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XP lança XP Ventures para estreitar relação com startups

A XP Inc vem trabalhando há meses na criação de uma área de venture capital, inserida em sua divisão de inovação. Em junho, a empresa investiu em duas startups e fechou acordos comerciais com outras quatro. Agora, a XP tem até R$ 8 bilhões em caixa de capital próprio que pode ser usado nos investimentos. “Temos consciência que o que nos trouxe até aqui nos últimos 20 anos não vai garantir nosso sucesso nos próximos 20 anos. Queremos estar perto das startups porque precisamos nos reinventar”, diz Marcos Sterenkrantz, head da XP Ventures. “Estar perto das startups nos ajuda a ter essa mentalidade de inovação”.

A empresa começou a desenhar a nova área há um ano. “A XP já tinha contato com startups, mas a gente achou que era hora de fazer isso de maneira organizada, com a cara da XP e de forma que aumentasse nosso contato com esse ecossistema”, diz Marcos.

Depois de olhar modelos internacionais para entender o que faria sentido para a empresa de investimentos, a XP desenhou um modelo para trabalhar com as startups. “Entendemos que nem sempre a melhor forma de contribuir com uma startup é por meio de equity. Decidimos que só vamos entrar com equity quando a solução faz parte da nossa estratégia na XP e quando nós também podemos agregar valor à startups, além do capital”, explica Marcos.

Na vertente de corporate venture, a empresa iniciou uma busca ativa por startups que possam passar a integrar o portfólio da XP. Até agora, a companhia fez dois pitch days internos para conhecer startups. Das 12 que se apresentaram, duas receberam investimentos: Antecipa e Fliper. Entre as dez startups que não receberam investimentos, quatro se tornaram fornecedoras de tecnologia da XP. Segundo Marcos, não há restrição sobre o estágio de crescimento da startup a receber investimento.

O executivo ressalta, no entanto, que apesar de ter R$ 8 bilhões disponível, não há um valor específico destinado para os aportes. “Quando encontramos uma oportunidade, chamamos nosso comitê e levantamos os fundos para investir naquela oportunidade. Se acharmos 15 ou 20 empresas interessantes e que façam sentido para nós, vamos investir. Mas se passarmos três meses sem achar nada, não temos a obrigação de alocar esse capital”, diz. Todos os investimentos, diz, são feitos com capital próprio da XP, não dos clientes.

“Não somos um fundo de venture capital que está procurando uma startup para investir e vender daqui a dez anos por um valor 50 vezes maior. Queremos encontrar empresas que potencializem o propósito da XP, de ajudar o brasileiro a investir melhor, e queremos ser também um smart money”, diz Marcos. Por isso, o braço de ventures trabalha em conjunto com o time de estratégia da XP para entender quais os rumos da empresa e quais startups poderiam ajudar a seguir o caminho traçado.

“O ESG [sigla em inglês para ambiental, social e governança] passou a ser um tema super relevante para a gente, e rapidamente descobrimos que há um ecossistema incrível de startups nesse campo”, diz Marcos. A XP prepara, para o fim de setembro, um novo pitch day focado em ESG.

Além dos investimentos diretos em startups, a XP Ventures tem outros dois pilares. O primeiro é a busca por tendências. “É nosso pilar de inteligência, de olhar para o mundo e ver o que as startups trazem, quais modelos estão buscando, e trazer isso para discussões internas”, diz Marcos. Nessa vertente, executivos da empresa já viajaram à China no início deste ano para aprender mais sobre o ecossistema de inovação no mercado financeiro asiático. Havia outra viagem marcada, para Israel, mas foi postergada por causa da pandemia de coronavírus.

Por fim, há o pilar de governança. Foi formado um comitê para decidir quais startups receberão investimentos, e há um trabalho de compliance durante e após o fechamento dos acordos. “Uma vez que você investe na startup, é importante saber trabalhar com ela depois. Ela precisa continuar com independência e autonomia, a gente está ali para potencializar o crescimento, mas temos de deixar a startup manter sua cultura”.

Startups

As duas startups que receberam investimentos da XP foram Antecipa e Fliper. A primeira é uma startup de inteligência de crédito que criou uma plataforma digital que integra fornecedores e compradores, proporcionando a possibilidade de financiamento entre as empresas, sem necessariamente ter um banco como intermediário. A Antecipa foi fundada em 2015 e recebeu seu primeiro investimento em setembro de 2019, liderado pela Redpoint eventures. “Como tivemos o lançamento do XP Empresas no ano passado, imaginamos que diversas das nossas clientes podem ter interesse nesse serviço”, diz Marcos.

Já a Fliper atua no mercado B2C. A empresa criou uma visualização completa e consolidada dos investimentos de cada cliente – agregando informações sobre o capital investido em diferentes instituições financeiras. “A gente acredita que tem produtos melhores que os grandes bancos, mas é melhor quando o cliente consegue, em uma mesma plataforma, comparar os investimentos na XP e em outras instituições”, afirma. Com o open banking, esse tipo de integração ficará cada vez mais evidente. Desde o fechamento da parceria com a XP, a Fliper conseguiu acelerar seu crescimento. Em maio, eram 57 mil usuários, número que passou para 80 mil no fim de julho. “Queremos que a Fliper nos ajude a potencializar nosso propósito, mas só fazemos o investimento quando acreditamos que podemos potencializar o crescimento da startup também, e os números da Fliper mostram isso”.

Pandemia

Para Marcos, a pandemia trouxe um cenário de maior incerteza para as startups. “Por outro lado, essas empresas têm a cultura de se reinventar rapidamente”, diz. Segundo ele, algumas startups aproveitaram a crise para se tornarem ainda mais digitais e para ajudar outras empresas a serem mais digitais.

O impacto, entretanto, é inegável. “Foi um baque. Os fundos de venture capital e os anjos frearam seus investimentos, o que pode ter sido complicado para muitas dessas empresas, mas há a vantagem da cultura rápida para fazer a mudança e se adaptar ao novo cenário”.

Fonte: Época Negócios

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