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Dólar tem maior sequência de quedas desde 2016: até onde vai?

O dólar sofreu nesta quinta-feira, 22, a maior queda desde o fim de março, e fechou no menor patamar em dois meses, em 5,45 reais. O movimento aconteceu com fortes vendas da moeda americana decorrentes de uma combinação de ajuste pós-feriado, fluxo positivo e desmonte de posições em meio à percepção de algum alívio do lado fiscal brasileiro.

Segundo analistas, o câmbio mostrou um “catch-up”, ou seja, ajustou-se à queda do dólar contra pares na quarta-feira, 21, dia sem negociação no mercado doméstico por causa do feriado de Tiradentes.

Esse efeito foi potencializado na parte da tarde pelo fluxo de recursos de exportadores, que têm mantido volume importante de suas receitas no exterior. Há no mercado a expectativa de aceleração de ingressos por meio dessa conta, com cenário de crescimento das exportações — no começo de abril, o governo revisou para cima suas estimativas para a balança comercial e passou a projetar superávit recorde para 2021.

O desfecho menos caótico da crise do Orçamento — com ampla expectativa de sanção do texto pelo presidente Jair Bolsonaro — abriu a porta para notícias do lado das reformas, devolvendo algum otimismo aos investidores. Eles voltam as atenções neste momento a relatos sobre a proposta de privatização dos Correios e ao andamento dos trâmites da reforma administrativa.

O dólar à vista caiu 1,67%, para 5,4558 reais na venda. Foi a maior baixa percentual diária desde 31 de março (-2,23%) e o menor nível desde 24 de fevereiro (5,4219 reais).

Sete quedas seguidas

A moeda engatou a sétima desvalorização seguida, período no qual perdeu 4,72%. A série negativa é a mais longa desde as mesmas sete quedas consecutivas registradas entre 5 e 13 de dezembro de 2016.

Para Bernardo Zerbini, um dos responsáveis pela estratégia macro da gestora AZ Quest, o câmbio está entrando em uma “janela benigna” que, se estendida, pode terminar com o dólar cotado entre 5,35 reais e 5,40 reais.

“Estamos aumentando posições cautelosamente otimistas principalmente em bolsa e câmbio”, disse. “Tínhamos uma posição um pouco menor no real e agora aumentamos. Estavam exageradas as medidas de preço (da taxa de câmbio), considerando métricas como termos de troca e outras”, afirmou.

Várias instituições financeiras têm dito que o real é ou está entre as moedas mais baratas do mundo emergente, depois de depreciar mais de 20% no ano passado e cair mais 5% em 2021. Antes da sequência de quedas, a depreciação chegava perto de 10% neste ano.

A Rio Bravo Investimentos também vê espaço para mais correção para baixo no dólar, mas tem dúvidas sobre a sustentabilidade do movimento.

“Os problemas políticos e fiscais vão continuar, porque é meio que a realidade brasileira. E lá nos Estados Unidos a discussão de inflação, de aumento da curva de juros, dos juros futuros, esfriou bastante, mas é algo que pode voltar ao radar, especialmente com essas novas discussões de estímulos em diferentes frentes nos EUA”, disse Evandro Buccini, diretor de renda fixa e multimercado da Rio Bravo Investimentosong>.

Um cenário favorável ao real, segundo o gestor, é a continuação do ciclo de normalização da Selic, mas sob certas circunstâncias.

“A gente tem que ver como vai se comportar a inflação nessa situação. Se o Banco Central precisar elevar mais os juros por causa de uma inflação que vem com a recuperação econômica, acho que é bom para o câmbio. Além dos juros mais altos, teríamos crescimento”, afirmou Buccini.

Fonte: Exame

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