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Por que o papel laminado é um dos maiores desafios da Mondelez hoje

Para a indústria de alimentos, o laminado é um material incrível. Ele preserva a qualidade do produto, é leve e conveniente para os consumidores. Mas há um problema: o laminado não é reciclável. Parece pouco, mas tem sido um grande problema para a Mondelez, dona de marcas como Halls, Oreo e Lacta. A empresa se colocou a meta de usar apenas embalagens recicláveis até 2025. Hoje, esse porcentual está em 93% – e aumentar isso depende de encontrar uma alternativa ao laminado. “Ainda não temos uma solução para separar o laminado do plástico, mas estamos colaborando e investindo nisso”, diz Maria Claudia Souza, diretora de assuntos corporativos e governamentais da Mondelez no Brasil.

O objetivo é parte de um movimento maior da empresa em direção à sustentabilidade. Para Maria Claudia, investir no tema é questão de sobrevivência. “Se você continuar produzindo da forma como fazia antes, seu processo vai ficar obsoleto e caro”, diz.

Além da meta de embalagens recicláveis, a empresa trabalha em outras frentes, como energia limpa e adquirir apenas cacau sustentável. No Brasil, o parque industrial de Curitiba, maior fábrica de chocolates da Mondelez no mundo,  já utiliza 100% de energia renovável de biomassa de bagaço de cana. “Felizmente, com investimentos, muitos dos nossos objetivos já vêm sendo alcançados”, diz Maria Claudia.

Cacau

Uma das metas de sustentabilidade tem a ver com uma das principais matérias primas da Mondelez. Até 2025, a companhia espera adquirir apenas o produto e seus derivados de origens sustentáveis. Nesse quesito, entretanto, a operação brasileira está atrás da média global da companhia. “Hoje, 63% do cacau adquirido pela Mondelez mundialmente vem de fontes sustentáveis. No Brasil, estamos em 12%”, diz a executiva.

Melhorar esse número não depende apenas da Mondelez, mas toda a cadeia produtiva do cacau no Brasil. Nesse esforço, a companhia faz parte da rede CocoaAction, uma iniciativa da World Cocoa Foundation para estimular o cultivo sustentável do cacau. Além da Mondelez, o grupo conta com o apoio de algumas das maiores produtoras de chocolate do mundo: Barry Callebaut, Blommer, Cargill, Ferrero, The Hershey Company, Mars, Incorporated, Nestlé, e Olam. “A covid-19 vem nos provando que sozinho, encontrar uma solução é sempre mais difícil”, afirma Maria Claudia. “Há uma união da indústria para que o cacau do Brasil vire novamente uma referência, como já foi um dia”.

A produção brasileira de cacau se concentra em dois estados: Bahia e Pará. De origem amazônica, o cultivo do cacaueiro pode ajudar, inclusive, a combater a derrubada da mata e a melhorar a situação econômica das famílias da região. “O cacau funciona muito bem nos sistemas integrados agroflorestais, evitando o desmatamento”, diz Maria Claudia. Nesse sistema, é possível produzir o cacau em meio à floresta amazônica.

“Entendemos que um programa que interage em várias frentes tem muito mais chance de ser bem sucedido”, afirma. Nesse trabalho, diz ela, é preciso escolher as melhores sementes e melhores cultivares para cada localidade, o que envolve pesquisa científica. Outra frente de trabalho é a assistência técnica ao produtor rural, “fundamental para que ele entenda como extrair o maior valor econômico da planta de forma sustentável”, diz Maria Claudia. Além do CocoaAction, em parceria com outras empresas, a Mondelez tem um programa próprio para incentivar a produção sustentável de cacau, o Cocoa Life.

Propósito

Para Maria Claudia, todos esses esforços se refletem também em uma boa imagem da empresa, tanto para o público externo como para os funcionários. “Eu costumo dizer, é muito bom ter propósito, porque isso facilita explicar a razão de ser da empresa”, diz. “Há anos, vemos uma tendência de o consumidor olhar de fato para a sustentabilidade e governança, e durante a pandemia, isso ficou ainda mais forte”, afirma. A onda ficou ainda mais forte recentemente, com a escalada da pressão de investidores por compromissos das empresas nas frentes ambiental, social e de governança (ESG, na sigla em inglês).

Em meio à pandemia, a empresa precisou adaptar também seu portfólio para se ajustar aos novos hábitos de consumo. “Tivemos que reduzir em 25% nosso portfólio. O consumidor passou a preferir embalagens maiores, assim pode ir menos vezes ao ponto de venda. Queremos oferecer o snack certo para cada momento de consumo, considerando aquilo que o consumidor quer”.

Para os funcionários, a empresa também vem reforçando a ideia de propósito. Em outubro, mês de aniversário da Mondelez, a companhia celebrou seu Dia do Propósito, com eventos virtuais para mobilizar os colaboradores. “Sem o engajamento do público interno, você não muda nada. Não faz as coisas de um jeito diferente”, diz Maria Claudia.

Fonte: Época Negócios

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