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Lavoro, do Pátria Investimentos, pretende “colher” novos negócios na AL

Em 2017, o Pátria Investimentos começou a construir uma operação para consolidar o mercado brasileiro de distribuição de insumos agrícolas no Brasil. De lá para cá, a empresa, batizada de Lavoro, foi uma das protagonistas desse movimento, ao fechar nada mais nada menos do que 20 aquisições.

O apetite da companhia, no entanto, não está saciado. Em 2022, a Lavoro vai buscar novos acordos com redes regionais no País e reforçar seu olhar para as aquisições na América Latina. Além de dar sequência ao seu plano agressivo de crescimento orgânico, com a abertura de 20 a 25 lojas no período.

A extensão dos seus domínios passa também pelo canal digital, com o desenvolvimento de um marketplace. E tem como pano de fundo a expectativa da empresa de colher ótimos resultados na safra que se encerra em junho deste ano.

“A gente projeta um faturamento de R$ 7 bilhões ou mais no fim dessa safra”, diz Marcelo Abud, CEO da Lavoro, ao NeoFeed. Na safra anterior, o faturamento superou R$ 6 bilhões. “Temos um footprint nas regiões do País que mais estão crescendo e tudo indica que a safra desse ano será recorde.”

Após movimentar quase US$ 2 trilhões em 2020, a estimativa é de que o PIB do agronegócio no País tenha fechado 2021 com alta de 9,37%. Para 2022, a perspectiva é de que alguns fatores que impulsionaram o setor, como os preços elevados das commodities, permaneçam.

Ao mesmo tempo, o clima deve ser mais favorável do que em 2021. Em contrapartida, os altos custos de produção, com insumos mais caros, seguem como desafio. Essa última questão também acaba contribuindo, no entanto, com o resultado da Lavoro.

Nesse contexto, um dos focos da expansão orgânica da Lavoro será a abertura de lojas em áreas complementares as quais a empresa já atua. Hoje, o grupo tem 165 unidades no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, Rondônia, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina.

Já em sua agenda de consolidação, a América Latina deve ganhar mais espaço. Na região, desde 2017, a empresa comprou três distribuidoras na Colômbia e mantém um escritório no Uruguai.

“Estamos olhando países como Paraguai, Uruguai e Chile”, conta Abud. Nos próximos dois meses, ele tem uma série de visitas a ativos na região e no País. “Diversificação é essencial. Não só de portfólio, mas de moedas e geografias. Estamos em um negócio de clima e isso acaba sendo um hedge natural.”

No Brasil, os focos dos M&As serão mercados nos quais a empresa não atua, como Rio Grande do Sul e Bahia. “Temos mais de 50 empresas mapeadas”, diz. “O setor ainda é muito fragmentado. Estamos entre as maiores redes e temos menos de 10% de participação.”

Outras empresas estão fazendo companhia à Lavoro nessa onda de consolidação no segmento de distribuidoras de insumos agrícolas, que movimenta, anualmente, cerca de R$ 100 bilhões no Brasil. A canadense Nutrien e a americana Syngenta são dois desses nomes.

Quem mais se assemelha a Lavoro em estratégia e apetite, porém, é a brasileira AgroGalaxy, criada em 2020 pelo fundo Aqua Capital, após uma série de aquisições. Em julho de 2021, a empresa levantou R$ 349,9 milhões em seu IPO e boa parte dessa cifra tem sido destinada às compras de redes regionais.

Marcelo Abud, CEO da Lavoro

O foco da Lavoro vai, no entanto, além da expansão física da sua rede, seja via aquisições ou organicamente. A empresa enxerga boas oportunidades em seu canal de e-commerce, batizado de CompreLavoro e lançado em maio de 2020.

“Nessa safra, a projeção é faturar entre R$ 300 milhões e R$ 400 milhões no online. Nossa meta é alcançar 5% do faturamento total”, conta Abud. “E estamos mudando um pouco o conceito para consolidar o canal como uma plataforma de relacionamento com o produtor.”

Além de um aplicativo lançado em dezembro de 2021, com serviços como preço dos grãos, cotação do câmbio e previsão do tempo, essa estratégia envolve a criação de um marketplace. A Lavoro tem uma base de 60 mil produtores atendidos para atrair sellers para a iniciativa.

Com a adição gradual de parceiros, como agritechs e fintechs, a plataforma já tem mais de 20 sellers, a maioria ainda em fase de testes. Já estão disponíveis, por exemplo, serviços de monitoramento de solo e de clima.

“Esperamos incluir a negociação de grãos nesse semestre”, diz o CEO. “E estamos trabalhando para incluir parceiros em categorias como vendas de equipamentos e a oferta de diferentes modalidades de financiamento aos produtores.”

A AgroGalaxy também está investindo no digital. Em entrevista concedida ao NeoFeed, em setembro de 2021, o CEO Welles Paschoal antecipou o lançamento do canal online do grupo, com a possibilidade de contratar serviços como agricultura de precisão e solicitar visitas técnicas.

As semelhanças entre as duas empresas não se repetem, porém, quando o assunto é IPO. Ao contrário da AgroGalaxy, a Lavoro não enxerga, a princípio, a necessidade acessar o mercado de capitais.

“Podemos escolher esse caminho em algum momento, mas seria para reinvestir na empresa e não sair da operação. E não temos pressa.”, diz Abud. “E isso poderia acontecer tanto no Brasil quanto fora do País, dado que, no exterior, o mercado já tem mais conhecimento sobre o setor.”

Fonte: Neofeed

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