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Em audiência nos EUA, Twitter, Google e Facebook defendem seus métodos de moderação de conteúdo

Os presidentes-executivos de Facebook, Twitter e Google participaram de uma audiência no Senado dos Estados Unidos nesta quarta-feita (28). Durante quase 4 horas, os líderes das gigantes da tecnologia foram sabatinados e defenderam seus métodos de moderação de conteúdo.

Parte dos parlamentares questionaram a maneira como as empresas moderam as publicações em suas plataformas, além de debaterem uma reforma na atual lei que protege as empresas da responsabilidade sobre o que é publicado por seus usuários; a chamada “Seção 230”.

Mark Zuckerberg (Facebook), Jack Dorsey (Twitter) e Sundar Pichai (Alphabet, a dona do Google) participaram dos depoimentos de maneira remota. Eles defenderam a lei como uma maneira de garantir a livre expressão na internet.

Dorsey afirmou ao comitê que alterar a base da lei pode prejudicar significativamente a forma como as pessoas se comunicam online. Pichai disse que o Google opera sem preconceito político e que agir de outra forma seria contra seus interesses comerciais.

Zuckerberg disse que apoia uma atualização da lei, mas também alertou que as plataformas de tecnologia provavelmente censurarão mais para evitar riscos legais se a “Seção 230” for revogada. Os três CEOs concordaram que as empresas devem ser responsabilizadas se as plataformas atuarem como editoras.

“Graças à ‘Seção 230’, as pessoas têm a liberdade de usar a internet para se expressar. Acreditamos em dar voz às pessoas, inclusive quando isto significar defender os direitos de pessoas com as quais não concordamos”, defendeu Zuckerberg.

As gigantes da tecnologia, juntamente com Apple e Amazon, sofrem repetidas pressões das autoridades americanas. Na semana passada, o Google foi formalmente acusado de uso de poder para manter o monopólio em seu sistema de buscas.

Em julho passado, Facebook, Google, Amazon e Apple também se defenderam no Congresso sob a acusação de abusar de uma posição dominante de mercado.

Zuckerberg com problemas de conexão

A abertura dos trabalhos foi feita pelo senador republicano, Roger Wicker, que preside o comitê. Dorsey e Pichai foram os primeiros a falar, mas Zuckerberg não teve sucesso em sua tentativa inicial de participação remota.

“Não podemos fazer contato com o Sr. Mark Zuckerberg”, disse o senador Wicker, concordando com um atraso de cinco minutos depois que os executivos-chefes de Twitter e Google falaram.

O Facebook disse ao comitê que Zuckerberg estava sozinho. Ele conseguiu se conectar em alguns minutos.

“Pude ouvir as outras declarações de abertura. Só estava tendo dificuldade em me conectar”, disse Zuckerberg. Wicker respondeu: “Eu conheço o sentimento, Sr. Zuckerberg.”

Acusações envolvem a eleição

Em seus comentários iniciais, o senador Wicker disse que o escudo de responsabilidade protegeu as empresas de “processos judiciais potencialmente danosos”.

“Mas também deu a essas plataformas de internet a capacidade de controlar, sufocar e até censurar conteúdo de qualquer maneira que atenda aos seus respectivos padrões. Chegou a hora de esse passe livre acabar”, disse Wicker.

O senador também criticou a decisão das empresas de bloquear histórias do “New York Post” que faziam afirmações sobre o filho do candidato democrata à presidência Joe Biden.

O Twitter tinha justificado o bloqueio citando uma política que proíbe distribuição de conteúdo obtido por meio de hackers – a companhia voltou atrás, e liberou o conteúdo. O Facebook disse na ocasião que a redução na circulação se deu com base na checagem de fatos de terceiros.

“É importante notar que a aversão do Twitter e do Facebook a materiais hackeados nem sempre foi tão rigorosa. Por exemplo, quando as declarações de impostos do presidente vazaram ilegalmente, nenhuma das empresas agiu para restringir o acesso a essas informações”, disse ele.

Do lado dos democratas, houve questionamento sobre o porquê de a audiência ter sido marcada faltando poucos dias para a eleição americana de 2020.

Twitter foi o principal alvo

As discussões sobre alterações na “Seção 230” deram lugar, em muitos momentos, a discussões sobre um suposto “viés anti-conservador” das redes sociais. O Twitter acabou sendo o principal alvo das perguntas dos parlamentares.

O senador republicano Ted Cruz voltou ao tema da restrição de compartilhamento da matéria do “New York Post”, direcionando a questão ao presidente-executivo do Twitter, Jack Dorsey. O Facebook também restringiu o conteúdo em sua plataforma.

Para o parlamentar, as gigantes de tecnologia representam “coletivamente a maior ameaça à liberdade de expressão na América, e a maior ameaça que temos para eleições livres”.

O presidente do Twitter respondeu que a rede social reviu a sua decisão de bloquear o jornal americano, e negou que sua plataforma tenha o poder de impactar em eleições, com a justificativa de que as pessoas têm outras opções de redes sociais.

Defesa da ‘Seção 230’

A audiência no Comitê do Comércio do Senado deu aos senadores a oportunidade interrogar os executivos das redes sociais uma semana antes das eleições para a presidência, e pode servir de base para estabelecer a reforma da polêmica “Seção 230”.

Dorsey afirmou que a Seção 230, como redigida atualmente, proporciona aos serviços online flexibilidade para eliminar o “discurso de ódio” e qualquer outro conteúdo inadequado, e que a lei sustenta o mundo das redes sociais, onde qualquer um pode publicar comentários.

Ele disse que mudanças na lei podem “fazer colapsar a forma como nos comunicamos na internet, deixando apenas um pequeno grupo de companhias de tecnologia gigantes e bem financiadas”.

Pichai, do Google, afirmou que a lei atual “tem sido fundamental para a liderança dos EUA na tecnologia setor”.

“Ela (a lei) protege a liberdade de criar e compartilhar conteúdo, ao mesmo tempo que oferece suporte à capacidade de plataformas e serviços de todos os tamanhos de lidar com conteúdo prejudicial de forma responsável”, disse.

Fonte: G1

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