balanços auditados entre os anos de 2013 e 2019. Enquanto os balanços não foram publicados, a CVC ficou proibida de realizar follow on e de captar novos recursos no mercado.

A estratégia foi convocar os acionistas para que eles realizassem novos aportes na companhia. Entre eles estavam Pátria Investimentos, Opportunity, Brasil Capital e Equitas. “Nós chamamos os acionistas atuais e fizemos a capitalização privada. Eles compraram ações que estavam baratas sabendo que todo o dinheiro iria para o caixa.”

Outro passo importante foi a renegociação das dívidas de debêntures no valor de 1,5 bilhão de reais. O acordo feito previa o alongamento parcial de dívidas, condicionado ao pagamento imediato de parte do saldo e restrições ao pagamento de dividendos. Por fim, a empresa realizou uma capitalização no valor de 700 milhões de reais, em duas etapas.

Andrade diz que o período difícil ficou para trás. O executivo acredita que o trabalho feito por ele e pelos outros executivos e acionistas da companhia é de longo prazo e que a retomada forte dos negócios acontecerá em 2023.

“É um trabalho de reconstrução e de longo prazo. Resgatamos nossa credibilidade. Eliminamos o risco de curto prazo de a empresa não sobreviver. A KPMG atestou que não temos risco de continuidade. Hoje, não devemos nada a ninguém. Não temos um real atrasado e cumprimos todas as nossas obrigações. Estamos prontos para a retomada.”

O executivo aponta como diferencial o fato de a CVC não ter paralisado ou encerrado a operação em nenhum momento apesar da pandemia e da queda das vendas. Segundo ele, isso será um dos diferenciais da empresa nos próximos meses. “Não paramos de operar nenhum dia. Não fechamos lojas e não demitimos. Estamos 100% prontos.”

A CVC já fechou duas parcerias importantes para os negócios. A primeira é a venda de pacotes para a Copa do Mundo do Catar em 2022. A outra é a exclusividade para o Rock in Rio.

“A Fifa e o Rock in Rio buscam parceiros que tenham confiança de que estarão vivos quando os eventos acontecerem. E isso tem nos dado uma competitividade muito grande. Temos ativos muito bons e posição relativa muito melhor do que os nossos concorrentes”, sustenta.

Fonte: Exame

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