spot_img

Especialistas dizem como o novo governo Biden pode impactar o agronegócio brasileiro

O novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tomou posse nesta quarta-feira (20), anunciando medidas de fortalecimento da agenda climática e ambiental.

Para o agronegócio brasileiro, um dos maiores exportadores do mundo, isso pode significar uma pressão maior para que o setor que reforce medidas de combate ao desmatamento, avaliam especialistas ouvidos pelo G1.

Além disso, os dois países disputam o maior cliente do agronegócio no mundo, a China – e a guerra comercial entre os EUA e a potência asiática acabou beneficiando as exportações do Brasil. Mas a expectativa é de que Biden tenha um relacionamento menos tenso com os chineses do que seu antecessor, Donald Trump.

Veja abaixo os possíveis impactos para o agronegócio nacional com o novo governo dos EUA.

Pressão ambiental

Diferentemente de Trump, Biden é mais comprometido com a agenda ambiental e, por isso, especialistas avaliam que ele pode pressionar mais para que o Brasil e, consequentemente, o agronegócio, fortaleçam políticas nessa área.

O novo presidente chegou a citar o Brasil em debate com Trump durante a campanha eleitoral, em setembro, dizendo que haveria “consequências econômicas significativas” se o país não parasse de destruir a floresta.

“Enquanto diversos países do mundo criticaram as queimadas no Pantanal e o desmatamento na Amazônia, Trump se manteve em silêncio. Ele não ajudava o Brasil, mas não atrapalhava. Agora vai mudar porque o Biden já chega com uma agenda ambiental e climática forte”, diz o especialista em gestão ambiental da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Raoni Rajão.

Rajão é autor de um estudo divulgado pela revista “Science” em julho de 2020 que afirmou que até 22% da soja e pelo menos 17% da carne bovina, produzidas na Amazônia e no Cerrado e exportadas para a União Europeia, poderiam ter rastros de desmatamento ilegal.

O especialista da UFMG acredita ainda que uma pressão ambiental dos EUA poderia acabar gerando penalizações para produtos nacionais.

“O Biden tem uma posição diferente do Trump em relação ao multilateralismo e, por isso, ele deve voltar a fortalecer a OMC [Organização Mundial do Comércio]. Uma das funções dela é estabelecer regras para os mercados internacionais, como penalizações, se um alimento está contaminado, por exemplo. Hoje não existe nenhuma regra na OMC em relação a produtos que venham do desmatamento, mas isso pode mudar”, diz.

Para Felipe Serigatti, pesquisador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro), apesar da expectativa de que Biden direcione esforços para acordos multilaterais, é pouco provável que ocorra alguma penalização ao Brasil via OMC em relação a questões ambientais. Isso tendo em vista que a entidade está enfraquecida há muitos anos.

Os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, mas as vendas da agropecuária representaram apenas 5,7% do total das exportações para aquele país, enquanto a indústria de transformação detém 86% desse volume, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

Fonte: G1

Você é empresário?

Descubra agora gratuitamente quantos concorrentes o seu negócio tem

Logo Data Biz News
Grátis

Descubra agora quantos concorrentes a sua empresa tem

data biznews logo Data Biznews segue as diretrizes da LGPD e garante total proteção sobre os dados utilizados em nossa plataforma.

Últimas notícias

O que falta para a taxa de juros do BC cair mais rápido

Inflação para 2025 está na meta, na conta do...

Na Saque e Pague, R$ 200 milhões para virar “banco” e “loja”

Muitos especialistas previam o declínio dos caixas eletrônicos, equiparando-os...

Veja outras matérias

Logo Biznews brasil
Consultoria Especializada

Compra e Venda de Empresas

Clique e saiba mais

Valuation

Clique e saiba mais

Recuperação de Tributos

Clique e saiba mais