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FMI diz que mudança climática é risco para economia global e pede união de China e EUA

A mudança climática é um risco para a estabilidade econômica e fiscal e é preciso unir esforços de potências antagônicas, como EUA e China, para acelerar a transição à economia sustentável e evitar novas crises.

A avaliação é da diretora-geral do FMI (Fundo Monetário Internacional), Kristalina Georgieva, durante debate nesta quarta-feira (7) com John Kerry, enviado especial para o clima do governo Joe Biden.

“Mudança climática é um risco crescente para a estabilidade macroeconômica e para a estabilidade fiscal mas, ao mesmo tempo, ações como investimento em tecnologia limpa e resiliência para setores do clima geram crescimento e empregos sustentáveis”, afirmou a economista, que focou na urgência das medidas.

“Essa pandemia nos colocou um aviso de ‘não brinque com a natureza’ e também nos mostrou que estamos juntos nessa e que temos que trabalhar juntos para conseguirmos um mundo mais resiliente.”

Kerry, por sua vez, admitiu que os EUA precisam fazer um trabalho melhor para reduzir as emissões de carbono —o país é o segundo maior poluente do mundo, atrás apenas da China— e disse que a Casa Branca quer trabalhar em conjunto com Pequim, sem relutar contra o crescimento chinês.

Na avaliação do americano, é preciso garantir que erros do passado não sejam repetidos e que o investimento seja em energia limpa e renovável.

“Claro que a China tem que continuar a crescer, não somos relutantes a isso, mas queremos trabalhar com a China e com outros países para garantir que o desenvolvimento seja diferente, que não seja com os erros que cometemos [no passado]”, completou Kerry, dando destaque ao investimento em energia limpa.

Segundo o americano, 30% das emissões de carbono vêm da China e, se o país não diminuir esse nível até 2030, o mundo vai perder a capacidade de segurar o aquecimento global em 1,5 graus Celsius e zerar as emissões de gases do efeito estufa até 2050.

“Estamos muito para trás […] Os EUA são o número 2 em emissão e precisamos fazer um trabalho melhor para reduzir mais”, disse.

Kristalina destacou os riscos de negligenciar as mudanças climáticas e disse que é preciso redirecionar os investimentos do sistema financeiro global para apoio às nações mais pobres, que são muito atingidas pelo impacto do aquecimento global.

“Isso é o FMI: estabilidade, emprego e crescimento, e é por isso que agora o clima está no DNA da nossa instituição e no coração do nosso trabalho quando fazemos discussões políticas e debatemos como podemos ter mais sucesso com estratégias para mitigação [dos efeitos do aquecimento global] e adaptação da economia.”

Na opinião de Kristalina, quando os riscos do aquecimento global são escancarados com transparência, investidores são mais estimulados a colocar dinheiro em ações que vão acelerar a transição econômica.

“Quando criamos transparência em torno dos riscos do clima, os investidores ficam em boa posição para julgar [onde colocar dinheiro].?”

O secretário de Biden disse ainda que essa é a década para fazer mudanças e apresentar resultados, um discurso que tem repetido em suas aparições públicas, classificando o atual processo como a maior transformação econômica desde a revolução industrial.

“Está acontecendo agora, o mercado está se mexendo agora, com pessoas comprando mais produtos sustentáveis”, declarou.

Horas antes, em entrevista coletiva, Kristalina foi ainda mais assertiva e disse que este era o ano da mudança.

“2021 tem potencial para ser ‘o’ ano das ações climáticas […] Temos cientistas falando em alto e bom som que precisamos de ações.”

Para ela, o papel do Fundo, que faz suas reuniões de primavera esta semana, é ajudar a reconhecer que é preciso progredir mais rápido do que o ritmo atual, tentar encontrar financiamento para construir a transição para uma economia verde com benefícios de crescimento e emprego, e garantir que as transformações sejam efetivas, em trabalho conjunto entre os países.

“É muito importante reconhecer que lidar com essa crise é andar e mascar chiclete ao mesmo tempo.”

Fonte: Folha

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