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Positivo se une à marca chinesa em celular para brigar com a Xiaomi no Brasil

O executivo Norberto Maraschin, vice-presidente de negócios de consumo da Positivo, já havia ouvido falar do empresário chinês George Zho dos eventos de tecnologia mundo afora. Mas foi apenas em 2017, durante um voo entre Xangai e Shenzhen, que ele pôde entender, de fato, os planos do fundador da Transsion, grupo de celulares e smartphones, sediado na China.

Em pouco mais de três horas, o executivo da Positivo Tecnologia também teve a oportunidade de falar sobre a empresa e a dinâmica dessas categorias no Brasil. E ouviu de Zho uma promessa: quando a Transsion decidisse desembarcar no País, seria em associação com a fabricante brasileira.

Quatro anos depois, a parceria está, enfim, decolando. A Positivo anuncia nesta segunda-feira, 25 de outubro, um acordo de licenciamento com a Transsio, envolvendo a Infinix, marca de smartphones premium do grupo chinês.

“Temos apenas 2% de market share em celulares, que movimentam R$ 40 bilhões anuais no Brasil”, afirma Maraschin, ao NeoFeed. “Se, em três a cinco anos, conseguirmos um market share de 10%, estaremos falando de uma nova Positivo.

Nos termos do contrato, a Positivo responderá pela fabricação, vendas, divulgação e pelos serviços de assistência técnica dos celulares Infinix no País.

Fundada em 2013, a Transsion vendeu 174 milhões de aparelhos em 2020, por meio de três marcas. Além da Infinix, que transita entre os smartphones intermediários e premium, a empresa tem ainda a Tecno, de dispositivos de entrada, e a Itel, majoritariamente de feature phones.

Avaliada em US$ 18 bilhões, a empresa abriu capital em setembro de 2019 e, desde então, vem expandindo sua presença internacional. Hoje, o grupo atua em mais de 70 países, com maior foco em mercados emergentes, especialmente nos continentes da Ásia e da África.

Na África, a Infinix lidera com uma fatia de 47%, à frente da Samsung, com 19%, segundo a consultoria americana IDC. “Globalmente, somando suas três marcas, a Transsion está atrás apenas da Samsung e da Xiaomi”, diz Maraschin. “Eles são os terceiros a sentar na mesa com qualquer fornecedor.”

Com o anúncio, a Positivo replica a estratégia que adotou em computadores. Na categoria, a empresa fechou, em 2015, um acordo com a Vaio, marca que pertencia à japonesa Sony e que resultou em sua entrada nos produtos de perfil mais premium.

“Sempre estivemos atentos às oportunidades para complementar o nosso portfólio”, diz Hélio Rotenberg, CEO da Positivo. “A Infinix demonstrou ser a parceira ideal para alcançarmos os consumidores, em especial, os das classes B e C.”

Hélio Rotenberg, CEO da Positivo

Há tempos, a companhia buscava a sua “Vaio dos celulares”. Em meados de 2018, a Positivo chegou a anunciar uma parceria com a Huawei. Mas o acordo foi cancelado no fim daquele mesmo ano.

A empresa seguirá atuando com sua marca nas categorias de feature phones, os celulares básicos sem acesso à internet, e dos smartphones de entrada, com preços de até R$ 1 mil.

Lançada pela companhia em 2015, com foco nos segmentos intermediário e premium, a marca Quantum, por sua vez, deixa de existir no varejo. O time da divisão foi realocado na unidade voltada às soluções de pagamento e de máquinas de cartão, um dos negócios mais recentes da Positivo.

“A Transsio tem a mesma visão que tínhamos com a Quantum, com a diferença que conseguiram ganhar escala”, diz Maraschin. “Quem não alcança um certo patamar fica marginalizado no mercado global e não tem acesso direto a fornecedores, algo que fica ainda mais crítico nesse momento de falta de componentes.”

Com a Infinix, a Positivo vai se concentrar nos aparelhos de R$ 1 mil a R$ 4 mil. Dados da IDC mostram que esse segmento responde por 71% do mercado brasileiro de celulares, que contabilizou 21,6 milhões de unidades vendidas no primeiro semestre de 2021, contra 20,1 milhões em 2020.

No período, o faturamento da Positivo na categoria, que também considera as vendas de tablets, somou R$ 399,8 milhões, alta de 135,1% sobre o primeiro semestre de 2020. Levando-se em conta todos os seus negócios, a empresa reportou um faturamento de R$ 1,7 bilhão de janeiro a junho.

Para turbinar esses números, a Positivo quer ocupar um espaço deixado pela LG, que anunciou sua saída do segmento de smartphones em abril deste ano. Historicamente, a marca detinha uma fatia entre 9% e 12% do mercado local.

A liderança é da Samsung, geralmente com metade das vendas da categoria, mas que está sendo seguida dada vez mais de perto pela Motorola. Na briga pelo terceiro lugar, a Positivo vai encontrar a chinesa Xiaomi, que vem ganhando escala no vácuo da LG.

“Os varejistas e todo o mercado não querem ficar na mão de uma ou duas marcas”, observa Reinaldo Sakis, gerente de pesquisas da IDC. “Há espaço para outras marcas, mas não é fácil disputar essa posição.”

A Positivo vai começar a entrar nessa briga com o Infinix Note 10 Pro, modelo que será lançado em duas versões, com memórias de 128 GB e 256 GB, vendidos, respectivamente, por R$ 1.499 e R$ 1.699. Entre outros recursos, os aparelhos têm tela de 6,95 polegadas, quatro câmeras e 8 GB de memória RAM.

De olho nas vendas de fim de ano, os aparelhos já estão sendo produzidos na fábrica da Positivo, em Manaus (AM), desde a semana passada. A partir de hoje, eles estarão à venda no meuinfinix.com.br nas lojas das marcas da Via. Em dezembro, os celulares poderão ser comprados nas lojas da Vivo.

O plano é trazer todo o portfólio da Infinix para o País no primeiro trimestre de 2022. Com toda a linha, que envolve mais de 30 produtos, a Positivo irá decidir como distribuir a produção entre suas cinco fábricas no País. Na distribuição, a ideia é aproveitar as sinergias com os canais já usados por sua marca.

“Hoje, além de marketplaces, estamos em cerca de 150 varejos nacionais e regionais”, observa Maraschin. “E contamos com mais de 1,3 mil canais ativos no pequeno varejo, de toda e qualquer cidade.”

Fonte: Neofeed

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