Desde o surgimento da pandemia, a saúde e o bem-estar tornaram-se uma prioridade na vida de muitas pessoas. Elas buscam não apenas uma qualidade de vida melhor em suas rotinas de trabalho, mas também uma alimentação mais saudável. Nesse contexto, surge um novo desafio ou até mesmo uma oportunidade para as empresas: promover produtos ou ações que estejam relacionados à saúde recreativa de seus funcionários e clientes.
“A saúde recreativa desponta como uma das tendências de mercado neste ano, visando a aproximação entre marcas, saúde e entretenimento. Por isso, observamos até mesmo marcas de doces e refrigerantes investindo em componentes saudáveis para atrair tanto o público interno quanto externo”, destaca Lucas Fraga, um dos fundadores e head de estratégia na BALT, um hub de pesquisa, tendências e estratégia.
O termo “saúde recreativa” tem uma origem curiosa e recente. Os pesquisadores da BALT criaram esse conceito após realizar um estudo de doutorado em 2023 sobre comunicação e comportamento de consumo. Durante essa pesquisa, identificaram o fenômeno da “Genômica Recreativa”, relacionado a testes genéticos sem finalidade de diagnóstico, mas voltados apenas para a recreação.
“Percebemos que essa interseção entre saúde e recreação extrapolou a Genômica e está se expandindo para o mercado como um todo, especialmente para as empresas do setor de indulgências, que enfrentam desafios relacionados à legislação e precisam se adaptar a um mundo cada vez mais preocupado com a própria saúde”, destaca Ana Catarina Holtz, co-fundadora e head de pesquisa na BALT.
Dentre os desafios legislativos, Holtz menciona as tags de “ALTO EM AÇÚCAR ADICIONADO” e “ALTO EM GORDURAS”, além da proibição da venda de ultraprocessados em algumas cidades do Brasil. “Com isso, torna-se cada vez mais comum a presença de energéticos saudáveis e suplementos para impulsionar a energia”, completa.
Por trás das iniciativas relacionadas à saúde recreativa, o publicitário Astério Segundo, CEO da agência 35, destaca a pressão de mercado por “fast innovation”, onde as empresas apostam em inovações imediatas para diferenciar suas marcas, oferecendo uma experiência mais rica e atrativa como valor agregado para consumidores e funcionários.
Empresas do setor de indulgências, como a Cacau Show, estão adotando abordagens mais saudáveis. Investindo em parques de diversão e hotéis, a Cacau Show busca agregar novos valores à sua marca, proporcionando experiências memoráveis aos consumidores e funcionários.
Além disso, a The Fini Company, conhecida por seus produtos de doces, está investindo em suplementos para levar mais saúde aos consumidores. Com foco em vitaminas e outros produtos para o bem-estar, a empresa busca atender às demandas do público, que muitas vezes também são seus funcionários.
A Danone, por sua vez, aposta em parcerias e ações especiais para promover bem-estar em todas as gerações. A empresa se associou à Malwee Kids para criar uma coleção de roupas sensoriais infantis com cheiros e texturas da marca Danoninho. Além disso, a Danone mantém programas internos, como o Be Well, que oferece suporte à saúde física, mental, social, espiritual, assistencial, consultoria financeira e jurídica para seus funcionários.
Essas estratégias refletem uma busca crescente das empresas por se alinhar às novas demandas do mercado, que valoriza cada vez mais a saúde e o bem-estar, criando experiências significativas tanto para os consumidores quanto para os colaboradores.
Fonte: Exame
