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Como a reestruturação global da WeWork afeta os negócios da empresa no Brasil

Engana-se quem pensa que a pandemia do novo coronavírus foi o único desafio para a WeWork nos últimos tempos. Desde a tentativa frustrada de oferta pública inicial (IPO) em 2019, e posteriormente a renúncia do cofundador Adam Neumann do cargo de presidente-executivo, a empresa de compartilhamento de escritórios vem passando por um processo global de reestruturação que também envolve sua subsidiária no Brasil.

A WeWork, que é majoritariamente controlada pelo SoftBank, já chegou a ser avaliada em US$ 47 bilhões em 2019, após uma rodada de financiamento liderada pelo grupo japonês, mas foi reduzida a US$ 2,9 bilhões com os impactos da pandemia. Depois da troca de lideranças com a saída do cofundador e os primeiros sinais da crise em Wuhan, na China, a WeWork apostou em Sandeep Mathrani, veterano do setor imobiliário, para conduzir os próximos passos da companhia rumo a um futuro mais rentável.

Com 859 unidades em 38 países, a empresa, com sede em Nova York, viu sua receita cair 8% no terceiro trimestre de 2020 em relação ao trimestre anterior, mesmo com um ligeiro aumento na vendas de novos contratos, segundo informações da Bloomberg. Com a chegada do CEO Mathrani em meio à pandemia, a empresa focou em seu plano de transformação: vendeu empresas que haviam sido adquiridas, cortou empregos, despesas e algumas linhas de negócios.

Mas e o Brasil?

As polêmicas envolvendo o cofundador da WeWork, Adam Neumann, parecem não ter afetado as operações da companhia no Brasil. Pelo menos é o que afirma Lucas Mendes, diretor geral da WeWork no país, em entrevista a Época NEGÓCIOS. “Do ponto de vista de clientes, nada mudou. As pessoas continuam interessadas em nossos produtos”, diz. “Mas internamente, nós aproveitamos essa chance para atrair alguns novos executivos que trouxeram boas experiências para a empresa.”

No Brasil desde 2017, a WeWork Brasil conta atualmente com 32 unidades espalhadas por São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. Embora não tenha sido tão afetada pelo isolamento social quanto outros setores da economia, a empresa de escritórios compartilhados também teve de se reinventar após o fechamento de duas unidades na cidade do Rio de Janeiro.

Além das medidas para evitar a transmissão do vírus nos escritórios, como higienização mais frequente, uso de máscaras e distanciamento social, a empresa reavaliou contratos com clientes para oferecer soluções mais flexíveis e evitar perdas. “Durante esse período, aconteceu de tudo: empresas saíram dos nossos escritórios, empresas de tecnologia que cresceram em meio à pandemia e passaram a utilizar os nossos serviços, ou empresas que diminuíram seus espaços, mas não encerraram contratos conosco”, explica o executivo. “Mas é possível dizer que hoje os nossos espaços são muito mais utilizados do que em abril do ano passado.”

Reestruturação

Sem abrir números, o principal executivo da WeWork no Brasil afirma que o novo plano global de negócios da empresa tem sido “um sucesso”. Com a pandemia, a empresa diz ter acelerado as transformações necessárias e aposta em um crescimento pós-covid. “O objetivo do plano é gerar caixa para que a empresa ande com as próprias pernas e volte a crescer”, explica o diretor geral, ressaltando que o projeto tem dado sinais positivos por aqui, gerando aumento de receita.

Além da troca de executivos e mudanças internas, a WeWork tem investido em novos produtos, embarcando em novas tendências para o futuro do trabalho. Lançados nos Estados Unidos, os serviços All Access e o On Demand permitem que clientes reservem espaços de trabalho durante o horario comercial em todo o país, ou que não-membros reservem espaços por dia ou salas de reunião por hora. Ainda sem data marcada para chegarem ao Brasil, os novos serviços fazem parte da estratégia da companhia em oferecer produtos mais flexíveis.

“Essas soluções de flexibilidade têm ganhado mais tração em outros países. E mesmo o Brasil sendo um mercado ainda pequeno em escritórios coworkings, as empresas e os profissionais tiveram de reavaliar o home office e outras modalidades de trabalho”, afirma Lucas Mendes. “O trabalho não será mais como era antes. As pessoas gostaram dessa flexibilidade, de trabalhar em lugares diferentes ou mais perto de casa. Por isso, acredito que o setor de escritórios compartilhados será um dos primeiros a ter uma retomada após a pandemia.”

Fonte: Época Negócios

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