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Economia do Brasil é sólida e consegue se sustentar mesmo com altos e baixos da política, diz presidente da Visa

O presidente da Visa no Brasil, Nuno Lopes Alves, afirmou que a economia brasileira consegue se sustentar mesmo diante das dificuldades nos cenários político e fiscal que o país tem enfrentado nas últimas semanas.

“O Brasil tem uma economia muito sólida, e uma população cada vez mais educada [financeiramente]. Ainda existe alguma concentração [de riqueza] em determinadas regiões, mas é um mercado tão importante que consegue se sustentar mesmo com os altos e baixos que vêm da situação política e com os desafios econômicos. Eu espero que o Brasil não perca essa relevância”, afirmou o executivo.

Segundo Alves, além dos avanços do sistema financeiro –diante dos pagamentos via WhatsApp e do open banking, por exemplo– outro movimento que acontece independente da situação macroeconômica é a transformação digital.

“Isso é inevitável. Ainda tem muito espaço para que as pessoas adotem meios de serviços e pagamentos digitais, por exemplo. A modernização acontece de forma independente e isso é uma ótima notícia”, disse.

Dois meses depois de tomar posse da gestão da Visa no Brasil, Alves falou à Folha sobre as estratégias e próximos passos da companhia, além de trazer quais são as expectativas para a atuação da empresa em relação às mudanças observadas no sistema financeiro.

O Brasil tem enfrentado incertezas em relação ao ambiente macroeconômico e político. Você acredita que esse cenário pode impactar na confiança de empresários e consumidores no país?
De forma geral, eu sou um otimista. Já trabalho há muitos anos na região. A América Latina é uma região que sempre teve muita volatilidade, mas que sempre soube avançar.

O Brasil tem uma economia muito sólida, e uma população cada vez mais educada [financeiramente]. Ainda existe alguma concentração [de riqueza] em determinadas regiões, mas é um mercado tão importante que consegue se sustentar mesmo com os altos e baixos que vêm da situação política e com os desafios econômicos. Eu espero que o Brasil não perca essa relevância.

Além disso, tem um outro movimento que acontece independente da situação macroeconômica que é o avanço da transformação digital.

E isso é inevitável, principalmente nessa área que a gente atua. Ainda tem muito espaço para que as pessoas adotem meios de serviços e pagamentos digitais, por exemplo. A modernização acontece de forma independente e isso é uma ótima notícia.

São muitos novos consumidores. Minha bola de cristal ainda não sabe como vai ser no ano que vem. Pode ir para um lado ou para o outro, mas de qualquer forma ainda tem muito espaço para a tecnologia e essa transformação digital crescerem.

Muitas pessoas fecharam seus comércios ou perderam seu poder de compra durante a pandemia. Como enxerga a recuperação do país?
É curioso, mas em todas as crises há um aumento do empreendedorismo, porque é a solução. Muita gente acaba perdendo o emprego formal e tem que achar uma maneira de sustentar a família.

Então há uma explosão no surgimento de micro e pequenas empresas. Na pandemia, 40% dessas micro e pequenas empresas que foram criadas, passaram a aceitar pagamentos digitais.

E, no final, já começamos a ver que os consumidores também começam a adotar essa tecnologia. Há a migração da atividade econômica para outra configuração e isso é uma grande oportunidade.

Dentre as diversas revoluções do sistema financeiro, o open banking é a mais recente. Como a Visa enxerga a chegada desse novo sistema?
O open banking é uma oportunidade muito grande e também um alvo de atuação nossa. Estamos muito atentos não só ao que acontece no Brasil, mas em diversos lugares ao redor do mundo.

Temos diversos players olhando para isso. Na Visa temos mais de 100 participantes entre fintechs e startups, por exemplo.

O open banking é uma expansão natural do nosso negócio. Conseguimos facultar a transação de dados entre consumidores e emissões, e principalmente nesse modelo que toca credenciadores e o comércio, nossa rede também ganha uma extensão de tudo o que podemos aportar.

E existe alguma solução específica para o open banking na qual a Visa está trabalhando?
Eu não consigo abrir informações sobre essas novas soluções, mas pensa que é um sistema que vai contar com a iniciação de pagamentos e com o tráfego de informações de conta. Isso é um espaço natural nosso.

Nós não só trafegamos movimentações financeiras, mas trafegamos informações, também. Nós devemos ter algo a oferecer para tudo o que relacione dados de contas e que leve a um ecossistema de parceiros, como bancos. Já temos, na verdade.

Vamos ocupar um espaço muito importante com tudo o que oferecemos.

O que a Visa tem feito em termos de segurança?
Em 2019 a Visa preveniu mais de US$ 25 bilhões [R$ 130,5 bilhões] em fraudes nos nossos sistemas. É um número muito expressivo, que devolve muito valor para a indústria.

Obviamente nós temos toda uma tecnologia para aprovar transações, com redes que conseguem analisar centenas de variáveis, mas também evoluímos em nossas próprias credenciais. Agora, os dados passam a ser transformados em dados fictícios e fica cada vez mais difícil para um hacker tentar fazer qualquer coisa dessa forma.

São várias camadas para prevenir, detectar e resolver. Mas são investimentos contínuos, porque a segurança é uma premissa básica do mercado. Sem ela a gente não consegue fazer nada.

Quais são os próximos passos da Visa com a sua gestão?
Continuaremos focando muito em inovação e em desenvolver tecnologias de ponta, trazendo todos os atributos de inovação e conveniência que fazem parte da nossa proposta.

Eu já venho construir [esse futuro] em cima de uma base muito boa, de grandes relacionamentos com clientes e com uma equipe estruturada e muito competente. Agora, obviamente é expandir.

Cada vez mais você vai ver a Visa falando que quer ser uma rede para todos e que funciona em todos os lugares. E ainda no que se refere ao Brasil, queremos continuar expandindo nossa proposta de valor para mais segmentos de consumidores e de comércio, para que todos possam se beneficiar das inovações em movimentações financeiras.

Queremos empoderar consumidores, o comércio e atuar cada vez mais nessa briga por relevância e participação.

Quais são as soluções nas quais a Visa está trabalhando?
Estamos trabalhando em várias coisas, mas você pode esperar principalmente uma expansão nos pagamentos por aproximação.

Olhando para o mundo físico, essas transações respondem por 15% de todas as transações feitas no Brasil. Esse é um número muito abaixo do potencial, na região em que eu atuava anteriormente [América Latina e Caribe] era o triplo. Na Austrália, essa porcentagem é de 95%.

Claro que esse tipo de solução é muito mais higiênica, rápida e conveniente, mas existem outros aspectos que podem ser explorados, como na mobilidade urbana ou outros setores, como educação e saúde, além das soluções Tap to Phone [solução de baixo custo da Visa que transforma a geração atual de smartphones ou tablets em um POS [maquininha] baseado em software, tornando-os aptos a aceitar pagamentos por aproximação sem a necessidade de equipamentos adicionais].

Também queremos colocar nossas credenciais em ambientes digitais. Todo mundo gosta da experiência de usar um aplicativo de transporte sem encostar no bolso e quanto mais experiência digitais tiverem as credenciais da Visa, melhor.

Seja por reembolso de seguros, pagamento de salários em diversos setores ou na economia compartilhada. São várias as maneiras de trabalhar a experiência de movimentação de dinheiro.

E, no final, toda vez que existe uma transação comercial, nós podemos estar lá, tanto no mundo físico quanto no virtual.?

Fonte: Folha

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