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Ebury, a investida do Santander, compra o banco dos tiktokers

Numa aposta no potencial da digitalização do mercado brasileiro de câmbio, a Ebury – a fintech inglesa controlada pelo Santander – acaba de fechar a aquisição do brasileiro Bexs Banco, grupo que surgiu pelas mãos da família Didier em 1989 como uma das mais antigas corretoras de câmbio.

Fundada em Londres pelos espanhóis Juan Lobato e Salvador García, a Ebury se notabilizou na Europa por facilitar as transferências internacionais para pequenas e médias empresas, com uma plataforma que funciona como o TransferWise do mundo corporativo e faz até pagamentos instantâneos.

Há dois anos, a fintech atraiu o Santander, que pagou 400 milhões de euros para assumir o controle da startup. Por ano, a Ebury já movimenta US$ 23 bilhões, atuando em mais de 20 países e empregando mais de 1,3 mil pessoas.

No Brasil, as operações da fintech ainda estavam engatinhando (com 17 funcionários), mas as ambições para o negócio local já estavam claras desde que o banco de Ana Botín colocou Sergio Rial para liderar o conselho de administração da fintech londrina e o brasileiro Fernando Pierri, outro ex-Santander, para comandar o time global de vendas da Ebury.

Por aqui, a Ebury ainda não contava com todo o aparato regulatório para operar com transferências internacionais, o que a aproximou do Bexs, um banco de câmbio que se especializou nos últimos anos no desenvolvimento de integrações que facilitaram transações internacionais, viabilizando os micropagamentos em massa.

A tecnologia desenvolvida pelo time comandado por Luiz Henrique Didier Jr. permitiu a marketplaces como Alibaba venderem no Brasil e tornou possível os pagamentos do TikTok para usuários e influenciadores – com um motor que roda automaticamente uma operação de câmbio, o aplicativo chinês consegue fazer pagamentos em real via PIX.

O Bexs já processou pagamentos internacionais para mais de 50 milhões de brasileiros, com a solução que integra câmbio ao PIX atendendo mais de 30 milhões. As operações de câmbio da instituição financeira superaram R$ 20 bilhões.

A solução da Bexs também ajudou a Americanas a incluir sellers chineses no marketplaces – os consumidores podem até não saber, mas ao comprar de um vendedor chinês a partir do site da antiga B2W, estão usando o motor de câmbio desenvolvido pelo banco.

“O Bexs é uma empresa mais tech do que fin, capaz de aliar soluções escaláveis globalmente a uma profunda expertise em regulação cambial. As possibilidades de sinergia são quase ilimitadas”, disse Sergio Rial, num comunicado divulgado pelo Santander.

Com a aquisição, que ainda precisa ser aprovada pelo Banco Central, a Ebury deixará de atuar apenas como uma correspondente bancária do Bexs, tornando-se um banco de câmbio completo. A medida vai acelerar as ambições da fintech para ampliar a participação do Brasil no comércio exterior – embora seja a 12ª maior economia global, o país só está na 28º posição em comércio exterior.

A aposta da fintech é que, nos próximos anos, as pequenas e médias empresas brasileiras vão se internacionalizar a partir de tecnologias como a criada globalmente pela Ebury. Sem essas facilidades, dificilmente uma companhia de menor porte teria condições de vender para múltiplos países sem enfrentar um processo burocrático infernal.

Com a Bexs, a Ebury quer impulsionar os negócios internacionais das PMEs. A companhia também pode se apropriar de oportunidades no mundo agro, viabilizando exportações de frutas e outras mercadorias agrícolas.

A transação com o Bexs (que também inclui a compra integral da Bexs Pay) não teve o valor divulgado. No ano passado, o Bexs Banco teve uma receita de R$ 197 milhões com intermediação financeira e prejuízo de R$ 3,4 milhões. O Bex possui 150 funcionários, a maior parte deles no time de tecnologia.

Fonte: Pipeline Valor

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