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A estratégia da InstaCarro para estancar a queima de caixa

Startup brasileira que faz a compra e venda de veículos usados ingressou no financiamento de lojistas

Que a era do dinheiro fácil ficou para trás, qualquer empreendedor sabe. Reter o caixa e buscar o breakeven é um caminho incontornável, ainda que mudar a mentalidade depois de anos de capital exuberante não seja uma tarefa exatamente simples. Na InstaCarro, a startup de compra e venda de automóveis usados, o desafio era virar a chave num mercado que parou de crescer.

Fundada pelo argentino Luca Cafici em 2015, a startup brasileira acha que encontrou a avenida certa para tocar o negócio em tempos de capital escasso. Para ampliar as fontes de receita, a InstaCarro estreou no financiamento a revendas de automóveis, ficando com uma taxa pela originação e análise do risco do crédito oferecido por parceiros (bancos e investidores).

Aos poucos, a nova vertical começou a mostrar resultados. A InstaCarro está originando de US$ 1 milhão a US$ 1,5 milhão em financiamentos por mês, o que é ainda pequeno para uma companhia que fatura cerca de US$ 100 milhões, mas mostra o caminho para aumentar a monetização de um cliente que já se relacionava com a companhia.

Depois de uma fase de testes, a startup quer multiplicar a originação de crédito em 2023, passando para US$ 10 milhões por mês. “A ideia é poder dar financiamento para 100% dos clientes”, contou Cafici ao Pipeline. Tipicamente, os parceiros da InstaCarro que oferecem o funding aos revendedores de carros parcelam o pagamento em seis vezes. “Isso dá tempo para o lojista gerenciar melhor o capital de giro das revendas”.

Ao mesmo tempo em que busca novas receitas, a InstaCarro pisou no freio no crescimento das operações. Se a startup estava acostumada a triplicar de tamanho anualmente, o que naturalmente exige mais capital de giro e investimentos em marketing, neste ano “só” vai crescer 50%, o que é um número expressivo considerando a dinâmica do mercado brasileiros de caros usados.

Neste ano, o mercado de usados encolheu, um reflexo do aumento das taxas de juros e do maior rigor dos bancos na concessão de financiamentos. Dados da Fenabrave, a federação dos revendedores da automóveis, mostram que as vendas de caros usados e seminovos caiu quase 12% no acumulado do ano.

Mesmo assim, a InstaCarro ainda cresceu, o que Cafici atribui à expansão geográfica da companhia, que deixou de estar presente apenas nas capitais Rio e São Paulo e abriu lojas em cidades como Campinas, Belo Horizonte, Curitiba e outras regiões do interior paulista.

A expansão para essas cidades também traz uma vantagem financeira. Os investimentos em marketing para colocar o negócio em evidência na população são menores do que nas grandes capitais. “As maiores cidades têm muita concorrência e requerem muito investimento para não ser esquecido. No interior, a mídia também é mais barata”, compara o fundador.

Atualmente, Rio e São Paulo respondem por 90% das vendas da startup, mas a ideia é reduzir esse peso ao longo dos próximos anos, ficando com uma fatia que espelhe o desenho do mercado brasileiro de automóveis usados (o mercado paulistano com 30% do total e o carioca, com 10%).

Outra decisão tomada para melhorar os resultados financeiros foi adiar a entrada da companha na venda de carros para o consumidor final, que era um dos planos da InstaCarro no ano passado, quando levantou R$ 115 milhões em uma rodada liderada por J Ventures e FJ Labs.

Com as medidas adotadas, Cafici diz que a InstaCarro melhorou os indicadores de rentabilidade em vezes. A companhia ainda queima caixa, mas encurtou o caminho para o breakeven. Segundo o fundador, a ideia é que o negócio deixe de consumir recursos dentro de um ano e meio. Até lá, ele garante que a companhia tem recursos suficiente para atravessar a arrebentação.

Fonte: Pipeline Valor

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