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Parceria entre Centauro e Nike afeta o Magazine Luiza?

Analistas veem golaço na estratégia para a Centauro, já que produtos Nike correspondem a 25% das suas vendas; para Netshoes, aparentemente, pouco muda

A parceria estratégica entre o Grupo SBF e a Nike, que inclui a compra da Nike do Brasil e exclusividade de distribuição dos produtos, foi vista pelo mercado como extremamente positiva para a Centauro (CNTO3), que disparou na Bolsa em seguida ao anúncio. Já o Magazine Luiza (MDLU3), dono da Netshoes, chegou a ser a maior queda do Ibovespa no início do pregão – ainda que sua desvalorização não tenha superado 1,55%.

Com 21% do mercado de artigos esportivos do país, a Nike é uma marca relevante para quaisquer varejistas do segmento. Uma fonte do mercado estima que algo em torno de 15% a 20% das vendas da Netshoes sejam Nike. Na Centauro, o número atinge 25%.

Especialistas argumentam que é cedo para estimar o impacto da parceria nas contas da Centauro, já que os royalties e receitas de marketing não fazem parte do acordo. O Itaú BBA estima receita líquida entre R$ 62 milhões e R$ 102 milhões. As empresas divulgaram que a Nike do Brasil faturou R$ 2 bilhões  no exercício encerrado em 31 de maio de 2019.

Para a concorrência, aparentemente, os termos do acordo não são tão dramáticos, já que o grupo SBF manterá todos os compromissos já firmados com varejistas brasileiras. “Esperamos que a Centauro opere a distribuição da Nike separadamente da operação de varejo, que tem equipe e CNPJ próprios”, escreveu o analista Richard Cathcart, do Bradesco BBI. “Entendemos que a Nike não deseja diminuir seus canais de distribuição no Brasil”.

Pedro Fagundes, analista da XP Research, avalia que, para o Magalu, este acordo é “dos males, o menor”. Ele argumenta que uma exclusividade de distribuição no varejo seria “péssima”, já que impediria as vendas de qualquer produto Nike em lojas sem selo SBF.

“Se o contrato da Nike com a Netshoes for mantido, a empresa não perderia receita de maneira tão rápida”, diz. Mas pondera: “Ainda assim, o maior concorrente [da Netshoes] está controlando a sua maior fonte de receita. Tem que ver como serão os termos de SKU [distribuição de estoque], mark-up [definição de preços]”. E aposta: “Duvido que a Centauro vá disponibilizar o Pegasus 2021 para o Magalu”.

O BBI tem a mesma aposta: “esperamos que a Centauro mantenha as políticas de segmentação da Nike, o que significa que certos produtos não estarão disponíveis na Netshoes (que é o caso atualmente”. Desde 2017, a Nike já tem como distribuidora preferencial a Centauro, o que significa que parte dos produtos chega primeiro nas lojas da marca e só depois na concorrência.

“A princípio eu diria que nada muda, mas o mercado está reagindo a uma incerteza sobre os termos comerciais, que podem não continuar os mesmos”, conclui Fagundes.

Na outra ponta, os CNPJs separados também indicam que a Centauro evita perder relacionamento com outros nomes relevantes, como Adidas, Puma ou Under Armour. A empresa diz que nenhum acordo com outras marcas será descartado por conta do relacionamento com a Nike.

O que deve mudar

Para o consumidor, segundo Cathcart, espera-se uma mudança mais significativa nas vendas diretas. “De uma perspectiva mais estratégica, acreditamos que o acordo diminui algumas preocupações de investidores sobre a Nike potencialmente buscar uma estratégia mais direct-to-consumer (DTC) no Brasil e sobre a potencial diluição da capacidade da Centauro de garantir lançamentos e exclusividade de produtos ao longo do tempo”.

Espera-se a partir de agora um foco maior nas vendas online da marca. O BBA avalia que aumenta o espaço para outras grandes marcas esportivas, como Adidas, apostarem mais forte em B2C (business to consumer) no país.

Contatado, o Grupo SBF garantiu que todos os contratos atuais da Nike serão honrados e que as operações de Centauro e Nike, sob a holding SBF, permanecem as mesmas. O Magazine Luiza não quis comentar.

Fonte: https://www.infomoney.com.br/mercados/como-a-parceria-entre-centauro-e-nike-pode-afetar-o-magazine-luiza/

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