O TC (TRAD3) anunciou ao mercado na manhã desta quarta-feira, 6 de outubro, um investimento de 15 milhões de dólares (cerca de 80 milhões de reais ao câmbio da véspera) para adquirir notas conversíveis em ações de emissão da 2TM, a holding que tem o Mercado Bitcoin como sua principal empresa.
O investimento se insere na mesma rodada de 200 milhões de dólares realizada pelo SoftBank na 2TM em julho, que levou o valuation da holding acima de 1 bilhão de dólares e ao consequente status de unicórnio.
O Mercado Bitcoin é a maior corretora de criptos do país e da América Latina. Nos primeiros oito meses de 2021, transacionou mais de 30 bilhões de reais.
O negócio também representa um passo a mais na diversificação de áreas de atuação do TC, que nasceu com a comunidade de renda variáveil e prepara iniciativas no mundo de fundos imobiliários e renda fixa.
“O TC pretende ser uma plataforma completa de investimentos, muito resiliente a todas as oscilações de mercado. Pretendemos oferecer a carteira diversificada completa para o investidor pessoa física”, disse Pedro Machado, diretor de Relações com Investidores do TC, à EXAME Invest.
No fato relevante divulgado ao mercado, a companhia informou que “entende que a indústria de criptoativos é de suma importância para as suas atividades, contando com uma alta penetração na população brasileira. Somente no Mercado Bitcoin, são mais de 3 milhões de usuários cadastrados”.
“Eventuais parcerias junto à 2TM permitiriam à companhia expandir receitas através de cross-selling para seus próprios clientes, bem com alcançar novos clientes nativos do mercado de criptoativos, expandindo seu público endereçável”, diz a empresa no fato relevante.
Com a operação, o TC poderá incorporar suas principais funcionalidades na plataforma da Mercado Bitcoin, com o
objetivo de criar a maior comunidade de criptoativos na América Latina. E poderá desenvolver a integração com a corretora, permitindo trades no app para clientes que desejarem negociar criptoativos.
Pedro Machado destacou ainda o ganho potencial com a incorporação de tecnologia blockchain, como a tokenização de ativos, e o fato de que o Mercado Bitcoin opera alinhado com as exigências regulatórias no Brasil.
O TC, anteriormente conhecido como TradersClub, é a maior plataforma social de conteúdo e serviços para o investidor do país.
Segundo dados do segundo trimestre, o TC teve crescimento perto de 200% na base de usuários cadastrados, que saltou de 170.700 para 502.300 na comparação anual. O avanço foi maior em usuários pagantes, de 14.300 para 88.000.
Há uma semana, o TC anunciou a aquisição da Economatica, uma das principais plataformas de informações financeiras para o mercado do país, reforçando a sua atuação no segmento B2B. O valor da transação foi de 40 milhões de reais.
A empresa foi listada na B3 no fim de julho, em IPO que movimentou cerca de 600 milhões de reais. Foi uma oferta 100% primária, em que os recursos vão para o caixa da companhia. As ações dispararam no primeiro pregão, mas atualmente acumulam queda de 38% (até a terça-feira) em meio à onda vendedora do mercado, que afeta especialmente empresas de tecnologia.
A 2TM conta ainda com o Meubank, instituição de pagamentos e carteira digital; o Bitrust, custodiante digital qualificada; a Clearbook, plataforma de equity crowdfunding autorizada pela CVM; a MBDA, tokenizadora de ativos; a Mezapro, solução provedora de serviços para investidores institucionais; a Blockchain Academy, braço educacional do grupo; o Portal do Bitcoin, especializado em notícias sobre o mercado de criptomoedas; e o ParMais, fintech que opera como gestora e presta consultoria em gestão de patrimônio e investimentos com uso de tecnologia.
Fonte: Exame