Com apenas dois anos de existência, a Eve, startup criada pela EmbraerX, prepara sua abertura de capital na Bolsa de Nova York com uma avaliação de US$ 2,4 bilhões, um valor maior que o da própria Embraer. A operação, prevista para maio, visa levantar US$ 500 milhões para o desenvolvimento dos “carros voadores”, os eVTOLs.
A spin-off foi a primeira aposta da EmbraerX, o braço de inovação criado pela gigante do setor aéreo para “abraçar a inovação disruptiva”, segundo o CEO da EmbraerX, Daniel Moczydlower.
A expectativa é a de que os carros voadores da Eve comecem a entrar no mercado em 2026. A empresa já conta com 19 clientes e um total de 1.825 unidades reservadas. De acordo com Moczydlower, diferentemente de soluções urbanas aéreas como os helicópteros, os eVTOLs serão mais acessíveis, usados para viagens coletivas. “O que a gente imagina é que as pessoas vão comprar passagens para voar, não que elas irão comprar eVTOLs para terem em suas casas”, diz.

O início das operações urbanas, segundo o executivo, deve acontecer a partir de algumas rotas definidas, conectando aeroportos, por exemplo. “Não vai ser da noite para o dia que teremos cidades repletas de eVTOLs. Mas, aos poucos, a gente vai ver esse tráfego aumentando”, explica. “A gente enxerga um modelo que será de economia compartilhada.”
Para o executivo, os desafios que existem para que os carros voadores comecem a voar pelas grandes capitais do mundo, como infraestrutura e regulação, serão superados com o avanço das tecnologias e do diálogo com órgãos reguladores – que, segundo ele, tem sido frutífero. “Não vai ser um Big Bang, em que vamos acordar um dia no mundo dos Jetsons. Vai ser aos poucos”, explica.
Confira a entrevista completa com Daniel Moczydlower, CEO da EmbraerX, ao NegNews.
Fonte: Época Negócios