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Com estratégia agressiva por clientes, PicPay paga 210% do CDI

Com os juros básicos, a famosa taxa Selic, pagando 2% ao ano, o investidor de repente viu que precisava se mexer para fazer seu dinheiro render. Foi atrás de fundos de renda fixa mais arriscados, títulos do Tesouro de longo prazo, despejou dinheiro na bolsa de valores. Os gestores de fundos de renda fixa tiveram que rebolar. Colocar mais papéis privados, mais arriscados que um título do governo e que, portanto, rendem mais, nos seus fundos. E para render mais, têm que ficar mais tempo. Quanto mais longo os títulos, mais eles rendem. Ou seja, nem sempre a liquidez diária é possível. Certo? Errado. Sempre há uma fintech querendo ganhar clientes. Quem quiser dobrar ganhos, sem correr risco e ainda poder tirar dinheiro a hora que quiser, a tal liquidez diária, é só deixar o dinheiro em uma conta do PicPay. A fintech está pagando 210% do CDI para quem deixar até 250 mil reais na lá. CDI é é a taxa interbancária atrelada à Selic. Isso significa, na prática, que o PicPay está pagando mais de 4% ao ano para seus clientes em uma conta remunerada.

A estratégia é agressiva. Nem dá para comparar com os grandes fundos DI de bancões, por exemplo, que não pagam sequer 100% do CDI. É preciso olhar fundos mais sofisticados como os da Rio Bravo, que oferecem opções com debêntures de grandes empresas, por exemplo, que pagam em torno de 160% do CDI. Algumas fintechs, como o C6, não oferecem conta remunerada, mas um CDB, que é um título do banco, com liquidez diária a 102% do CDI. O BTG Pactual que era um dos mais agressivos até então oferecia CDBs a 150% do CDI. Os CDBs são investimentos mais seguros porque contam com a garantia de até 250 mil reais do Fundo Garantidor de Crédito caso o banco quebre. O investimento no PicPay não é um CDB, mas a fintech garante que o dinheiro está seguro. O fundador e diretor de produtos, Anderson Chamon, explica que a remuneração é possível porque a PicPay está dividindo com seus clientes o rendimento que ela mesma consegue ao fazer suas aplicações.

A estratégia da fintech está sendo usada para engajar seus 34 milhões de clientes. É mais gente do que tem o Nubank hoje. Se o dinheiro fica na conta, é mais fácil de o cliente fazer pagamentos, compras, transferências, usar o Pix. Convencer um cliente a abrir uma conta numa fintech, sem pagar nada, é mais fácil. Difícil para as fintechs é fazer o cliente justamente movimentar dinheiro nela e usar o aplicativo. E o valor de uma fintech está no quanto seus clientes movimentam nas contas. É por isso que essas empresas lançam lojas dentro dos aplicativos, fazem parcerias com empresas de telefonia, com zona azul, com ônibus.

Com a chegada do Pix, o sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, o PicPay ainda passou a ter um desafio extra. Como seu diferencial era justamente fazer algo muito parecido com o que todos os bancos e fintechs vão poder agora fazer com o novo sistema de pagamentos do BC, alguns consultores dizem que a empresa tinha que pensar novas formas de se diferenciar. A fintech não divulga valores, mas Chamon diz que em duas semanas, dobrou o volume de dinheiro circulando pelas contas PicPay. Além disso, a conta remunerada atrai as pessoas para o aplicativo, o que incentiva os clientes a interagir mais com seus amigos. O PicPay tenta se diferenciar justamente pelo fato de ser também uma rede social. Um cliente quando se cadastra ele não tem um número, mas uma arroba.

A ideia do PicPay nasceu em 2012 quando ainda pouco se falava em fintech ou pagamento instantâneo ou mesmo pagamentos por telefone. Em 2015, a fintech foi adquirida pelo Banco Original, que pertence à família Batista, conhecida mais pelo seus negócios da carne, a JBS. Mas também a família também é conhecida por sua agressividade nos negócios que inclusive levaram os irmãos Joesley e Wesley à uma colaboração premiada com a Justiça. O Banco Original também lançou sua versão digital quando ainda era comandada por Henrique Meirelles, hoje secretário de Fazenda do governo Doria. O banco investiu mais de 600 milhões no negócio, mas nunca decolou como outras fintechs. Já o PicPay, que tem registro no Banco Central como uma instituição de pagamentos , tem uma receita de 300 milhões de reais, mas como o próprio Chamon diz que a fintech ainda está na fase de aquisição de novos usuários. A próxima fase será lançar um marketplace de crédito.

Fonte: Veja

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