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Crediário no estilo Casas Bahia ganha o mundo e atinge US$ 100 bilhões

A possibilidade de comprar um produto e só começar a pagar depois, em carnês parcelados, é algo que há décadas faz parte da cultura de consumo no Brasil. Não por acaso, o crediário da Casas Bahia, o mais famoso deles, virou até verso em um dos sucessos da banda Mamonas Assassinas.

Mais de 20 anos depois do hit, o mundo parece que está descobrindo o crediário. Nos últimos anos, uma série de negócios no exterior têm surgido para propor uma versão digital da modalidade, voltada para o e-commerce, e têm despertado a atenção de investidores e grandes empresas, como Apple e PayPal.

Os números ainda são tímidos, mas já se nota uma tendência de crescimento. Em 2020, o crediário digital, chamado de “buy now, pay later”, somou US$ 97 bilhões em transações, ou 2,1% do e-commerce global, segundo uma pesquisa da Worldpay, divulgada pelo site da CNBC. A expectativa é que essa proporção dobre para 4,2% até 2024.

Não quer dizer que os estrangeiros nunca tenham feito algo parecido. O crediário já existia nos Estados Unidos, por exemplo, mas costumava ficar restrito a aquisições mais caras. Agora, tem sido mais comum recorrer à modalidade em compras do dia a dia.

O principal motor para isso foi a pandemia, que estimulou varejistas tradicionais a oferecerem alternativas de pagamento a consumidores que estavam passando mais tempo em casa e queriam fugir dos juros mais altos do cartão de crédito.

Um dos principais sinais de aquecimento desse mercado no exterior foi o recente anúncio de que a Square estava comprando a australiana Afterpay, uma fintech focada no crédito digital. A transação, divulgada em agosto, foi fechada em US$ 29 bilhões.

A Afterpay oferece até quatro parcelas sem juros e só cobra taxa caso algum pagamento não seja efetuado. É como o cartão de crédito no Brasil, que acabou fazendo o carnê perder força por aqui.

Gigantes como a Apple e a Amazon também estão apostando nesse terreno. A Amazon, por exemplo, fechou uma parceria com a americana Affirm, que é negociada em Nasdaq e vale US$ 30,9 bilhões.

O acordo permitirá que os consumidores dividam as compras de US$ 50 ou mais em parcelas menores. No dia do anúncio, realizado há três semanas, as ações da fintech fecharam em alta de 46,6%.

A Apple, por sua vez, tem planos para incluir o crediário digital no Apple Pay, em uma parceria com o Goldman Sachs.

Também há iniciativas similares na América Latina. A colombiana Addi, que desembarcou no Brasil em março, conseguiu dois meses depois captar R$ 350 milhões, em aporte liderado pela Union Square Ventures. Em menos de três meses, realizou mais uma rodada e levantou mais R$ 390 milhões, liderada pelo fundo Greycroft.

Um dos principais riscos para o desenvolvimento desse mercado é a inadimplência. Lá fora, a preocupação se baseia no fato de que o crediário digital é mais utilizado pelos mais jovens, de renda menor.

A sueca Klarna, um dos principais players e avaliada em US$ 46 bilhões, afirma que impõe limites específicos de gastos para cada cliente. “Para cada transação, assumimos uma nova posição e olhamos como os consumidores estão usando este produto”, disse Sebastian Siemiatkowski, CEO da Klarna, em entrevista à CNBC.

Se o crediário digital um dia chegará a ter no mundo a relevância que já teve no Brasil, ainda não dá para saber. Mas os  “gringos” estão pagando para ver.

Fonte: Neofeed

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