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Cacau sustentável: como a Dengo revolucionou a indústria de chocolates pagando mais aos produtores

Enquanto na bolsa de Nova York a tonelada do cacau é negociada a R$ 12.100, a Dengo paga mais de R$24.000 pela mesma quantidade aos seus colaboradores do sul da Bahia. Como isso é possível? Confira como a marca criou uma indústria sustentável através do lucro justo.

Lucro justo e desenvolvimento socioeconômico são os propósitos máximos da Dengo, uma marca de chocolates criada pelo sócio-fundador da Natura, Guilherme Leal; e Estevan Sartoreli, engenheiro e ex-funcionário da Natura. Fundada em 2016, a marca compete diretamente com outras como Lindt e Kopenhagen e aposta em um varejo acolhedor, com atendentes simpáticos e ambiente receptivo.

No entanto, o diferencial da Dengo não está no sabor ou na beleza: a marca está revolucionando a indústria através de uma cadeia produtiva sustentável e de impacto. 

Para isso, o CEO da Dengo, Estevan Sartoreli, paga mais que o dobro do valor negociado na Bolsa de Nova York para seus produtores do sul da Bahia. Através do investimento feito na melhoria do cacau, 80% dos produtores que entregam a produção à Dengo conseguiram atingir uma renda maior que o custo de vida local, ganhando cerca de R$6.500 ao mês.

Para isso, os investimentos da marca em treinamentos, capacitação e vistoria dos produtores já passam de R$ 3,6 milhões. “Sem dúvida, podemos olhar isso como custo adicionado no curto prazo. Mas, para ser sincero, é impossível falar de chocolate sustentável sem remuneração justa”, comenta Estevan, CEO da Dengo, no ESG Summit 2022, promovido pela EXAME.

Salário digno na Agenda 2030

Aumentar a remuneração dos produtores sempre foi o foco do projeto. Leal, que já havia comprado um terreno em Ilhéus, na Bahia, em meados dos anos 2000 e fundado o Instituto Arapyaú de empreendedorismo e sustentabilidade na mesma região, sabia que o modelo de negócio deveria ser capaz de tirar a população local da rota do declínio social.

Com um dos piores IDHs brasileiros (0,690), os produtores de cacau da região de Ilhéus viviam em situação de extrema pobreza. Para produzir um chocolate de qualidade, a Dengo entendeu que era essencial que o produtor fosse pago de forma justa por isso. “O cacaueiro, que teve que trabalhar seis meses, fica só com 4% a 5% do valor final,” completa Estevan.

Anualmente, a Dengo realiza um censo entre os produtores para medir o impacto que a marca tem causado em suas vidas. Nos últimos dois anos, o censo registrou que a renda média anual dos cacaueiros aumentou em 33%, avançando em direção ao compromisso da empresa de dobrar a renda de 3000 produtores de cacau até 2030.

Segundo Estevan, “O mérito não é da Dengo, mas sim do consumidor. Afinal, é o consumidor engajado na causa, que opta por consumir a Dengo, quem está aumentando a renda destas famílias”.

ESG como uma lente 360º do mundo

Segundo os sócios, se preocupar com os critérios ESG é uma nova lente, ou quase um óculos 3D, que garante a visão 360º da indústria. Ou seja, faz com que os empresários ampliem o olhar para as diferentes cadeias que estão envolvidas no negócios, desde a escolha dos ingredientes, até o tipo de embalagem e a remuneração dos colaboradores.

“As cadeias produtivas econômicas se desconectaram, precisamos entender quem são os produtores e quais são as suas necessidades para, então, desenvolver uma relação empática com eles”, completa Estevan.

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