Se no início da pandemia a redução da poluição levou a sinais da natureza se reabilitando ao redor do mundo, esse pequeno respiro pode ter sido algo apenas pontual.
Dados apresentados nesta terça-feira, 2, pela Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) apontam que as emissões de dióxido de carbono (CO2) subiram 2% em dezembro de 2020, se comparado com o mesmo mês de 2019. Foram jogados na atmosfera 60 milhões de toneladas do poluente.
O IEA aponta que 2020 foi um ano de queda nas emissões, no geral. A queda, de 6% ante o ano anterior, mascara dados como o retorno do aumento das emissões no aumento em dezembro.
“A retomada das emissões de carbono no final do ano passado é um duro aviso de que não estamos fazendo o bastante para acelerar transições rumo a fontes de energia limpa ao redor do mundo. Se governos não avançarem rápido com as políticas de energia corretas, pode-se estar em risco a oportunidade de histórica de fazer com que 2019 tenha sido o pico de emissões globais”, disse Fatih Birol, diretor executivo do IEA.
De acordo com Birol, os números apontam que estamos retomando para o padrão intensivo em carbono e são um lembrete do imenso desafio para transformar o sistema energético global.
Em alguns dos principais países emissores de carbono, como China e Índia, houve aumento na comparação anual, de acordo com os dados do IEA.
No Brasil, a atividade de transporte rodoviário resultou em aumento na demanda por combustível e o último trimestre terminou com mais gás carbônico jogado na atmosfera do que em 2019, apesar de o país ter reduzido emissões no início do ano.
Os Estados Unidos tiveram uma queda de 10% nas emissões de carbono ante o ano anterior, mas retomaram uma tendência de alta no final do ano. Evolução das emissões de carbono em 2020 em algumas das principais economias, na comparação com 2019
Fonte: Exame