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A próxima parada do ônibus elétrico da chinesa Higer é no Brasil

Companhia planeja trazer fabricação ao país a partir de 2023 para driblar a carga pesada de 35% de tributos

Na promessa de transporte limpo no Brasil, a montadora chinesa Higer Bus quer garantir seu lugar. A companhia está trazendo sua linha de ônibus urbanos para o Brasil por intermédio da TEVX Motors Group, uma importadora voltada para transporte elétrico.

Para já chegar com escala, a chinesa quer começar por São Paulo – numa reunião hoje à tarde com o prefeito da capital, Ricardo Nunes, e membros da Secretaria de Transporte, os executivos da companhia apresentaram seu veículo. A cidade de São Paulo tem um plano de troca de cerca de 20% de sua frota para modelos elétricos até 2024. Entre 1,5 mil e 3 mil veículos devem ser trocados no próximo ano e cerca de 12 mil a 14 mil até 2035 – para isso, precisa de garantia de fornecedores e os chineses querem estar entre eles.

A linha de produção da Higer é capaz de colocar 35 mil ônibus de grande e médio porte no mercado global a cada ano. Por enquanto, o modelo Azure A12BR, que tem também uma versão autônoma, aguarda homologação da SPTrans para seguir com os testes de rota. O ônibus tem capacidade para 70 passageiros e autonomia de 270km. Se aprovado pela autoridade, o veículo deve estar nas ruas paulistanas ainda no primeiro semestre de 2022.

Mas a Higer não quer vender nada. O produto será ofertado a concessionárias operadoras de transporte urbano por meio de contratos de locação. TEVX e Higer serão responsáveis por toda a manutenção dos veículos. “O longo prazo faz com que os custos sejam diluídos para as operadoras. Esse modelo que nós estamos trazendo é praticamente uma linha de financiamento com parcelamento em 15 anos, o que é incomum no Brasil”, explica Celso Antônio Barreto, sócio-diretor da TEVX.

Essa oferta de serviço inclui a montagem e manutenção da infraestrutura de abastecimento, que ainda deve ser montada nas garagens da capital. Para isso, a TEVX e a Higer contam com a parceria de Enel e Engie — que garantem, por contrato, energia de fonte renovável. “São dois fornecedores que já desenvolveram projetos semelhantes no Chile e na Polônia”, conta Marcelo Barella, diretor geral da Higer na América do Sul.

O executivo, aliás, enxerga as parcerias locais como um fator decisivo para trazer a operação ao Brasil. A gigante Bosch, a ZF, de suspensão, freios e amortecedores, além da Dana, de motores, vão fornecer componentes para que os ônibus possam ser montados aqui em sistema PKD: peças eletrônicas e a carcaça do veículo vêm da China. Essa importação não custa barato: só o imposto é de 35%. Por isso, está nos planos trazer toda a fabricação para o solo brasileiro a partir de 2023.

Como parte do compromisso que assumiu com o C40 Cities — rede global com 97 das maiores cidades do mundo que discute iniciativas de enfrentamento à crise climática —, a Higer deve investir US$ 10 milhões em fomento a infraestruturas de produção e abastecimento da rede de veículos elétricos. O ESG é uma das bandeiras do negócio.

Fundada em 1998, a Higer hoje tem receita anual de US$ 1,5 bilhão e exporta cerca de 30% de sua produção para os mais de 120 países que atende em todo o mundo. Além da capital paulista, os executivos da TEVX e da Higer estão em negociação com outras grandes capitais do país, como Belo Horizonte, Salvador e Brasília.

Fonte: Pipeline Valor

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