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Final da Champions League mancha combate à pandemia em Portugal

A desorganização na final da Champions League no Porto tirou a máscara do bom combate que Portugal fez à pandemia de Covid-19 até agora. Cenas de violência e o desrespeito dos torcedores ingleses às medidas de restrição ainda em vigor no país desencadearam críticas do presidente da República, revoltaram a população, dirigentes de futebol, empresários e ameaçam a continuidade da retomada econômica dentro das limitações impostas pelo governo para impedir o surgimento de novos surtos.

Foi com perplexidade que os portugueses assistiram ao longo da última semana a complacência da polícia, governo e autoridades de saúde com o caos gerado pelos torcedores do Chelsea e Manchester City. Enquanto a grande maioria da população respeita o distanciamento social, a obrigatoriedade do uso da máscara e evita participar de aglomerações proibidas, os ingleses descumpriram todas as regras e ainda se envolveram em diversos confrontos. Muitas vezes sob os olhares dos policiais. Um deles foi agredido. Quatro torcedores foram presos.

Empresários da gastronomia e do setor cultural reclamam que obedecem o limite de lotação de suas mesas e eventos com público, o que traz prejuízos. E dizem que são alvo de severa fiscalização e podem receber multas se uma pessoa se levanta para ir ao banheiro e esquece de pôr a máscara, por exemplo. Mas ressaltam que os ingleses sequer eram abordados para usarem a máscara e ainda caminhavam livres pela cidade consumindo bebidas alcoólicas, o que é proibido.

Ao longo do dia da final, ontem, quando a cidade estava lotada e os ingleses circulavam por todo o lado, aglomerados e sem máscaras, carregando garrafas e latas de cerveja, o Ministério da Administração Interna enviou mensagens para os telefones celulares da população exigindo o cumprimento das regras: Use sempre máscara, mantenha distância e é proibido consumir álcool na via pública. O órgão garantiu que até mesmo os estrangeiros receberam a mensagem, amplamente ignorada, assim como as regras.

Mensagem do governo apela ao cumprimento das regras

A divulgação de promessas impossíveis de cumprir e os erros de planejamento e segurança levaram o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a criticar o governo. Um dos principais pontos foi o anúncio da ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva. Ela havia garantido em pronunciamento que “as pessoas que vierem à final da Liga dos Campeões, virão e regressarão no mesmo dia, com teste feito e em situação de bolha, ou seja, em voo charter, deslocação para duas zonas de espera, daí para o estádio e depois do jogo de volta para o aeroporto, estando em território nacional menos de 24 horas”. Os ingleses começaram a chegar, e a causar confusão, no meio da semana, até 72 horas antes da final.

-Não é possível dizer que vêm em bolha para assistir a um espetáculo esportivo e depois não vêm em bolha, não é possível. Não se pode dizer que temos que obedecer às regras, fixa-se um limite e depois o limite já não é esse, é outro. Aquilo que tem de ser o discurso a fazer perante uma situação tem que bater certo com a realidade – disse Marcelo.

Após o chefe de estado fazer a primeira declaração de reprovação e pedir coerência do governo, políticos da oposição fizeram o mesmo. Líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins disse que as cenas vistas no Porto são incompreensíveis e que os responsáveis são a prefeitura e o governo.

– Não é compreensível permitir aquilo que não se permite à generalidade dos cidadãos deste país – disse a deputada.

Dirigentes esportivos lembraram que o Campeonato Português não teve público, o que traria mais receita), e que os pais sequer podem acompanhar os filhos em jogos das categorias de base.

Eventos culturais com grande público, mega festivais de música e festas tradicionais, como a dos Santos Populares, têm sido canceladas por oferecerem risco elevado de contágio.

Epidemiologistas alertaram para um provável aumento de casos devido aos episódios dos últimos dias no Porto. Quando o Sporting foi campeão nacional, houve tumulto na comemoração em Lisboa, que registra uma evolução de novos casos. Mais que isso, os especialistas em saúde pública questionam a possível perda de autoridade do governo na manutenção e implementação de novas medidas de contenção da pandemia.

Ao fim do seu pronunciamento, Marcelo apelou para que os episódios sirvam de exemplo. Mas ficou provado, desde a festa do Sporting e agora, com a final da Champions, que o futebol ignora lições e está de volta ao seu velho normal.

Fonte: O Globo

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