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O guarda-chuva da Rentbrella voou até Manhattan

A Rentbrella está provando que dinheiro pode, sim, cair do céu — e em qualquer lugar do mundo onde tenha chuva, gente e um mercado publicitário maduro. A startup brasileira de aluguel de guarda-chuvas compartilhados fundada em 2018 acaba de desembarcar em Nova York e planeja, ainda no primeiro semestre deste ano, chegar a Londres.

Inspirada no modelo das bicicletas compartilhadas da Tembici, que ficou conhecida com o case do Itaú, a operação da Rentbrella também é financiada majoritariamente por publicidade. As empresas que investem em marketing de experiência fazem sua logo circular pela cidade em guarda-chuvas com design personalizado — em São Paulo, a terra da garoa, o maior anunciante é a Unimed.

O usuário, se tiver boa memória, não paga para usar. Nas primeiras 24 horas de uso do guarda-chuva, nenhuma taxa é cobrada. Há uma cobrança de R$ 2 por dia após esse período. Depois do terceiro dia de esquecimento da devolução, ou em caso de extravio, são descontados R$ 34 do usuário, que aí vira dono do guarda-chuva. Para retirar o guarda-chuva de uma das estações, basta escanear o código pelo aplicativo no celular.

Após a fase de desenvolvimento, a Rentbrella agora quer escalar. “O primeiro grande desafio foram as certificações necessárias para o nosso hardware. Mas a gente conseguiu passar em todos os critérios e hoje temos um produto apto a ser exportado para qualquer lugar do mundo”, comemora Nathan Janovich, fundador e CEO da Rentbrella. As estações de distribuição são produzidas num centro de P&D em São Carlos, no interior paulista, e levaram um ano e meio para serem desenvolvidas. Os guarda-chuvas vêm da China.

Além dos anunciantes, a startup conta também com outras fontes de receita. Companhias como Porto Seguro, Mercado Livre e B3 já contrataram a startup para oferecer o serviço na porta de seus escritórios. Com outras gigantes, como Coca-Cola e Ambev, a Rentbrella tem parcerias para desenvolvimento de tecnologias. Num dos projetos mais recentes, a empresa desenvolveu uma máquina para a coleta eficiente de garrafas retornáveis, aproveitando seu conhecimento de tecnologia e logística.

Atualmente, são mais de 350 máquinas espalhadas por espaços públicos de São Paulo e meio milhão de usuários brasileiros cadastrados. Em Nova York, ainda são apenas 35 estações, mas o número deve chegar a 100 ainda neste começo de ano. Além do desembarque programado para Londres, a Rentbrella está instalando alguns pontos de distribuição no Rio de Janeiro, onde a operação deve começar em breve.

A companhia tinha planos para chegar à Manhattan e Brooklyn no início de 2020, mas com a pandemia já alastrada na Ásia e chegando ao Ocidente, tiveram dificuldade de exportar máquinas e implementar o cronograma. “A gente escolheu Nova York pelo tamanho da população, que circula muito a pé, e por ser uma cidade em que chove muito o ano todo”, explica Freddy Marcos, cofundador da startup. Mas por que não expandir primeiro para outras cidades do Brasil? “O trabalho seria praticamente o mesmo”, diz o CEO. Já o faturamento…

A ideia é chegar às demais capitais brasileiras já com contratos de anunciantes, diferentemente do exterior. Lá fora, a startup mantém o foco em crescer no número de usuários para só depois barganhar com possíveis clientes. Uma das razões é não repetir o fiasco de ex-concorrentes que faliram após apostar em um MVP muito modesto ou pecar nos sistemas de controle anti-furto.

Em 2017, a chinesa Sharing E Umbrella perdeu todos os 300 mil guarda-chuvas que colocou na rua para compartilhamento. Com um modelo bem diferente, a startup não usava estações de distribuição e coleta, como a Rentbrella, contando apenas com uma trava no dispositivo. Um ano antes, a canadense BrellaBox tomou uma chuva ácida no reality show Shark Tank. No programa, o executivo Kevin O’Leary disse que o negócio era “talvez a pior ideia que já ouvi”.

“O segredo está no modelo. Quando me perguntam sobre nossos concorrentes, gosto de comparar Uber e Localiza. Em tese, as duas fazem a mesma coisa, só que de formas completamente diferentes”, defende o CEO. Janovich explica que, no caso da BrellaBox, o principal erro foi ter lançado um MVP muito tímido para o tipo de operação.

Quando entrou em operação, em 2018, a Rentbrella já contava com 50 máquinas na avenida Paulista e mais de 16 mil unidades de guarda-chuvas. Também deu sorte de conseguir um grande cliente: ninguém menos que a Disney. A primeira ação promocional da startup foi um anúncio do lançamento do remake de Mary Poppins, a personagem perfeita para estampar a sombrinha.

Para conseguir tirar a ideia do papel, os executivos buscaram um perfil de investidor que era ainda pouco explorado pelas startups, os grandes family offices. A Rentbrella já levantou o equivalente a US$ 7 milhões em uma rodada anjo e duas seed. A mais recente delas, uma captação de US$ 5 milhões no ano passado, foi o que permitiu a internacionalização.

Fonte: Pipeline Valor

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