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Empreendedora cria aplicativo de poupança voltado a crianças

Quando estava grávida de sua primeira filha Sofia, em 2016, Erica Fran recebeu diversos presentes, incluindo fraldas e brinquedos. No entanto, ela ficou marcada por um que veio em forma de dinheiro, mais precisamente R$ 1 mil. Decidiu abrir uma conta bancária para a criança utilizar o valor no futuro, mas o processo era tão burocrático que ela acabou desistindo — e ainda acabou gastando a quantia. 

A experiência foi a inspiração para a criação da Pulpa, um aplicativo para guardar dinheiro para as crianças. Por meio da plataforma, pessoas próximas aos pequenos podem transferir valores para um plano de previdência da seguradora Icatu, parceira da startup. Até o momento, a empresa já abriu 500 contas bancárias.

Recentemente, a startup realizou uma pesquisa para entender as demandas do setor. “Validamos uma hipótese que já tinhamos de que as crianças estão recebendo muitos presentes. Descobrimos que uma em cada dez crianças recebe mais de 50 presentes por ano”, diz a empreendedora. Ao mesmo tempo, o relatório mostra que 48,5% dos pais afirmam que preferem receber dinheiro como um investimento para o futuro. “Os familiares também preferem dar presente em dinheiro. As pessoas têm vergonha de falar isso, mas é algo útil para todo mundo”, afirma Fran, que tem 33 anos.

A primeira validação do negócio veio em 2017, quando a empreendedora, com a ideia em mente, fez a inscrição para em um concurso de inovação do Itaú. “Eu estava trabalhando no VivaReal e fiz a inscrição com outros amigos. Era basicamente escrever uma ideia de negócio. Competimos com mais de mil ideias e ganhamos”, diz a empreendedora. “Ainda era só uma brincadeira no momento, mas eu me apaixonei pela ideia.”

Os amigos de Fran não quiseram seguir com o plano. Mas, em uma conversa, Flavio Pripas, diretor do Cubo Itaú na época, perguntou se ela tinha um time para criar um negócio. “Falei que não e ele pediu que eu retomasse o contato quando tivesse”, afirma.

Os parceiros para a empreitada não demoraram a surgir. Enquanto desenvolvia o negócio, foi chamada para trabalhar na ContaAzul, em 2018. Durante um café com Mateus Camargo e Wagner Silva, que trabalhavam na mesma empresa, ela comentou sobre o sonho de criar a sua startup e acabaram se tornando sócios. “Eles gostaram muito. Um mês depois, no final de 2020, já estávamos com um MPV rodando”, conta Fran. “A plataforma era muito simples. O objetivo era ter pessoas cadastradas para ver se elas teriam interesse.”

Os primeiros usuários eram pessoas próximas aos empreendedores, como amigos e familiares. Vendo que os clientes estavam engajados e querendo depositar mais dinheiro nas contas bancárias, eles decidiram estruturar o negócio quatro meses após o início dos testes. Foram atrás da seguradora Icatu para criar uma previdência privada para as crianças e iniciaram a parceria.

“Eu estava no meu processo de saída da ContaAzul de uma maneira muito transparente. Nesse período, negociei com a alta liderança para que eles fossem nossos primeiros clientes B2B, e eles toparam. Para a ação de Dia das Crianças, disseram que os funcionários poderiam ter desconto na folha de pagamento para a Pulpa”, afirma a empreendedora — que pediu demissão em dezembro de 2021. A empresa fechou o ano com 150 contas bancárias abertas (80 delas eram da ContaAzul). O crescimento, ela diz, se deu principalmente por divulgação boca a boca.

Interface do aplicativo Pulpa (Foto: Divulgação)

Interface do aplicativo Pulpa (Foto: Divulgação)

Como Fran mesma sabe, um dos desafios enfrentados pela startup é garantir que os pais não utilizem o dinheiro das crianças — afinal, existem emergências financeiras e eles podem controlar o valor. Para solucionar a questão, a Pulpa desenvolveu algumas estratégias, apostando especialmente no aspecto emocional da ferramenta. “Quando eles vão sacar o dinheiro, aparece um recado lembrando que aquele valor era do futuro das crianças. Também avisamos a quem já fez um depósito que o dinheiro foi retirado, o que causa uma pressão social”, afirma a empreendedora.

Para a empreendedora, a startup ainda está entendendo o mercado. Atualmente, a expectativa é dobrar o número de contas até o final de 2022 e crescer 10 vezes no próximo ano. Outro plano é lançar um seguro de vida para garantir que as crianças sejam beneficiárias caso ocorra algo com os responsáveis.

Fonte: Revista PEGN

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