Há meses a Via (VIIA3) tem trabalhado o abastecimento do seu estoque de produtos, tanto pela crise na cadeia de suprimentos em meio à pandemia, quanto pela preparação para a Black Friday e as festas natalinas. Em teleconferência com jornalistas e analistas, o CEO Roberto Fulcherberguer afirmou nesta semana que o estoque não será um problema para a companhia.
Em seu balanço do 3T21,a Via reconheceu uma variação negativa de R$ 258 milhões no ciclo financeiro do período para colocar em prática essa estratégia. “Esta decisão, apesar de impactar o desempenho de nosso ciclo financeiro, tem se mostrado acertada pelo ganho sequencial de market share”, afirma em relatório.
De acordo com Fulcherberguer, o setor de varejo passa por um período agressivo em vista da maior concorrência e deve se manter assim neste período de Black Friday. Porém, a expectativa da Via é que as vendas da Black Friday sejam tão fortes quanto os últimos anos ou até maiores. “Temos promoções e estoque para isso”, disse o CEO.
No ano passado, as vendas da Via foram recordes, somando R$ 3 bilhões. Já no ano anterior, 2019, o valor foi de R$ 2,2 bilhões. De acordo com a dona das Casas Bahia, as vendas online cresceram 99% em 2020 e responderam por 62,4% das vendas do período.
O aplicativo “Me Chama no Zap”, sozinho, representou 18% das vendas online. A opção de comprar pela internet e retirar o produto na loja também cresceu significativamente (142%) no ano passado.
Omnicanalidade da Via
Para esse ano, a presença em diversas plataformas também é uma das apostas da varejista. De acordo com Fulcherberguer, a Black Friday da Via vai envolver todo o sistema de vendas da companhia, com live commerce, marketplace, lojas físicas, “Me Chama no Zap”.
“É a primeira vez que teremos uma Black Friday com o tamanho que temos hoje, mais de 106 mil vendedores (sellers), um estoque de 34 milhões de SKUs. Além de contar com a vantagem de 100% das lojas físicas abertas”, disse o CEO em teleconferência. E acrescentou: “É omnicanalidade na veia nessa Black”.
Embora não seja usual a inauguração de lojas no período de final do ano, a Via tem planos de abrir novas unidades em cidades onde não está presente ainda neste ano. De acordo com o presidente da empresa, as lojas físicas estão indo bem e são importantes para a logística da companhia e as vendas on-line.
No último balanço da Via, divulgado no dia 10, consta que a receita bruta das vendas em loja física caiu 16,6% de julho a setembro, em comparação com o mesmo período do ano passado. Na comparação consolidada dos nove meses, o avanço foi de 8,2% ano a ano.
Porém, o relatório também destaca a importância da omnicanalidade no período: cerca de 50% das vendas digitais da Via teriam passado pelas lojas físicas no 3T21.
Roberto Fulcherberguer explica que vai ficar cada vez mais complexo avaliar o que veio do on-line e o que veio do físico nas vendas da companhia. Isso porque, o vendedor da loja física também atua nas vendas on-line e essa é uma nova estratégia de “ressignificação das lojas físicas”, diz o CEO.
Passa no carnê
Estratégia marca das Casas Bahia desde a década de 1950, o crediário ainda é forte nas vendas da Via. No terceiro trimestre, representou cerca de 30% das vendas nas lojas físicas. E também tem espaço no digital: somou R$ 140 milhões no período.
Ao todo, o banQi, banco digital da Via, tem R$ 2,6 bilhões de carteira do crediário sob gestão. E essa é uma modalidade estratégica para a empresa nessa Black Friday.
Em vista do cenário macroeconômico de inflação crescente e alta taxa de desemprego, o CEO da Via acredita que a oferta de crédito é uma vantagem da companhia para esse final de ano. “Conseguimos endereçar para o consumidor uma oferta que cabe no bolso dele”, diz.
Em preparação para a Black Friday, a Casas Bahia e o Ponto anunciaram uma campanha especial para renegociação de dívidas dos consumidores, que oferece até 90% de desconto para clientes com o carnê em atraso e a possibilidade de parcelar em até 36 meses.
A campanha será válida até o dia 30 de novembro, com entrada mínima para o desconto de R$ 20. “Nossa previsão é de impactar 1 milhão de clientes com contas em atraso, com condições realmente especiais, que se adaptam ao bolso e à realidade de cada um deles”, diz Danilo Machado Rosati, superintendente de recuperação de crédito da Via.
Fonte: Suno
