spot_img

Games ganham espaço em festas de aniversário e até reuniões de negócio na pandemia

A mudança de comportamento a partir do isolamento social adotado para conter a pandemia do novo coronavírus pelo mundo já entrou para a história do mercado de videogames. Seja como alternativa de passatempo ou de entretenimento à distância, a realidade virtual ganhou espaço em festas de aniversário e até reuniões de negócios.

Segundo pesquisa realizada pela empresa Newzoo, a receita no segmento de jogos eletrônicos foi de US$ 157,1 bilhões (R$ 873,3 bilhões) antes do surto de Covid-19. Após o início da pandemia, esse valor saltou para US$ 174,9 bilhões (R$ 972,8 bilhões), um adicional de US$ 17,8 bilhões (R$ 98,8 bilhões).

O movimento foi impulsionado principalmente pelo mercado de dispositivos móveis. O faturamento com jogos para celular e tablet fechou o ano em US$ 86,3 bilhões (R$ 479,1 bilhões), quase metade (49%) do total.

A receita com jogos para consoles aparece em segundo lugar. Foram US$ 51,2 bilhões (R$ 284,26 bilhões). Na sequência, destacam-se os jogos de computadores, que levantaram US$ 37,4 bilhões (R$ 207,64 bilhões).

O levantamento também apontou tendências de comportamento dos usuários. Em uma pesquisa com jogadores, a Newzoo identificou que 45% deles passaram a dedicar mais tempo aos jogos virtuais por causa do isolamento. A sondagem mostrou ainda que 17% dos entrevistados buscaram nos jogos uma forma de socialização, enquanto 16% recorreram às plataformas para escapar por alguns momentos da situação imposta pela pandemia. Cerca de 15% declararam que passaram a jogar influenciados por amigos.

A pesquisa ouviu 1.204 pessoas no Japão, Estados Unidos e Itália. Os participantes puderam escolher mais de uma opção.

A quarentena favoreceu a atração de novos jogadores. Segundo a pesquisa, as plataformas de games fecharam o ano com 2,8 bilhões de usuários, uma alta de 6,4% em relação a 2019. A América Latina responde por 10% desse mercado, com 274 milhões de pessoas —alta de 7,7% frente ao ano anterior.

Para Luiz Sakuda, sócio da consultoria especializada em jogos Homo Ludens, o crescimento do setor no Brasil e no mundo é um caminho sem volta. O mercado de videogames não apenas é resistente aos efeitos negativos do isolamento social como se beneficia dele: seu potencial de crescimento aumentou com a pandemia. O setor tem recebido mais investimentos de empresas e aberto novas frentes no segmento audiovisual.

“Na pandemia, quem havia parado de jogar voltou a praticar, e começou a circular mais informação sobre o tema entre as famílias, nas interações com as crianças, com os pais. As empresas também passaram a investir mais dentro dos jogos”, afirma. “As ferramentas de produção de jogos também estão convergindo cada vez mais para a linguagem audiovisual, como na série Mandalorian. É irreversível”, disse.

Para Sakuda, a principal adaptação desse mercado na pandemia foram as ações de marketing que se estenderam para além do hábito de jogar nas plataformas.

“Tivemos no Brasil ações de artistas, com shows de música, no jogo Fortnite, festas de aniversário infantil, com cenários de barraca de cachorro quente para as crianças convidarem amigos, ações de Carnaval para as pessoas interagirem”, disse.

De acordo com Rodrigo Terra, presidente da Abragames, associação que representa o setor no Brasil, os jogos passaram a oferecer na pandemia até opções de reunião de negócios, com equipes se reunindo virtualmente.

“Houve um aumento de outras formas de interação que não são mais apenas para jogar. Temos plataformas que promovem encontros, como o jogo Red Dead Redemption, com plataforma otimizada para áudio e chat.”

Ele avalia que o consumo de jogos deve permanecer em alta neste ano, principalmente, por causa da adesão de grandes redes varejistas, que popularizam o tema e facilitam o acesso.

“A gente vê o aumento de publicidade em TV aberta da pauta de games como um reflexo do aumento do consumo no país. As grandes varejistas e as plataformas estão investindo para massificar jogos de console e mobile aqui no Brasil”, afirma.

Para Terra, existe no mercado uma maior divulgação sobre acessórios relacionados a jogos, como óculos de realidade virtual e fones de ouvido, além de fortalecimento de modelo de negócio free to play —jogos gratuitos que oferecem produtos e experiências pagas dentro do jogo, como acessórios e níveis avançados.

“Os jogos free to play tiveram aumento de tráfego e mobilizam microtransações”, diz.

De acordo com a pesquisa Super Data, da consultoria Nielsen, gastos paralelos gerados por jogos gratuitos foram responsáveis por 78% da receita global do setor em 2020. O faturamento de jogos de realidade virtual atingiu, no mesmo ano, US$ 589 milhões (R$ 3,2 bilhões).

Reflexo do aquecimento do mercado, produtores também têm fechado mais negócios. Leonardo Minozzo, diretor-executivo do Cafundó Estúdio Criativo, de Florianópolis (SC), trabalha com games e animação desde 2008 e diz que o período de isolamento foi positivo para desenvolvedores.

Ele fechou um acordo com distribuidoras internacionais para lançar em junho o jogo Tetragon Unknown Planes na América Latina, Europa, América do Norte e Ásia. Ele espera faturar US$ 1 milhão em 2021, dez vezes o valor do investimento.

“Estamos expandindo a nossa equipe de 15 para 100 profissionais. Não iremos voltar para o escritório físico. O Tetragon é um jogo do tipo puzzle [quebra-cabeças] com 42 fases e focado em entretenimento. É um bom momento para o setor. Fora do Brasil existem fundos de investimento específicos para a área de games”, afirma.

Fonte: Folha

Você é empresário?

Descubra agora gratuitamente quantos concorrentes o seu negócio tem

Logo Data Biz News
Grátis

Descubra agora quantos concorrentes a sua empresa tem

data biznews logo Data Biznews segue as diretrizes da LGPD e garante total proteção sobre os dados utilizados em nossa plataforma.

Últimas notícias

O que falta para a taxa de juros do BC cair mais rápido

Inflação para 2025 está na meta, na conta do...

Na Saque e Pague, R$ 200 milhões para virar “banco” e “loja”

Muitos especialistas previam o declínio dos caixas eletrônicos, equiparando-os...

Veja outras matérias

Logo Biznews brasil
Consultoria Especializada

Compra e Venda de Empresas

Clique e saiba mais

Valuation

Clique e saiba mais

Recuperação de Tributos

Clique e saiba mais