Para o climatologista, Amazônia em pé, associada a uma nova indústria, trará riquezas muito maiores que a gerada por sua destruição
O climatologista Carlos Nobre, um dos maiores especialistas do mundo na Amazônia e seus efeitos sobre o planeta, diz que a economia entendeu que sem a floresta não há clima, chuva, agropecuária e nem futuro. Segundo ele, permitir o avanço de lavouras e pastos sobre a mata não faz sentido e ameaça o agronegócio do país, responsável por um quinto do PIB nacional e o único setor que tem resistido às crises econômicas recentes.
Um dos ganhadores do Prêmio Nobel em 2008, quando integrou o Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC) por seus trabalhos nessa área, Nobre diz que a Amazônia em pé, associada a uma nova indústria, trará riquezas muito maiores que a gerada por sua destruição.
– Desmatar é acabar com o futuro. Dá lucro a poucos por pouco tempo, um modo de ganhar dinheiro colonial, de visão curta. A floresta não voltará a ser como é, ela é muito difícil de restaurar. Nem ela, nem o mundo que existe graças a ela.
Fonte: O Globo