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FMI vê inflação e desemprego como desafios para a economia brasileira

O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse nesta quarta-feira que o desempenho da economia brasileira tem sido melhor do que o esperado em razão da resposta “enérgica” das autoridades à crise provocada pela Covid-19, mas cita a necessidade de “esforços políticos” para que o país retome o crescimento sustentado e drible desafios como o desemprego elevado e a inflação.

Em relatório, o órgão estima que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresça 5,3% em 2021. Para 2022 e 2023, as projeções são de 1,9% e 2,0%, respectivamente.

Segundo o documento, o PIB brasileiro recuperou o nível pré-pandemia e o ímpeto continua favorável dado o balanço positivo entre exportações e importações e o crescimento do crédito ao setor privado.

Avanço da vacinação impulsionará retomada

O órgão lamentou a morte dos mais de 550 mil brasileiros pela pandemia, mas destacou que as medidas restritivas após a segunda onda no início do ano e o avanço da vacinação têm ajudado a reduzir as infecções desde abril, com o número de mortes caindo significativamente.

Com a expectativa de que a população adulta esteja amplamente vacinada em breve, é esperado um maior dinamismo da economia.

“Um mercado de trabalho em melhoria e altos níveis de poupança das famílias apoiarão o consumo e, à medida que a vacinação continua, a demanda reprimida por serviços retornará. Os estoques serão recompostos e a alta nos preços das commodities apoiará novos investimentos”, disse o órgão.

Além disso, o FMI prevê que a inflação desacelere até o final do ano que vem, ficando próxima de 3,50% – ponto médio do intervalo da meta de inflação para o ano, que pode variar de 2,00% a 5,00% segundo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Isso porque os diretores veem como positivo o recente aperto da política monetária, realizada por meio da elevação da taxa Selic, pelo Comitê de Política Monetária (Copom), para enfrentar o aumento da inflação e manter as expectativas de inflação bem ancoradas.

A inflação atingiu 9,68% em 12 meses até agosto, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e deve ultrapassar os dois dígitos em breve.

“Dada a incerteza em torno das perspectivas, a política precisaria continuar dependendo dos dados, complementada com comunicação proativa e orientações claras para o futuro”, destacou o FMI.

Também é esperado que a dívida pública caia para 92% em 2021, permanecendo em torno desse ível no médio prazo.

Desafios para crescimento sustentado permanecem

Embora os riscos ao crescimento sejam vistos como “amplamente equilibrados”, outros desafios permanecem. Segundo o órgão, a pandemia potencializou os desafios de longa data para um maior crescimento e inclusão socioeconômica no país.

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O desemprego e a inflação são os principais gargalos. A depreciação do real e o aumento nos preços das commodities “alimentaram a inflação e as expectativas de inflação” e o mercado está atrasado em relação à recuperação da produção e a taxa é elevada, principalmente entre jovens, mulheres e negros. Segundo o IBGE, há 14,4 milhões de desempregados no país.

“As transferências emergenciais de dinheiro acabarão expirando e, na ausência de um fortalecimento permanente da rede de proteção social, a pobreza e a desigualdade podem se agravar”, ressalta.

Embora o FMI avalie que os riscos fiscais sejam baixos de curto prazo, o alto nível da dívida pública permanece como um risco de médio prazo.

“Restaurar um crescimento elevado e sustentado, aumentar o emprego, aumentar a produtividade, melhorar os padrões de vida e reduzir as vulnerabilidades exigirá esforços políticos para eliminar gargalos e fomentar o investimento liderado pelo setor privado”, salientou o FMI.

Diante dos desafios, serão necessários “esforços políticos” para reforçar a confiança do mercado, fomentar investimentos e, consequentemente, fortalecer as perspectivas de médio prazo.

Os diretores dizem que a política fiscal deve se concentrar em criar espaço para investimento público e uma rede de segurança social mais forte, mas respeitando o teto de gastos para manutenção da confiança dos investidores e a redução da dívida pública.

A avaliação também inclui uma reforma tributária que simplique o sistema e melhore a alocação de recursos. “Essas medidas ajudariam a aumentar a credibilidade fiscal, reduzir os riscos fiscais e melhorar a capacidade do governo de administrar choques adversos”, disse o órgão.

Os diretores também julgam importante uma ação que impulsione o comércio exterior e os mercados de produtos, aumentar a flexibilidade do mercado de trabalho formal e melhorar a governança.

“O fortalecimento da eficácia e previsibilidade das estruturas anticorrupção continua a ser crítico. Também são necessárias medidas para melhorar o ambiente para o investimento do setor privado”, disseram.

Fonte: O Globo

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