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Até onde vai a Selic? Inflação subindo para 2023 não impede fim de ciclo, dizem economistas

Expectativas de inflação para 2023 e 2024 têm subido, mas não devem atrapalhar trajetória de fim de ciclo do BC

Com as projeções de inflação caindo para este ano, mas subindo para 2023 e 2024, o cenário de juros deve seguir em dois dígitos por mais de um ano — mesmo com o Banco Central caminhando para encerrar seu ciclo de alta.

As possibilidades para o ano que vem, em meio ao período eleitoral e incertezas no radar, foram discutidas por economistas durante debate nesta quinta-feira, 18, no Macro Day, evento do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME).

O painel contou com participação de Eduardo Loyo, sócio do BTG Pactual, Tiago Berriel, estrategista-chefe, Mansueto Almeida, economista-chefe, e Stefanie Birman, sócia e estrategista do banco.

Birman pontuou que o mercado precifica ciclo de corte levando taxa de juro para 10,5% em 2024, mas que há dúvidas sobre a trajetória do próximo ano — com risco fiscal, eleições e incertezas no cenário global.

“A inflação vem de um patamar muito alto e lá no ‘fim dos tempos’ vamos chegar a taxa de juro nominal em torno de 7% — se o juro real de equilíbrio for em torno de 4% e meta de inflação de 3%”, disse Berriel, estrategista-chefe do BTG Pactual, sobre o cenário brasileiro. “Mas o caminho até lá tende a ser doloroso.”

Eduardo Loyo afirmou que a desinflação pode “ser mais lenta” do que o esperado com as expectativas não ancoradas como estão hoje.

Mas afirma, também, que não é esperado que o BC atrase o início do ciclo de baixa de juros por causa das projeções subindo para a inflação de 2023 e 2024.

“Seria melhor se elas [expectativas de inflação] estivessem bem ancoradas”, disse, mas afirmou que não acredita que o BC deva esperar a inflação efetivamente entrar em trajetória de queda para só então começar o ciclo de corte de juros.

“Acho que é possível conviver com alguma deterioração desse tipo, e no momento que os resultados forem surgindo […], forem se transmitindo pela economia, as expectativas voltem a ficar ancoradas”, disse. “O grande risco é a gente ter ou uma confusão fiscal muito maior do que aquela que se antevê ou ter algum outro choque exógeno que tome uma dimensão muito diferente da que a gente já está enxergando.”

A expectativa é que o aperto monetário do BC deva começar a fazer efeito na inflação sobretudo no segundo trimestre deste ano, melhorando o horizonte de projeções.

Por ora, o Brasil teve deflação de 0,68% em julho e deve ter nova queda de preço em agosto, mas esse movimento foi puxado, por enquanto, pela desoneração dos combustíveis e queda no preço do petróleo no mercado internacional.

O que esperar da regra fiscal para 2023

Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual, diz que o Brasil está terminando o governo com uma “surpresa fiscal” positiva, devido ao superávit na casa de R$ 90 bilhões — após superávit de R$ 65 bilhões em 2021, mesmo vindo de um déficit em 2020. “Em dado de curto prazo, é muito positivo”, disse.

O desafio, segundo o economista-chefe do BTG, é que a dívida entrará em trajetória de crescimento no ano que vem, com a desoneração de impostos neste ano. Ele apontou que ainda não está claro — com a campanha eleitoral — qual será a regra fiscal após a eleição.

Se programas como o Auxílio Brasil em R$ 600 e desoneração de impostos federais sobre combustíveis se mantiverem em 2023, as expectativas podem ser repensadas.

“O fiscal pode, sim, atrapalhar o monetário”, concluiu Mansueto, afirmando que a curva de juros pode subir muito mais depois da eleição, ou cair, a depender do que ocorra a partir de janeiro.

O economista defendeu que o atual teto de gastos, em sua opinião, seria o arcabouço ideal. Ele acredita que a carga tributária “já é muito alta” e que é difícil encontrar espaço para gastos que flexibilizem o teto no curto prazo para investimentos, por exemplo.

“Não sabemos exatamente se o mercado vai acreditar em outro tipo de regra em que você só veja o efeito no longo prazo”, disse. Mansueto afirma que um cenário possível seriam indicadores fiscais anuais, como as regras de resultado primário, defendendo que seu modelo preferido de regra fiscal incluiria uma combinação de “algum controle de despesa e meta primária”.

Fonte: Exame

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