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Juro alto, crédito restrito e menor confiança: o que explica o aumento de empresas em recuperação judicial no país

Segundo levantamento da RGF Consultoria, mais de 3,8 mil companhias encerraram o 3º trimestre em recuperação judicial. Expectativa é que número continue aumentando pelo menos até meados do ano que vem.

Em 2023, notáveis nomes do cenário corporativo apresentaram pedidos de recuperação judicial, incluindo empresas como Americanas, Grupo Petrópolis, Light, 123 Milhas e Grupo M5 (proprietário da marca de roupas M.Officer). Essas organizações buscaram a intervenção judicial para enfrentar suas dívidas e assegurar a continuidade de suas operações.

De acordo com especialistas consultados pelo G1, o número de empresas em recuperação judicial não apenas aumentou neste ano, mas também é previsto que continue crescendo pelo menos até o próximo ano. Dados da RGF Consultoria revelam que 3.872 empresas encerraram o terceiro trimestre deste ano em recuperação judicial, representando um aumento de 1,3% em comparação com o trimestre anterior, que registrou 3.823 casos.

Durante o período de julho a setembro, 131 novas empresas entraram em recuperação judicial, enquanto apenas 79 conseguiram sair do processo. Entre essas, 45 retornaram à operação normal, 23 foram incorporadas ou encerradas sem pendências, e 11 faliram.

Os impactos pós-pandemia e as taxas de juros elevadas têm contribuído para as dificuldades enfrentadas por um maior número de empresas desde o ano passado. A menor acessibilidade ao crédito, aliada às altas taxas de juros no Brasil, resultou no que os especialistas denominam de impacto econômico pós-pandêmico.

Muitas empresas que enfrentaram crises severas entre 2020 e 2022 recorreram ao crédito na esperança de se reestruturarem após o término da pandemia. No entanto, essa projeção não se concretizou, e a retomada necessária para a recuperação das empresas não se materializou conforme esperado.

A elevação repentina das taxas de juros, de 3,75% ao ano no início da pandemia para 19,7% ao ano em setembro de 2023, tem agravado ainda mais o endividamento das empresas. O aumento do custo do endividamento, associado às condições restritivas de crédito, levou muitas empresas a tentar renegociar seus compromissos ou rolar suas dívidas.

O caso da Americanas, que entrou em recuperação judicial em janeiro com uma dívida de R$ 43 bilhões, após declarar “inconsistências fiscais” de R$ 20 bilhões, também teve impacto no cenário. As suspeitas de fraude geraram uma maior cautela nas instituições financeiras ao conceder recursos.

Os especialistas alertam que o cenário futuro não é otimista. Apesar do Banco Central ter iniciado cortes nas taxas de juros, estas permanecem elevadas, e muitas empresas ainda enfrentam dificuldades para manter suas operações. A estimativa é que mais empresas importantes ingressem em recuperação judicial pelo menos até metade do próximo ano. A incerteza, juntamente com o crédito mais caro e restrito, resultou na retenção de investimentos por parte de grandes empresas em 2023, e não se espera uma melhora significativa até a metade de 2024.

Fonte: G1

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