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Interferência de Bolsonaro na Petrobras amplifica ceticismo com privatizações

A decisão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de substituir o comando da Petrobras, comunicada na última sexta-feira (19), acendeu um sinal de alerta do mercado financeiro sobre o futuro da agenda de privatizações do governo federal ou mesmo sobre o andamento das reformas econômicas durante a atual administração.

Entre analistas políticos, a percepção de ventos favoráveis a um programa de desestatizações de peso nunca foi majoritária, mas o episódio contribuiu para lançar mais ceticismo quanto às condições e a própria disposição de Bolsonaro em conduzir tal pauta.

É o que mostra nova edição do Barômetro do Poder, iniciativa do InfoMoney que compila mensalmente as avaliações e expectativas de consultorias de análise de risco político e analistas independentes sobre alguns dos assuntos em destaque na política nacional. Clique aqui para acessar a íntegra.

Segundo o levantamento, realizado entre 22 e 24 de fevereiro, de 8 empresas apontadas como prioritárias para um programa de desestatizações da equipe econômica, nenhuma é vista por qualquer entrevistado com altas chances de avançar no processo.

Um mês atrás, embora minoritários em todos os casos, alguns analistas atribuíam elevada probabilidade para as privatizações de Eletrobras (14%), PPSA (15%), Correios (15%), Docas de Santos (15%), Casa da Moeda (15%) e Serpro (8%).

Há uma semana, Bolsonaro informou que zeraria impostos federais sobre o diesel por dois meses sem apresentar compensações fiscais para a frustração de receitas, em meio à ameaça de uma greve de caminhoneiros, e anunciou a substituição do atual presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, pelo general Joaquim Silva e Luna, que comandava a usina de Itaipu.

O movimento, que ainda precisa ser referendado pelo conselho de administração da estatal, foi entendido por investidores como sinal de interferência política e culminou em forte queda das ações na B3.

Poucos dias após a troca, Bolsonaro foi ao Congresso Nacional duas vezes entregar uma Medida Provisória e um projeto de lei que abrem caminho para a privatização da Eletrobras e dos Correios.

O aceno ao mercado, porém, não foi suficiente para convencer de que a pauta econômica, especialmente as desestatizações, será prioridade na agenda legislativa do governo.

“Depois da mudança na Petrobras, o liberalismo de Paulo Guedes é um enfeite do governo”, comentou um analista ouvido pelo Barômetro.

Esta edição contou com 16 participantes, sendo 12 casas de análise de risco político – BMJ Consultores Associados, Control Risks, Dharma Political Risk & Strategy, Empower Consultoria, Eurasia Group, MCM Consultores, Medley Global Advisors, Patri Políticas Públicas, Prospectiva Consultoria, Pulso Público, Tendências Consultoria Integrada e XP Política – e 4 analistas independentes – Antonio Lavareda (Ipespe), Carlos Melo (Insper), Claudio Couto (EAESP/FGV) e Thomas Traumann.

Conforme acordado previamente com os participantes, os resultados do levantamento são divulgados apenas de forma agregada, sendo preservado o anonimato das respostas e comentários.

O levantamento também mostra que, na avaliação da maioria dos consultados (76%), a troca do comando da Petrobras e o corte de impostos federais sobre os combustíveis têm impactos significativos sobre o futuro da agenda econômica do governo e devem marcar uma mudança de postura da atual administração.

“A pandemia derrotou os liberais do governo. Quaisquer Reformas não surtirão efeitos em tempo hábil para fortalecer a chance de reeleição do presidente. Restou-lhe a cartilha populista. Paulo Guedes sabe disso”, avaliou um dos participantes do levantamento.

O momento negativo para pautas econômicas contrasta com uma percepção de crescimento da base de sustentação do governo Bolsonaro e da capacidade de aprovar proposições no Congresso Nacional.

De acordo com o levantamento, em um mês, a percepção positiva sobre o diálogo entre Executivo e Legislativo saltou de 7% para 50%, ocupando o espaço deixado pelas avaliações negativas, que foram de 50% para 6% no mesmo período. Apenas 31% acreditam que o clima deve piorar nos próximos seis meses.

Considerando uma escala de 1 (muito baixa) a 5 (muito alta), a média das avaliações dos analistas políticos consultados sobre a capacidade de o governo aprovar proposições no Congresso Nacional foi de 2,64 em janeiro para atuais 3,06 – variação que não foi acompanhada pelas apostas para as reformas tributária e administrativa, além das privatizações.

Fonte: Infomoney

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