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Paulo Guedes: A esperança da retomada econômica passa pela vacina

Em tom professoral, o ministro da Economia, Paulo Guedes, imbuiu-se de uma tradicional prática de fim de ano, quando a população envolta-se em expectativas e promessas para os próximos 365 dias. O ano de 2020, Guedes sabe, foi duro. E 2021 aproxima-se com a enorme vontade dos brasileiros de que a pandemia seja um triste episódio da História, conforme antecipou avaliação em entrevista exclusiva a VEJA. O ministro da Economia sabe que a tão sonhado recuperação passa pela cura das contas públicas — uma consequência do combate ao vírus. E isso deve vir por meio das vacinas. O consumo e os investimentos no país, segundo ele, só virão com a imunização em massa da população. “Só será possível à medida em que tenhamos o retorno seguro ao trabalho, que exige a vacinação em massa da população brasileira”, discorreu Guedes num balanço do ano e de perspectivas para 2021.

Se ele próprio vai tomar ou não, é problema dele, diz o ministro. A ciência diz que não é bem assim. “Há coisas que são direitos meus pessoais, tipo querer ou não a vacina. Faz todo sentido existir, para ter retorno seguro ao trabalho. E você pessoa física? Eu continuo trabalhando o tempo todo. Meu retorno seguro não existe. Conheço muita gente que pegou”, ponderou ele. “Eu exerço cargo publico. Como liberal, tenho direito a minha privacidade. Tenho 71 anos, tenho que me cuidar. Até agora não fui atingido”, disse o ministro.

Apesar de dizer-se contra a obrigatoriedade da vacina, ponderou ser favorável ao chamado “passaporte de imunidade” — fórmula encontrada para ensejar, exatamente, a imunização de forma praticamente obrigatória. “Tem que ter vacina para todo mundo, gratuita e acessível. Se não quiser tomar, ele tem o direito. Mas ele tem que ter uma circulação restrita. Gosto da ideia do ‘passaporte’ de imunização, para as pessoas entrarem”, diz ele. Em seus desejos para 2021, voltou a se mostrar um entusiasta da vacina. “Saúde para todos, vacina para todo mundo, Uma retomada segura ao trabalho para que o Brasil possa se tornar a maior fronteira de investimentos do mundo”.

Acusado de comprometer-se com projetos de reestruturação e não entregar, o ministro rebateu as críticas. Ele repetiu que o governo teve que reestruturar a agenda econômica do país com o esgueirar-se da Covid-19 no país e disse que a análise quanto a uma segunda onda estar presente depende de mais tempo. Aparentemente cansado de um ano lotado de trabalho, receios e desafios, o ministro fez mais uma promessa: não prometer, mas esperar. “Pato novo mergulha fundo”, começou ele. “Não entregamos o que gostaríamos, mas existe o reconhecimento do nosso trabalho”, admitiu, para entoar as vitórias do governo durante o fatídico ano de 2020. “Eu, toda vez que fiz uma promessa, foi com base em alguma conversa política. Estimulado, não conhecia a política direito, vi que a política é complicada, não há acordo. Demora seis meses e eu é que respondo”, disse ele.

Sem entrar em detalhes, Guedes afirmou existir um acordo no Congresso Nacional para que as pautas governistas não fossem apreciadas por deputados, mas mostrou-se esperançoso com o andamento da agenda de privatizações no ano que vem, apesar de tergiversar sobre a sucessão de Rodrigo Maia (DEM-RJ) na presidência da Câmara e o andamento da agenda de reformas. Ele discorreu sobre as alianças políticas do governo com partidos de centro-direita, afirmou que a política dá a tônica das discussões e afirmou que o alinhamento com os partidos se dá de forma orgânica. Guedes anunciou andamento das negociações pela venda da Eletrobras e anunciou que, além da empresa, Correios, PPSA e o Porto de Santos devem ser privatizados em 2021.

Principal mote de divergências do ministro durante o ano, o teto de gastos foi exaltado por Guedes durante a extensa fala e usou o mecanismo para exaltar a preocupação com o ambiente e saúde fiscais do país para o ano que vem — com a consequente caminhada da agenda de reformas. “O teto é simplesmente uma denúncia da nosa incapacidade de contrlar os gastos. É uma proteção para que não voltemos à hiperinflação. Não havia teto com a Dilma. E foi muito bom né? Queda do PIB, 1,3 milhões de empregos destruídos em 2015, 1,4 mi destruídos em 2016. Era bom, né? Quer voltar para esse tempo?”, provocou. “Para se ter responsabilidade social é preciso ter responsabilidade fiscal”, afirma. Que este seja o presente de Natal dos brasileiros.

Fonte: Veja

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