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‘Falta de chips se estende ao longo de 2022’, diz presidente da Qualcomm na América Latina

A Qualcomm, uma das principais empresas de tecnologia do mundo, acredita que a escassez de semicondutores que aflige cadeias produtivas industriais em todo o mundo, inclusive no Brasil, só será resolvida no decorrer de 2022.

Até lá, a empresa vem ampliando sua produção e recorrendo a fábricas de outras empresas como Samsung e TSMC para tentar atender à demanda, revela Luiz Tonisi, presidente da empresa na América Latina.

Em entrevista ao GLOBO, o executivo falou sobre a falta de mão de obra especializada no Brasil e o atraso no leilão de 5G, a nova geração de telefonia, que estimula investimentos da empresa no país. Veja os principais trechos a seguir.

Como a Qualcomm está lidando com a escassez de semicondutores no mundo?

A escassez de chips é um tema mundial. O que estamos fazendo é aumentar a capacidade produtiva, fazendo mais associações com outras fábricas, como TSMC e Samsung.

Eles estão produzindo para nós nossos chipsets (conjuntos de chips). E as próprias fábricas do mundo estão aumentando suas capacidades. Esperamos que, a partir de 2022, a situação comece a se estabilizar para voltar à normalidade.

Mas como vai se resolver esse problema em 2022?

Estamos trabalhando para entender as demandas dos clientes, as prioridades e os lançamentos. O entendimento da cadeia como um todo é importante, pois um produto que vai ser lançado no ano que vem tem que ser pensando hoje. Planejamento vai ser cada vez mais importante.

A falta de profissionais qualificados no setor de tecnologia, no Brasil, também prejudica o setor?

Essa é uma dificuldade sistêmica. Não há no Brasil essa formação na base. Estamos estudando com outras empresas como ampliar o leque de capacitação para termos mais profissionais.

Olhamos com bons olhos participar dessa cadeia de desenvolvimento e de formação de jovens e profissionais. É algo que pode ser feito via universidade ou institutos tecnológicos de pesquisa.

Vamos abrir um escritório no Rio. Já temos espaço em São Paulo e Brasília. O objetivo de ir para o Rio é atender operadoras e setores como o de óleo e gás. A cidade é muito demandante de tecnologia.

E de que forma o adiamento do leilão do 5G no Brasil prejudica o planejamento da empresa?

Mais que atrapalhar a Qualcomm, (o atraso no leilão do 5G) atrapalha o Brasil. Quanto mais atrasa pior para o país. Para diversos lançamentos é preciso ter a rede 5G como guarda-chuva. O 5G não é só smartphone. É internet das coisas (IoT), maior experiência dentro das indústrias, roteadores Wi-Fi de alta capacidade nas casas e carros conectados. Estamos trabalhando para ter um ecossistema rico?

Como ter esse ecossistema sem a rede 5G?

O leilão vai sair. É questão de tempo. Por isso, nossa tarefa é ver o que está acontecendo em outros países e observar os setores da economia. Por isso, criamos com o BNDES o fundo nacional de IoT, que tem R$ 250 milhões para que start-ups brasileiras tenham oportunidade. Já fizemos a primeira aquisição. Tem um pipeline de empresas.

Há outras oportunidades, além do fundo com o BNDES?

Estamos olhando outras. Já fizemos 20 investimentos no Brasil, como Quinto Andar e Loggi. Temos pretensões robustas. Queremos acelerar o 5G e a digitalização.

Além do celular, que outros produtos estão na mira da empresa para ter conexão 5G?

Vamos lançar dezenas de smartphones 5G no Brasil. A casa hoje virou um escritório. Vamos ter modem 5G para internet fixa sem fio. Vamos produzir esse aparelho no Brasil com parceiros. Em IoT, veremos quais sensores vamos ter para atender ao agronegócio e a carros conectados.

Vocês vão produzir esses equipamentos aqui no Brasil?

Queremos usar a indústria nacional para produzir com a marca deles, usando a nossa tecnologia. Vemos a possibilidade de fabricar computadores om os nossos processadores Snapdragon que vão trazer conexão 4G e 5G já embutidos. Queremos criar centros de desenvolvimento e de transferência de tecnologia.

E como estão as negociações com os fabricantes?

Estamos conversando com os maiores fabricantes do Brasil. Vamos lançar o primeiro smartphone 5G nacional no fim do ano que vem. Já no segundo trimestre de 2022, as peças começam a ser montadas aqui. O mesmo vai ocorrer com os aparelhos 5G de Wi-Fi, roteadores e sensores.

A indústria nacional está otimista com essa corrida?

Está, porque tudo vai ser conectado, como a roupa, o computador. Tudo. Imagina as possibilidades para a indústria fazer parte dessa cadeia de crescimento. Mas não é só a indústria que vai produzir. A indústria que vai receber também está muito receptível, pois o 5G vai reduzir custos e aumentar receita.

Fonte: O Globo

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