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Smart Fit levanta R$ 700 milhões para fortalecer as contas e voltar a bombar

Graças a uma coleção de sócios ilustres, a Smart Fit vai ter o privilégio de começar 2021 a partir do ponto onde estava em março de 2020, antes que a pandemia do novo coronavírus congelasse algumas atividades. A empresa, que também é dona das bandeiras Bio Ritmo e O2, acaba de fechar uma capitalização de 500 milhões de reais. Com isso, o saldo de caixa volta ao momento pré-covid, para 1,3 bilhão de reais.

A lista de sócios que fez o aporte tem nomes como a Pátria Investimentos, que detém a maioria do capital votante, o Canada Pension Plan Investments (CPPI) e a Dynamo.  A captação foi feita em ações preferenciais e não alterou a estrutura de controle do negócio.

Para a capitalização, a empresa criou uma nova classe, as PNB. Os papéis são resgatáveis à opção da companhia, mas o custo elevado não incentiva a recompra (embute remuneração de 40% em 18 meses e de 144% em 3,5 anos).  A partir de 2025, os papéis serão automaticamente convertidos em PNA. Caso no meio do caminho a Smart Fit seja alvo de uma aquisição de controle, os papéis poderão ser convertidos em ações ordinárias. A gestora Pátria assumiu, sozinha, pouco mais da metade da operação e o fundador, Edgar Corona, fez o segundo maior cheque, de 95 milhões de reais, por meio de um fundo.

Mas não para por aí. A empresa levantou outros 180 milhões de reais em uma subsidiária, chamada Smartexp, que pretende garantir a expansão da operação já. A ideia é deixar tudo pronto para a retomada pós-pandemia. Essa rodada contou com múltiplos investidores organizados em um fundo.

No total, portanto, são quase 700 milhões de reais que chegam em dezembro para oxigenar os negócios em 2021. Ao mesmo tempo que lida com os problemas causados pelo novo vírus, o fundador e presidente Edgar Corona não quer perder as oportunidades comerciais que se abriram na pandemia. E os sócios estão apoiando o empreendedor, que hoje tem, junto com a família, cerca de 26,5% do capital votante da empresa.

Enquanto os 500 milhões de reais dão fôlego para a companhia negociar com credores, os recursos captados pela Smartexp vão ser integralmente usados para expansão. A companhia colocou dentro dessa subsidiária 34 pontos comerciais que estão sendo preparados para serem futuras unidades. Quando tudo tiver voltado ao normal (ao menos nas academias), a Smartexp deve ser absorvida pela holding e seus sócios incorporados à base de acionistas.

A aposta de Corona e de seus acionistas é que, uma vez garantida a segurança e a liberdade de circulação das pessoas, a retomada será rápida. Mais do que isso: a crença é que a própria pandemia, uma vez que a fase aguda fique no passado, vai motivar ainda mais as pessoas a cuidar da saúde. O grupo de risco da doença inclui problemas crônicos nos quais a atividade física é capaz de trazer muita melhoria, tais como pressão alta, diabete e obesidade.

É por isso que a empresa não parou de expandir a operação mesmo durante o pior momento do ano e quer acelerar esse ritmo. No fim de março, tinha 850 unidades e em novembro esse total já havia subido para 900. Sem perder franqueados, a expansão foi toda feita em lojas próprias.

Antes que o novo vírus se espalhasse pelo mundo, 2020 prometia ser um ano de forte crescimento para a empresa, que levantou um total de 1,15 bilhão de reais no passado. A Smart Fit quer garantir que os planos não fiquem congelados.

Até novembro, a pandemia levou embora cerca de 400.000 alunos dos planos tradicionais e trouxe 300.000 clientes digitais, de programas online. Esse ajuste permitiu que o número total de alunos passasse de 2,8 milhões para 2,7 milhões de março até o mês passado.

As dívidas

Concentrar o crescimento na Smartexp e capitalizar a holding foi o caminho que a empresa encontrou para buscar manter a fé também dos credores nos planos para o negócio. Eles são peça importante. A empresa tinha 2,6 bilhões de reais em compromissos financeiros ao fim de setembro, sendo que 400 milhões de reais têm vencimento no curto prazo. O objetivo da companhia é conseguir dialogar com os credores para postergar esse pagamento.

É provável que os estragos deixados pela pandemia — ainda que temporários — também obriguem a empresa a renegociar pela segunda vez os limites de alavancagem com credores de uma emissão de 1,3 bilhão de reais em debêntures.

Em meados do ano, a empresa esticou o teto da relação entre dívida líquida e Ebitda para 6,75 vezes. Porém, ainda que consiga se manter dentro desse limite em dezembro, a expectativa é que até março de 2021, essa condição tenha de ser novamente revisada.

O Ebitda de janeiro a setembro caiu quase 89%, para 46 milhões de reais. Com isso, a relação entre dívida líquida e Ebitda fechou o terceiro trimestre perto de nove vezes. A receita recuou 27% frente ao mesmo período de 2019, para 670 milhões de reais nesse período. O prejuízo da operação se multiplicou por 100 na comparação anual: passou de 3,9 milhões de reais para 399 milhões de reais.

Fonte: Exame

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