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Por que Israel é um bom (e mau) exemplo na luta contra a covid-19

Israel lidera com folga as estatísticas de vacinação contra a covid-19. Até o último domingo, de acordo com os dados compilados pelo site Our World in Data, os israelenses já haviam vacinado 41,8% de sua população, taxa bem superior à de outros países que estão na linha de frente na aplicação em massa de vacinas contra o novo coronavírus, como os Emirados Árabes Unidos (25,2%) e Reino Unido (10%). O Brasil vacinou até agora menos de 0,3% da população, segundo o levantamento.

A campanha de vacinação em Israel começou em 19 de dezembro, quando o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu recebeu a primeira dose no país da vacina da Pfizer-BioNTech. “Seremos o primeiro país do mundo a sair do coronavírus”, disse o premiê. A prioridade foi dada inicialmente a pessoas com mais de 60 anos, a profissionais de saúde e a qualquer pessoa clinicamente vulnerável. Juntos, esses grupos representam cerca de um quarto da população do país, de pouco mais de 9 milhões. Agora, as vacinas já estão disponíveis para qualquer pessoa com mais de 40 anos ou para jovens com 16 a 18 anos que recebem autorização dos pais.

Apesar dos elogios internacionais à agilidade com que está vacinando sua população, Israel também tem sido criticado por se recusar a compartilhar suas vacinas com cerca de 4,5 milhões de palestinos que vivem na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. É uma postura que pode colocar em risco o esforço de vacinação, segundo Hadas Ziv, chefe de política e ética da ONG Physicians for Human Rights (Médicos pelos Direitos Humanos) em Israel. Ele diz que os palestinos nos territórios ocupados e os israelenses estão em constante movimento e se encontram com frequência. “Temos a obrigação não apenas moral de lhe dar vacinas, mas também por uma questão utilitária de saúde pública”, afirmou Ziv em uma entrevista à revista de tecnologia do MIT, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts.

Outra crítica ao governo de Israel é a complacência com que tem lidado com os ultraortodoxos, que representam 10% da população, mas 30% dos novos casos de covid-19. Os ultraortodoxos são aliados políticos do partido Likud, de Netanyahu. Por razões religiosas, eles formam o grupo que mais resiste às medidas de distanciamento social e também o que se mostra mais cético em relação à necessidade de vacinação. “Se você deseja alcançar a proteção do rebanho, precisa atingir pelo menos dois terços da sua população. Se não alcançarmos as comunidades que agora não querem a vacinação, não atingiremos esse número”, disse Ziv.

Entre erros e acertos em sua gestão da crise sanitária, Israel teve na semana passada uma boa notícia: a taxa de transmissão do coronavírus no país ficou em 0,99 — foi a primeira vez que caiu abaixo de 1 em quase três meses. Uma taxa inferior a 1 significa que o número de casos ativos está diminuindo e que o surto no país está desacelerando.

Embora o país tenha começado a ver uma tendência de queda no número de infecções, o vice-ministro da Saúde, Yoav Kisch, disse que o declínio foi prejudicado pela disseminação da mutação britânica mais contagiosa do coronavírus. Numa tentativa de barrar a entrada de novas cepas do coronavírus, o governo israelense anunciou no domingo o fechamento dos aeroportos do país para a maioria dos voos. A medida entrou em vigor na noite desta segunda-feira em Israel e deverá prosseguir até 31 de janeiro.

Israel registrou até agora 601.000 casos de covid-19, com 4.437 mortes. Isso corresponde a 482 óbitos por milhão de habitantes. É menos da metade da proporção de óbitos no Brasil (1.017 por milhão de habitantes), mas ainda muito superior à média de países como Singapura (5 óbitos por milhão de habitantes) e Japão (40 óbitos por milhão de habitantes).

Fonte: Exame

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