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Vyttra fatura R$ 300 mi com exames de covid e está pronta para autotestes

Fabricante brasileira de exames de covid vai investir R$ 60 milhões em 2022 e prepara testes rápidos para detectar de dengue a intolerância a glúten

A empresa de diagnóisticos Vyttra viu seu faturamento triplicar de um ano para o outro: foi de 100 milhões de reais em 2019 para 300 milhões de reais em 2020. O motivo foi a explosão de demanda por testes rápidos de covid-19. A empresa fabrica testes de sorologia, que checam se as pessoas têm os anticorpos contra a doença, e já vendeu mais de 6 milhões de unidades do produto.

Com o avanço da vacinação e a pandemia mais controlada, a companhia começou a investir para continuar crescendo com outros produtos, até que foi pega de surpresa pela nova onda da doença, impulsionada pela variante ômicron. “A demanda veio caindo no segundo semestre de 2021, até que em dezembro tudo mudou. Tivemos aumento de 500% na procura. E em janeiro, só nos primeiros dias, já aumentou 500% em relação a dezembro”, afirma o CEO da Vyttra Rubens Freitas.

No primeiro semestre de 2021, auge da segunda onda da covid, a Vyttra entregava em média 500 mil testes rápidos de covid por mês. No segundo semestre, com o avanço da vacinação, estava entregando de 100 a 200 mil testes. Agora, com a ômicron, chegou a entregar 700 mil testes entre o final de dezembro e o início de janeiro. O fato de estar se preparando para oferecer outros produtos ao mercado permitiu que ela respondesse rapidamente à nova alta de demanda.

Por conta da alta procura e do desabastecimento global de insumos para os testes, a Vyttra tem demorado cerca de quinze dias para atender os pedidos. A fábrica, que fica em Bragança Paulista (SP), já está trabalhando em três turnos e contratando mais cinquenta pessoas. “Estamos conseguindo atender com esse tempo de espera. Mas a maioria das empresas não estava com estoque ou com as linhas preparadas para atender a essa demanda”, afirma Freitas.

Laboratórios e farmácias já têm tido escassez de exames de covid. A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) orientou seus membros a priorizar a realização de testes para pacientes com sintomas mais graves, dentre outros pacientes prioritários. A orientação é suspender os testes em pessoas assintomáticas, ou com sintomas leves. A Rede D’Or, maior rede de hospitais do país, já passou a limitar a realização de exames.

Pronta para os autotestes

A falta dos testes tem levantado a discussão sobre a possibilidade de venda de autotestes em farmácias. O produto permite ao paciente testar-se em casa e verificar o resultado em minutos a um preço acessível. Ele é bastante usado nos Estados Unidos e em países asiáticos e europeus, mas ainda não é regulamentado no Brasil. É quase consenso entre o setor privado ligado ao diagnóstico que os autotestes são uma alternativa que somaria aos esforços.

O Ministério da Saúde enviou no último dia 13 à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o pedido para autorização de autotestes de covid-19 no Brasil. A agência deve avaliar o documento nos próximos dias.

O presidente da Vyttra afirma que a companhia está apta a oferecer o produto assim que que ele for liberado pela Anvisa. A expectativa é que, com a liberação, a empresa consiga colocar o produto no mercado em cerca de um mês, tempo necessário para fazer os ajustes nas embalagens e atender às possíveis exigências do órgão regulador. “Uma vez que as orientações estejam claras, vamos nos adaptar e disponibilizar o produto no mercado. Do ponto de vista de política pública, faz muito sentido ter o autoteste disponível para a população”, afirma.

De dengue a glúten

A Vyttra foi fundada em 2016, após a fusão de três empresas do setor de saúde, Imunotech, Hemogram e Alka. A companhia tem duas unidades de negócio principais. A primeira é a frente de automação laboratorial, que fornece maquinário e insumos para os laboratórios realizarem diagnósticos de forma centralizada. A outra é a frente de point of care, que fornece soluções para diagnósticos de forma descentralizada. É nessa frente que estão os testes rápidos de covid realizados nas farmácias e clínicas.

A frente de exames descentralizados é a grande aposta da companhia para continuar crescendo quando a pandemia terminar. “Essa já era uma tendência antes da covid, e com a pandemia ganhou muita força. Estamos nos preparando para oferecer uma série de outras soluções que possam melhorar a vida das pessoas”, afirma Freitas, que veio do mercado financeiro e se juntou à empresa em abril de 2021 justamente para ampliar a divisão de diagnósticos descentralizados.

A empresa investiu 40 milhões de reais em 2021, em compra de equipamentos, pesquisa e desenvolvimento e na sua capacidade produtiva. Em 2022, pretende investir mais 60 milhões de reais. Em 2021 a receita foi de 300 milhões de reais e, antes da nova onda de covid chegar ao Brasil, a expectativa era manter esse patamar em 2022.

Uma solução lançada pela empresa é o teste “combo”, que identifica se a pessoa está com covid, e dois tipos de influenza. O produto chegou ao mercado em maio de 2021 e teve grande procura com a nova onda da pandemia, que ocorreu junto com um surto de influenza no Brasil.

Para 2022, a companhia tem possibilidade de lançar mais de 200 testes. Dentre os produtos em desenvolvimento estão testes para identificar zika vírus, dengue e doenças infecciosas em geral, testes de alergias e de intolerância a lactose e glutén, além de soluções para diabetes. “O desenvolvimento e fabricação de produtos próprios é uma das nossas fortalezas. Nossa estratégia é ter cada vez mais produtos próprios, e ajudar a garantir a independência do país em diagnósticos”, afirma Freitas.

“Antes o médico te pedia um teste, você ia ao laboratório e o resultado podia levar dias. Hoje temos tecnologia para ter resultados em 10, 15 minutos, alguns são tão fáceis que podem ser feitos em casa. Começamos a pensar no que faz sentido as pessoas fazerem de forma descentralizada”, completa.

Fonte: Exame

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