— Queríamos mulheres de todos os cantos, que dessem essa pluralidade do Brasil e que tivessem coragem de se despir e mostrar sua vulnerabilidade — diz Marisa Salgado, uma das coordenadoras do livro.
De 2018 a 2021, os homens prevaleceram na abertura de pequenos e médios negócios. Apenas em 2019 houve um empate com mulheres, segundo dados do Sebrae. De acordo com a Rede Mulher Empreendedora, o acesso difícil ao capital e a falta de equilíbrio nas tarefas domésticas são algumas das principais dificuldades enfrentadas por mulheres que decidem empreender.
O livro traz 28 histórias de empreendedoras, médicas e executivas de várias partes do país e diferentes faixas etárias e fases de carreira. Marisa cita ainda Rafaela Danzi, CEO da empresa de treinamento The True Bee:
— Loira, executiva, no viés inconsciente se pensa que já nasceu rica ou que sua carreira foi fácil. Ela começou a trabalhar como vendedora em Salvador e tinha um problema de pele. As clientes não queriam ser atendidas por ela, que acabou demitida.
A própria Marisa tem uma história que poderia estar no livro. Nascida em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, de família simples, com mãe costureira e pai pedreiro. Graças aos estudos, chegou a cargos executivos em RH. Na Fast Shop até 2021, este ano migrou para a startup de educação feminina Todas Group, cuja proposta é fortalecer a liderança feminina.
Para ela, as barreiras para as mulheres, seja no escritório ou no próprio negócio, ainda passam por questões históricas e culturais, como a dupla ou tripla jornada e predominância de homens em posições de liderança.
— É uma combinação de fatores. Um deles também é a questão da autoestima e confiança, de a mulher achar que não é capaz. A narrativa quem escolhe é a gente, independentemente de onde viemos — diz Marisa.
Fonte: O Globo