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Desconectado do que o Brasil precisa, orçamento é reflexo de má gestão

Apesar de já estarmos no quarto mês de 2021, o orçamento federal para este ano até agora não foi aprovado pelo Congresso. Para acomodar um aumento de R$ 26,2 bilhões nas emendas parlamentares, o governo federal cortou nessa proporção a estimativa de gastos como a Previdência, abono salarial e seguro-desemprego, que são obrigatórios – sem nenhuma garantia de que essa projeção se confirme. O malabarismo fiscal acabou por tornar o orçamento inexequível, criando um impasse entre os poderes que deve acabar deteriorando tanto a imagem do país quanto do governo.

Para a consultora econômica Zeina Latif, houve um erro crasso do governo ao ignorar os alertas de especialistas em relação à duração da pandemia – que, ao contrário do que previa a PEC emergencial aprovada no ano passado, claramente não se encerraria em dezembro de 2020. Ao apostar em um cenário de otimismo irreal, a equipe econômica deixou de se preparar para as dificuldades de 2021.

“Com uma crise dessa natureza, como não nos preparamos para 2021?”, indagou a economista no último episódio do podcast Exame Política, destacando que o orçamento em discussão ignora as necessidades da população neste momento. “É um orçamento desconectado das necessidades do país. Neste momento, as pessoas precisam ter o mínimo de socorro, assim como as empresas. No fundo, ele é um reflexo triste da má gestão da politica econômica e da má gestão da articulação politica.”

Latif pontua ainda que a gestão fiscal temerária do governo já gera impactos macroeconômicos, como as altas da inflação, dos juros e do câmbio, e que a confusão do orçamento, somada à má avaliação do presidente na gestão da pandemia, mostram um lado positivo: que a sociedade está antenada no que acontece, e tem uma visão crítica. A última pesquisa EXAME/IDEIA mostrou que, após um ano de pandemia, os brasileiros passaram a confiar mais no SUS e nos governos locais, ao mesmo tempo em que perderam confiança no governo federal – e reprovam sua atuação como nunca antes.

“Pela primeira vez, o Bolsonaro ultrapassou os 50% de avaliações ruim/péssimo, o que é muito difícil de ser revertido. E na avaliação da gestão da pandemia, ele tem 21% de ótimo/bom, o que eu estimo ser o piso da sua boa avaliação”, explicou o pesquisador Maurício Moura, especializado em opinião pública. Também no último episódio do Exame Política, Moura discutiu os resultados da última pesquisa EXAME/IDEIA, que mostrou governadores e prefeitos muito melhor avaliados na gestão da pandemia do que o governo federal.

Para o parlamentar, é infinitamente melhor ter dinheiro no bolso para fazer as suas obras do que fazer parte do governo cuja aprovação está em queda, com a imagem muito abalada. Isso aumenta o desejo por emendas. A impressão que eu tenho é que, já que se está violando regras básicas das finanças públicas, o certo seria enviar outro orçamento e começar tudo de novo. – Zeina Latif, consultora econômica

Fonte: Exame

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