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Amigos de escola empreendem com poke e faturam R$ 35 milhões com franquias

Gustavo Pavan, Filipe Moreno e Guilherme Kuyumjian são sócios do Mana Poke, rede de restaurantes especializados que projeta fechar o ano com 40 unidades

Filipe Moreno e Guilherme Kuyumjian, ambos com 36 anos, são amigos há mais de duas décadas, estudaram juntos, e, há quatro anos, também se tornaram sócios. Os dois são fundadores da Mana Poke, uma rede de franquias especializada no prato tipicamente havaiano, que nasceu em Campinas (SP), em 2018, e hoje já tem 26 franquias em operação. Cinco novas lojas devem ser inauguradas em setembro e mais cinco até o início do próximo ano. A rede faturou R$ 32 milhões em 2021 e já superou esse valor, chegando a R$ 35,5 milhões até julho deste ano. A projeção é fechar 2022 com R$ 65 milhões de receita bruta.

Antes de empreender, Moreno era representante comercial e teve uma empresa por sete anos. Ele fechou o negócio, estava em um ano sabático, e vinha pensando em ter um negócio próprio novamente. O apetite empreendedor veio de uma refeição despretensiosa, em 2018, no litoral Sul de São Paulo — bem longe do Havaí. Ele e sua esposa foram até um restaurante de comida saudável e pediram por um poke, prato que nunca tinham experimentado até então. “Nos apaixonamos”, diz.

Moreno voltou para casa e continuou pensando na iguaria havaiana. Ao perceber que ainda não tinha opções em Campinas, ele chamou Kuyumjian, que já era do ramo de alimentação, para traçarem um plano de negócios. Os dois foram visitar alguns restaurantes especializados que já existiam na cidade de São Paulo e buscaram ideias para montar o próprio estabelecimento. “Queríamos algo que fosse rápido e prático, para que o cliente pudesse pegar o prato e sair comendo”, explica.

Eles investiram cerca de R$ 130 mil para a abertura da primeira loja da Mana Poke, em dezembro de 2018. “Era todo o dinheiro que tínhamos”, diz Moreno. De acordo com ele, o negócio atraiu público desde o primeiro dia, e o faturamento no primeiro mês bateu R$ 90 mil – eles esperavam quatro vezes menos do que isso. No mês seguinte, saltou para R$ 250 mil. O diferencial, de acordo com ele, era vender a experiência do “monte seu poke”, em que o cliente pode escolher combinações entre os 59 ingredientes oferecidos. Até hoje esse é o carro-chefe da marca.

Em novembro de 2019, os dois resolveram abrir uma segunda loja em Ribeirão Preto, também no interior de São Paulo. Foi nessa fase que chegou o terceiro sócio da marca, Gustavo Pavan, 40 anos. Em maio de 2020, a terceira unidade foi inaugurada em Campinas, em plena pandemia.

O primeiro mês da crise sanitária, inclusive, trouxe um baque para o negócio, que viu o faturamento despencar cerca de 50%. No entanto, já no mês seguinte, as lojas conseguiram se recuperar. De acordo com Moreno, o delivery sempre foi forte nas operações, chegando a corresponder a 60% do faturamento — hoje ainda se mantém nessa média. “Investimos em embalagens, playlists no Spotify e mensagens personalizadas para conseguir fidelizar os novos clientes”, diz. Em junho daquele ano, o faturamento já era o mesmo de 2019.

Foi também durante a primeira fase da pandemia que os sócios formataram a empresa para se tornar uma franquia. A primeira unidade franqueada abriu as portas em agosto de 2020, e conseguiu manter um faturamento satisfatório. As demais vieram após as restrições impostas pela segunda onda, em março de 2021.

Hoje, a rede já está em praticamente todos os grandes centros do interior de São Paulo, e com unidades na capital do estado, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás e Paraná. A maior parte dos franqueados tem mais de uma loja — e com um crescimento low profile, a maioria era cliente da marca, segundo o empreendedor.

Moreno conta que o impacto inflacionário se refletiu no tíquete médio das lojas, que tem sido de cerca de R$ 42 — no início era de R$ 36. O monte seu poke ainda representa 80% das vendas, e há sete combinações prontas que ajudam a completar o cardápio.

O investimento inicial para quem quer se tornar um franqueado da marca é a partir de R$ 350 mil. O valor inclui taxa de franquia e capital de giro. O retorno do investimento é previsto em até 24 meses.

Empreender com um amigo de longa data, um parente ou até mesmo um cônjuge traz a segurança de se conhecer o sócio previamente, mas também pode apresentar alguns desafios. No caso do Mana Poke, a amizade ajudou a fortalecer a empresa, de acordo com Moreno. Ele diz que, além do bom relacionamento que já tinha com Kuyumjian, buscava um parceiro que o complementasse no dia a dia dos negócios. “Posso dizer que sou muito bom nas funções administrativas e um gestor mais calmo, que pensa mais em planejamento e visão de futuro. Já o Guilherme é aquela pessoa mais aguerrida, agitada, que parte para cima, e é movido a trabalho 24h.”

Um dos desafios desse tipo de sociedade é saber separar os assuntos pessoais dos profissionais. Moreno conta que ele e Kuyumjian têm suas divergências, mas que utilizam isso para o crescimento do negócio. “As discussões não enfraqueceram nossa amizade, pelo contrário, nossa relação se fortaleceu ainda mais. Passamos a nos encontrar sempre aos fins de semana para conversar e nos descontrair e posso dizer que, após virarmos sócios, nos consideramos mais do que amigos, e sim, como dois irmãos.”

Fonte: Revista PEGN

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