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IPCA-15: com nova alta em setembro, mercado vê como improvável BC alcançar meta de inflação em 2022

Pressionado mais uma vez pelo aumento nos preços dos combustíveis e da energia elétrica, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) teve alta de 1,14% em setembro frente agosto. O resultado veio acima do esperado e foi o maior para o mês desde o início do Plano Real, em 1994, quando ficou em 1,63%.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quando separado o índice por grupos, as maiores influências vieram de transportes, com alta de 2,22% e impacto de 0,46 ponto percentual. O grupo de alimentação e bebidas veio na sequência, com alta de 1,27% e impacto 0,27 ponto, enquanto o de habitação subiu 1,55%, com impacto de 0,25 ponto no índice.

Com o resultado divulgado nesta sexta-feira (24), o indicador acumula alta de 7,02% no ano e de 10,05% nos últimos 12 meses.

Para a Rio Bravo, o dado trouxe novas surpresas, com diversos itens apresentando altas nos preços acima do esperado, como o de transportes.

“Os últimos dados de inflação têm deixado claro que os choques de preços (alimentos, combustíveis e energia) não estão mais concentrados somente nesses setores, mas estão afetando toda a economia”, afirma a casa.

Os economistas chamam atenção para o fato de que o índice de difusão, que mede o percentual de itens em alta, chegou a 68,9%, o maior valor para setembro desde 2002.

“O risco de a inflação de 2022 ficar acima do teto da meta aumenta a cada nova divulgação”, ressalta a Rio Bravo.

Na avaliação da XP, o resultado confirma a leitura de inflação elevada no curto prazo, pressionada tanto pelos repasses em curso dos elevados custos de produção, quanto pelo efeito da aceleração dos preços dos serviços.

Atualmente, a casa projeta um IPCA de 1,09% em setembro. O número, contudo, está em revisão, com leve viés de alta. Para 2021, a XP estima alta de 8,4% da inflação e, em 2022, alta de 3,7%, diante da expectativa de efeito da política monetária contracionista e recuo do preços de commodities.

Já o Itaú BBA estima alta de 1,20% para o IPCA em setembro e antecipa aumentos de 0,47% para o índice em outubro, e de 0,32%, em novembro.

Selic e IPCA de 2022

Em relatório, Alberto Ramos, economista do Goldman Sachs, afirma que as pressões significativas de custos, insumos e a inflação de serviços em rápida ascensão, somadas ainda ao risco político e fiscal, estão contaminando as perspectivas para a inflação em 2022 e devem levar o Banco Central a elevar a taxa Selic para um patamar acima do neutro.

“No entanto, nesta fase, a probabilidade de o Banco Central conseguir conduzir a inflação para a meta de 3,50% em 2022 é baixa”, escreve.

Nesta semana, o Comitê de Política Econômica (Copom), do BC, decidiu pelo aumento de um ponto percentual da Selic, para 6,25% ao ano, conforme esperado pelo mercado financeiro.

Em comunicado, a autoridade monetária sinalizou que repetirá o aumento, de mesma magnitude, em outubro.

Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, avalia, contudo, que os números desta sexta devem pressionar o Banco Central a elevar a Selic acima de um ponto na próxima reunião do Copom.

“Essa alta [do IPCA-15] de setembro veio acima do esperado pelo mercado e tem nos combustíveis e energia elétrica os principais vilões, os quais impactam indiretamente tudo o que usamos no dia a dia; não tem como não repassar esse tipo de custo”, diz.

Segundo ele, no dado cheio do IPCA de setembro, a energia elétrica deve ter um peso ainda maior devido à nova bandeira tarifária. O investidor também deve monitorar o setor de alimentos, destaca.

“Tudo isso já ecoa na confiança do consumidor, em especial nas faixas salariais mais baixas, que são mais sensíveis ao aumento dos preços. Esse fator pode ser importante para quem investe em empresas do varejo, por exemplo”, completa.

Fonte: Infomoney

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