A pouca previsibilidade sobre a evolução da pandemia e o ajuste dos gastos públicos a partir de 2021 aumenta a incerteza sobre o ritmo da retomada da economia, avaliou o Banco Central nesta sexta-feira (5) por meio do boletim regional.
“Informações setoriais do início de 2021 confirmam maior acomodação da atividade [sem crescimento], refletida nos indicadores de mobilidade e nas vendas com cartão de débito, principalmente no Norte”, acrescentou a instituição.
Pouco mais de um ano depois de registrar o primeiro caso de Covid-19 em território nacional, o Brasil vive o pior momento da pandemia, com recordes negativos seguidos de mortes registradas em 24 horas.
- Nesta quinta-feira (4), o ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu vacinação em massa contra a Covid-19 e “primeiro, a saúde” porque “sem saúde, não há economia”.
- Também nesta quinta, o presidente Jair Bolsonaro xingou de “idiota” quem defende a compra de mais vacinas e acrescentou: “Só se for na casa da tua mãe”.
No ano passado, segundo análise do Banco Central, os impactos da pandemia “determinaram o comportamento da economia ao longo dos trimestres” e foram atenuados pelos programas governamentais de sustentação do emprego e renda, que permitiram reação mais rápida de alguns segmentos, inclusive o de bens duráveis.
Em 2021, o governo ainda não anunciou medidas emergenciais de combate à pandemia, que tem registrado crescimento de casos e de mortes nas últimas semanas. O auxílio emergencial, principal medida de apoio à população carente, que também sustentou a atividade no ano passado, ainda não foi renovado.
Nesta quinta, o Senado Federal aprovou em segundo turno a PEC Emergencial, que viabiliza a retomada do auxílio emergencial com controle de outros gastos. O texto ainda precisa passar pela Câmara dos Deputados para entrar em vigor.
Exemplo do Amazonas
De acordo com o BC, os indicadores de alta frequência (mais recentes) sugerem que a contração econômica ocorrida em janeiro no Amazonas “tem magnitude similar à observada em abril de 2020”, na primeira fase mais aguda da pandemia.
Acrescentou ainda que sinais de acomodação em patamar ainda baixo aparecem a partir da segunda semana de fevereiro.
“Dadas as dinâmicas distintas de evolução da Covid-19 nos estados brasileiros, o caso do Amazonas sinaliza os possíveis impactos de um agravamento severo da epidemia em outras regiões”, concluiu o Banco Central.
Fonte: G1